“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

História da Irlanda [BBC]

sexta-feira, 31 de julho de 2015


Um documentário da BBC, sobre esse fantástico mas desconhecido país. O primeiro episódio segue abaixo (os demais entram na reprodução automática):

Ep. 1 - A Era das Invasões

Clássicos da Sociologia

quinta-feira, 30 de julho de 2015


Karl Marx (1818-1883)


Émile Durkheim (1858-1917)


Max Weber (1864-1920)


"Sociologia pode ser definida como o estudo da sociedade humana com ênfase em generalizações sobre sua estrutura e desenvolvimento. História é mais bem definida como o estudo de sociedades humanas no plural, destacando as diferenças entre elas e as mudanças ocorridas em cada uma com o passar do tempo." BURKE, Peter. História e Teoria Social. Tradução de Klauss B. Gerhardt e Roneide V. Majer. São Paulo: Ed. da Unesp, 2002, p. 12.

Relatório do doc. 'Uma Conversa sobre racismo'

quarta-feira, 29 de julho de 2015


Uma Conversa sobre Racismo é um documentário produzido por Craig Bodeker. Seu objetivo é provar que não há, de fato, uma conversa sobre racismo nos Estados Unidos. Ele acredita que o racismo se tornou uma ferramenta para atacar os americanos brancos.

Logo no início, Craig Bodeker diz que não consegue pensar em outra questão atual nos Estados Unidos que seja mais importante do que o racismo. Ele também diz que não há outro termo que seja mais artificial, manufaturado e manipulado que o termo “racismo”. Segundo Bodeker, os crentes do racismo sentem que o racismo está em sempre ao seu redor, em todo lugar, todo o tempo, mas mesmo assim eles têm dificuldade para lembrar-se de um exemplo da vida real ou até uma definição desse termo.

O termo racismo é usado frequentemente pela mídia e pelo governo estadunidense para descrever o que eles chamam de pior dos comportamentos humanos. “Mas quem seriam os oficialmente designados como praticantes do racismo? Pessoas como eu. Americanos brancos de ascendência europeia. O maior grupo racial nos EUA”, diz o cineasta Craig.

Craig Bodeker resolver desafiar um grupo de moradores do Colorado para falarem sobre o racismo. Para isso ele escreveu no Craigslist, uma rede de comunidades online que disponibiliza anúncios, um anúncio para interessados em participar de uma entrevista como título “Acabando com o racismo agora”. Algumas pessoas na rua também são convidadas para a entrevista.

Bodeker começa entrevistando as pessoas perguntando se elas vêem o racismo no seu dia a dia e todas respondem que sim. Negros, brancos, e muitas outras etnias, todos parecem ver esse racismo nos Estados Unidos.

Depois, Bodeker pede a seus entrevistados para definirem o racismo. Porém, poucos parecem ser capazes de formularem uma definição, apesar de verem o racismo todos os dias. Ele vê isso como uma desconexão, pois racismo é uma palavra tão comumente usada hoje e mesmo assim tão vaga e contraditória.

O Wikipédia, por exemplo, define o racismo desta forma: “Racismo: o termo geralmente descreve discriminação, violência e opressão de cunho racial. O termo também pode ter definições variadas e amplamente contestadas”.

Não satisfeito com as respostas da última pergunta, o entrevistador pede um exemplo de racismo vivenciado por eles. Ao serem questionadas, duas pessoas não conseguiram se lembrar de um exemplo e quatro automaticamente partiram para clichês. Mas algumas pessoas conseguiram, e o entrevistador selecionou as palavras-chaves de cada exemplo, que foram: encarar, falsas despedidas, opiniões raciais, ter precaução, notar uma raça diferente, relacionando, não rir, elogios, intolerância e ser excessivamente amigável

Apesar de todos esses exemplos de supostas atitudes racistas, segundo o documentário, nenhum deles é relevante. Algumas reflexões são feitas como: encarar alguém pode ser considerado perseguição? Ser excessivamente amistoso com alguém pode ser comparado com negá-lo um emprego?

A próxima indagação foi se negros eram melhores do que brancos no basquete. Ele pergunta para várias pessoas de diferentes origens, e todos concordam. Ele novamente vê isto como uma incoerência ou desconexão, porque não há problemas em dizer que uma raça é melhor em algo que a outra, desde que a primeira nunca seja a raça branca. E para provar essa desconexão ele parte para outra pergunta, se os brancos podem ser melhores em outras áreas. As respostas não foram concretas, ninguém parecia encontrar as áreas onde brancos demonstram seu talento e habilidade. E mais uma vez, uma incoerência, segundo Craig. Ninguém pode negar áreas onde não-brancos superam, mas quando são as áreas onde os brancos superam outras raças, brancos são condenados por racismo.

Os entrevistados também foram questionados por que estudantes brancos têm melhores notas que estudantes negros em testes padronizados. As respostas foram basicamente as mesmas: direcionamento cultural (uma forma de trapaça branca). Os testes são feitos para os brancos. Um entrevistado ainda disse que a melhor coisa que você pode fazer na escola é ser branco; é a melhor maneira de passar de ano. Contudo, para a estupefação dos entrevistas, Craig revela que os asiáticos obtêm as melhores notas nesses testes. Assim, se os brancos realmente manipulassem esses testes, por que logo os asiáticos se dariam melhor?

Craig Bodeker também concluiu que, segundo o senso comum, ser defensor de um grupo racial é importante, desde que este grupo não inclua caucasianos. Cada grupo racial ou étnico hoje tem seus defensores, com exceção dos brancos. Ele ainda diz que outra característica do senso comum sobre o racismo é que quando brancos tratam mal não-brancos, é sempre racismo; por outro lado, quando brancos são as vítimas, a situação é totalmente contrária. Neste caso, os agressores tendem a ser desculpados, e as vítimas quase se passam por culpados.

“Você já foi racista?” Quando questionados sobre isto, a maior parte dos entrevistados disse não. Porém, sabe-se que os americanos crescem em uma cultura racista. Assim, todos possuem um pouco de racismo, e é preciso ter consciência disto. Só então será possível e respeitar o próximo, pois ninguém é superior a outro.

Por fim, Bodeker explica o porquê de suas indagações. “As únicas posições disponíveis para brancos nesse assunto do racismo são a indiferença ou a supremacia. Todas as incoerências são manifestações do fato de que a todas as raças é permitida a defesa, exceto à raça branca.”

O cineasta fala sobre um importante momento da sua vida, o dia em que foi doutrinado sobre o racismo. Ele estava na quinta série [6º ano] do Ensino Fundamental e seus professores, Sr. Lee e Sr. Dragland, fizeram um jogo com a classe. Se chamava “jogo de associação à palavra”; o professor escreveria algo no quadro e os alunos deveriam dizer o que a palavra os lembrava. A primeira palavra era "BRANCO". E as respostas eram limpo, puro, honesto, justo e brilhante. A próxima palavra escrita no quadro foi "PRETO". E a classe respondeu com palavras como assustador, escuro, maligno, mau, vazio e sujo. Foi neste momento que os estudantes tiveram a surpresa. O professor Lee disse: “VOCÊS SÃO TODOS RACISTAS!”. A partir daquele dia, Craig resolveu mudar. Ele não queria ser um racista.

Durante as entrevistas, Bodeker consegue minar seu próprio argumento, proporcionando muitas evidências de que o racismo - a crença de que uma raça é superior à outra - realmente existe.

Em seu inovador documentário A conversation about race, o cineasta Craig Bodeker desafia, basicamente, a sabedoria convencional sobre os temas de raça e "racismo". Todo o documentário parte do princípio de que o racismo não é mais algo que afeta os negros ou outras minorias; atualmente é uma noção usada para coagir os brancos. Afinal, a definição original do racismo é um conceito baseado no pressuposto de que uma raça é melhor, superior, ou intrinsecamente vale mais do que outra.

Enfim, sabemos que o racismo vai muito além de um termo usado para atacar os brancos. O racismo atinge tanto os negros quanto os brancos, ou qualquer outra raça. Não é fácil encarar o preconceito racial. Contudo, se quisermos realmente viver num mundo no qual a igualdade vai além do discurso, e onde todos – a despeito de cor, gênero, credo religioso, sexualidade e classe – tenhamos os mesmos direitos e benefícios, então é hora de mudarmos o nosso foco e aprendermos a olhar além das diferenças. O respeito ao próximo deve vir acima de tudo.


Racismo. Esta é certamente uma conversa que não só a América, mas todo o mundo, precisa ter.


**************************************************************
Clara Alvarenga Calazans, a autora deste relatório, é aluna do 3º ano do Ensino Médio do Colégio Adventista de Vitória. Registro os meus agradecimentos e reconhecimento.

Tarefas de casa (27 a 31/07)

segunda-feira, 27 de julho de 2015


Tarefas do 6º ano A / 6º ano B:
- Questões das páginas 120, 122, 124, 125, 126 e 127.
Leia o post Manuscritos do Mar Morto para responder o "Defenda suas ideias" (pp. 126-127).

Tarefas do 7º ano:
- Questões das pp. 151-153.

Tarefas do 8º ano:
Questões das pp. 140-142 (exceto "O que você vê?").

Tarefas do 9º ano A / 9º ano B:
- Ler o "Texto Complementar" e responder as questões propostas (pp. 163-165).
- Ler o Cap. 10 (pp. 166-179).

Tarefas do 1º ano (Ensino Médio):
- Atividades do Mód. 11 (pp. 7-10).

Tarefas do 2º ano (Ensino Médio):
Atividades do Mód. 31 (pp. 11-18).

Tarefas do 3º ano (Ensino Médio):
- Atividades do Mód. 43 (pp. 39-45). Ler e resumir o artigo A História Invertida.

As tarefas valem pontos de participação e devem ser apresentadas, completas, na aula indicada. Além das atividades, o capítulo ou módulo em questão deve ser lido integralmente.

«Democracia antiga e moderna», de M. I. Finley

domingo, 26 de julho de 2015




O historiador Moses I. Finley (1912-1986), uma das maiores autoridades sobre economia do mundo greco-romano, revolucionou o estudo do mundo antigo graças às contribuições da antropologia e do marxismo. Lecionou na Universidade de Rutgers, em New Brunswick (EUA), entre 1948 e 1952, onde deu uma série de conferências que, vinte anos depois, daria origem ao livro Democracia antiga e moderna


A grande questão desta obra é: será que a experiência política da Grécia antiga tem algo a nos ensinar? A partir de uma série de comparações, num texto erudito e acessível, Sir Moses Finley prova que sim. Com as breves notas abaixo, espero aguçar a curiosidade para esse estudo original, um dos melhores livros que li no ano passado.

No primeiro dos cinco estudos do livro, "Líderes e liderados", começa analisando a indiferença e ignorância da maioria do eleitorado nas modernas democracias ocidentais. Em muitos países, inclusive, uma boa proporção dos eleitores sequer se dão ao trabalho de votar. Nesse sentido, Finley compara autores antigos e modernos que destacam a importância da apatia dos cidadãos. O mesmo paralelo, entre escritores antigos e modernos, é feito quando é explicada a delegação da política a especialistas.

Na Antiguidade a maioria esmagadora dos intelectuais desaprovava o governo popular; atualmente, a mesma cifra dos estudiosos defende que a democracia é a melhor forma de governo. 

A seguir, nesse estudo, Finley apresenta as definições gregas para política e democracia, e explica como os atenienses lograram manter seu sistema democrático em funcionamento. "Os gregos (...) foram os primeiros a pensar sistematicamente sobre política, a observar, descrever e, finalmente formular teorias políticas" (p. 27). Apesar disso, "os próprios gregos não desenvolveram uma teoria da democracia" (p. 39). 

"Para Aristóteles, o homem, por natureza, não era apenas um ser destinado a viver em uma cidade-Estado, mas também um ser da família e um ser da comunidade" (p. 41). Nesse sentido, seria fundamental que esse homem tivesse uma boa formação acadêmica e cívica. Por isso, Protágoras e Platão, ainda que extremamente opostos, defendiam a importância da educação.

Grandes nomes da Filosofia Moderna

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Descartes (1596-1650)

Rousseau (1712-1778)

O mito de Orfeu

domingo, 19 de julho de 2015

Entrevista com Carlos García Gual e David Hernández de la Fuente: "o mito de Orfeu tornou-se um símbolo único na tradição literária universal".

O Fondo de Cultura Económica de España publicou neste ano El mito de Orfeo. Estudio y tradición poética, uma obra indispensável para entender a figura deste personagem mitológico, que ultrapassou os limites da Antiguidade para nutrir com seu ciclo vital um bom número de obras literárias e artísticas até a atualidade. Os autores são Carlos García Gual e David Hernández de la Fuente, com os quais Mario Agudo Villanueva conversou para se aprofundar mais na trajetória deste personagem.


Orfeu e Eurídice. Pietro Paolo Rubens, Museo del Prado


Pergunta - O barco trácio [de Orfeu] desceu até o inferno para recuperar a sua amada Eurídice, mas não foi o único personagem mitológico que o fez. Em sua opinião, o que é que lhe fez render essa fama eterna?

David Hernández de la Fuente - É verdade que existe uma longa lista de heróis gregos que desceram ao Hades, a famosa katábasis, para realizar diversas missões entre as quais se encontram alguns célebres resgastes por amizade ou por heroísmo. A viagem ao mundo dos mortos é um antigo tópico da literatura universal que se vê antes na Epopeia de Gilgamesh. Mas o mito de Orfeu tornou-se o símbolo único na tradição literária universal: eu creio que a dimensão extraordinária do mito de Orfeu é explicado pela combinação do mistério e da morte, o poder do amor e os encantos da música em uma atraente combinação que deu fama imortal para toda a sequência relacionada com a mítica de Orfeu e sua descida ao Hades.

Leia a entrevista completa em Mediterráneo Antiguo.

Construindo um Império [History]

sábado, 18 de julho de 2015


Persas

Grécia

A Era de Alexandre

Roma
 

Existem outros episódios disponíveis no YouTube.

Deuses Gregos

sexta-feira, 17 de julho de 2015


Para referências sobre a mitologia grega, clique AQUI.

Filósofos gregos clássicos

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Sócrates (c. 469-399 a.C.)

Platão (c. 428- c. 347 a.C.)

Aristóteles (385-322 a.C.)

O Império Otomano (1299-1922)

quarta-feira, 15 de julho de 2015


O apoio dos EUA ao nazismo e ao comunismo

segunda-feira, 13 de julho de 2015



Baixe livros de Antony Sutton:

Wall Street and the Rise of Hitler

The Best Enemy Money can buy

America's Secret Establishment

O Mestre e a Sabedoria

sexta-feira, 10 de julho de 2015


Mais um semestre chegou ao fim e, para a minha surpresa, recebi o presente acima da aluna Karoline W. Nunes. Fiquei muito agradecido! Considero-o um presente de aniversário antecipado, e guardarei-o com muita estima.

Os gregos antigos consideravam a noite um período propício ao pensamento filosófico e à revelação intelectual. Assim, a coruja acabou por ser a representação da busca pela sabedoria. 

Mas, o que é a sabedoria? 

Segundo Salomão, "o temor do Senhor é o princípio da sabedoria" (Provérbios 9:10). 

Segundo Sêneca (4 a.C. - 65), 

O maior dever - e também o melhor sintoma - da sabedoria é a concordância entre as palavras e os atos, o sábio será em todas as circunstâncias igual a si próprio.
Cartas a Lucílio, II.20.

Queres saber qual o fundamento da sabedoria? Não tirar satisfação de coisas vãs. Falei em fundamento: na realidade é o ponto culminante. Só atinge o ponto supremo quem sabe em que consiste a verdadeira satisfação, quem não deixa a sua felicidade ao arbítrio dos outros.
Idem, III.23.

Parece que temos vergonha de aprender a sabedoria! Pelos deuses, se acharmos que é vergonhoso buscar um mestre, então podemos perder a esperança de obter as vantagens da sabedoria por obra do acaso. A sabedoria só se obtêm pelo esforço. Para dizer a verdade, nem sequer é necessário grande esforço se, como disse, começarmos a formar e a corrigir a nossa alma antes que as más tendências cristalizem.
Ibid., V.50.

Os Fenícios e o Mediterrâneo

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Mais uma excelente entrevista do programa História, da UNIVESP TV:


A jornalista Mônica Teixeira, conversou com a doutora em Arqueologia Maria Cristina Kormikiari Passos

Assista e aprenda mais sobre os fenícios e o Mediterrâneo antigo.

Lições da República romana

terça-feira, 7 de julho de 2015

                  
Cincinato deixa o arado para tornar-se ditador de Roma, Juan Antonio Ribera, c. 1806.

            O último rei romano, Tarquínio, o Soberbo, foi expulso em 509 a.C. No lugar da Realeza, os patrícios implantaram a República (do latim, res publica - "a coisa do povo", "a coisa pública"). Os reis foram substituídos por dois cônsules, magistrados eleitos para um ano, e com o poder de veto sobre as decisões um do outro.
            Para Políbio (200-118 a.C.), os cônsules, o Senado e as assembleias combinavam os elementos da política antiga - monarquia, aristocracia e democracia, respectivamente. Assim, a República romana reunia as virtudes de todos os sistemas políticos da Antiguidade e impedia a concentração do poder.
            Dentre os diversos exemplos de cidadãos virtuosos da literatura romana, destaca-se Lúcio Quíncio Cincinato (519-430 a.C.). Cidadão pobre, arava sozinho os seus campos quando, em 458 a.C., foi chamado para assumir temporariamente poderes absolutos e salvar a República de invasores estrangeiros. Cincinato se distinguiu tanto na sua missão que muitos queriam que ele permanecesse como único governante.    
            Contudo, o ideal romano de considerar o serviço público mais importante do que o sucesso individual impediu Cincinato de aceitar a oferta. Ele voltou ao seu arado. Sua história é um exemplo do amor à pátria, da dedicação à coisa pública, a condição de existência de qualquer Estado.
            Os romanos acreditavam que possuíam um sólido sistema de organização cívica. O objetivo desse sistema era equilibrar a distribuição de vantagens e de inconvenientes, de encargos e honrarias. Infelizmente, esse ideal nunca foi plenamente alcançado. A aristocracia dominava o governo e a sociedade. Consequentemente, entre os séculos V e III a.C.  as Revoltas da Plebe abalaram a República.
            Com a expansão territorial, a sociedade tornou-se escravista, e os plebeus desempregados encheram as cidades, onde eram distraídos com a política do "pão e circo". O exército de cidadãos foi substituído por um exército profissional, e líderes militares ambiciosos passaram a disputar o poder. No final do século I a.C. a República estava morta.
            Entretanto, o espírito republicano resistiu. O primeiro imperador, Otávio Augusto, governou de 27 a.C. a 14 d.C. e preservou as instituições republicanas. A era de paz e prosperidade que ele estabeleceu ficou conhecida como Pax Romana. A partir de então, os imperadores viam-se basicamente como preservadores da lei e da ordem social, ainda que alguns deles fossem verdadeiros tiranos.
            Entre o final do século I e o final do século II, os Antoninos provaram que era possível aos imperadores governar de forma "republicana". Tudo mudou, contudo, em 284. Neste ano, com o apoio do exército, Diocleciano tomou o poder e foi reconhecido formalmente como dominus - um termo usado pelos escravos para se referirem aos seus donos. O "Dominato" durou até o fim do Império Romano do Ocidente, em 476.  
            Muitos séculos após a República romana, a República brasileira foi marcada por governos autoritários, cujos exemplos mais recentes são o Estado Novo (1937-1945) e a ditadura militar (1964-1985). Os brasileiros vivem uma experiência realmente democrática e republicana há apenas trinta anos.
            Nossa democracia precisa se fortalecer. Recentemente, a Câmara dos Deputados deu um importante passo ao votar em primeiro turno a criação do voto impresso e o fim da reeleição para os cargos do Executivo. Mas é preciso mais, muito mais.  
            Assolada pela corrupção, a desacreditada política brasileira precisa de líderes como o romano Cincinato - estadistas que se destaquem pelas contribuições ao bem comum, retornando de imediato à vida privada. Além disso, no exercício das suas funções, devem fazer tudo para "que os indivíduos que estiverem sob seu governo sejam os mais felizes do mundo" (Cícero, Carta do Bom Administrador Público, VIII.24). 

Publicado no jornal A Tribuna (07/07/2015)

Entrevista - Os Conflitos do Petróleo

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Parte 1

Parte 2
 

Parte Final


Relatório do Doc. 'Agenda'

domingo, 5 de julho de 2015



Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895) defendiam que o progresso das sociedades é pautado na luta de classes. A partir de análises supostamente científicas sobre a evolução do homem, da História e seus mecanismos de exploração capitalista, a dupla estabeleceu a base do Socialismo Científico. Após tanta exploração, os trabalhadores fariam a revolução, que criaria uma sociedade igualitária a partir da aniquilação das classes sociais. A democracia burguesa seria substituída pela ditadura do proletariado. No futuro, porém, mesmo a ditadura do proletariado seria extinta. A sociedade comunista seria ácrata - não regida pelo Estado. Os meios de produção seriam de propriedade comum.

O documentário Agenda: Grinding América Down traz à tona a verdade sobre essa doutrina. O socialismo que, por muito tempo, foi tido como suprimido agora é mostrado como uma ideia absolutamente viva e, pior, enraizada na América.

"A América é um corpo e sua saúde é um tripé. O patriotismo, a moralidade e a espiritualidade. Se alguém minar essas três áreas a América vai desabar desde dentro."
 Joseph Stalin

A vila cria a criança, e essa vila é o governo. A família americana é o bloco fundamental que constrói a sociedade. Os comunistas passaram a observar tudo o que mantêm a sociedade coesa para que então pudessem pervertê-la. De fato, o comunismo tem mudado a sociedade. Todavia, é passada a ideia de que nada mudou de 1960 até então. Os marxistas visam obter  uma nova  sociedade e, para que isso ocorra, a destruição da velha sociedade é inevitável.

O objetivo é simples: distanciar a cultura de quaisquer âncoras morais. Nesse sentido, vão apodrecer e corromper tudo de bom e saudável em que acreditam os americanos. Este novo mundo que eles buscam nada mais é do que as fracassadas políticas e ideologias do comunismo que geraram  a escravidão de mais de um terço da população durante o séc. XX.

Eles não são comunistas no sentido clássico do termo. São esquerdistas usados para promover a agenda socialista - o primeiro passo para o comunismo. Esses esquerdistas são os idiotas úteis, como são chamados por Lênin. São usados para promover a agenda socialista sem ao menos saberem que estão fazendo. 

Curtis Bowers e o "comunista nu"

No documentário, Curtis Bowers relata como se envolveu com o comunismo. Tudo começou no ano de 1992, quando um escritor o telefonou, pedindo para que o substituísse numa reunião de comunistas. Depois da queda o muro de Berlim e da dissolução da União Soviética, a utopia comunista parecia ter acabado. Esse senhor e toda humanidade queria saber: "E então, o comunismo acabou?” A julgar por aquela reunião, definitivamente não. Durante todo aquele fim de semana, Bowers aprendeu como os comunistas que estavam naquela reunião se infiltrariam e destroçariam a América. 

Para destruir a base sobre a qual se constrói a sociedade, eles estariam por trás de algumas ações. O movimento feminista liderado por Betty Friedam tira o  homem como provedor da casa. A família americana começava a ser  mudada. Os programas de governo para crianças e jovens cada vez mais procurava afastá-los dos pais. Eles promoviam a convivência no lugar do casamento, e foram bem sucedidos fazendo com que as mulheres ficassem descontentes com o casamento e a maternidade. Tempos depois, o movimento ambientalista (que à época não era muito forte) tornou-se um grande aliado.

"Se conseguirmos que os americanos aceitem a homossexualidade, eles começarão a extinguir os tradicionais valores morais americanos."

À época, Curtis Bowers não acreditava que essa fosse uma ideia muito realista. Contudo, quinze anos mais tarde, ele viu com seus próprios olhos como eles haviam tido sucesso. Famílias estavam se desintegrando completamente, e o movimento ambientalista transformou-se na força mais poderosa para destruir o livre mercado. Leis foram criadas para a proteção da homossexualidade, tornando criminoso  qualquer pessoa que fosse contra e manifestasse isso de alguma forma. 


Em 1958, foi lançado um livro que continha ideias semelhantes às que já estavam sendo colocadas em prática. O autor era um desertor soviético, Cleon Skousen. Seu livro intitulava-se O comunista nu. Cleon denunciou as 45 metas dos comunistas para a subversão da sociedade americana. Algumas dessas são:

N° 16: Eliminar todas as leis que regem a obscenidade, chamando-as de "censura"
N° 17: Tomar o controle das escolas. Usá-las como meio de transmissão dos ideais do socialismo. Suavizar o currículo. Tomar o controle da associação de professores.
N° 21: Infiltrar-se na imprensa. Tomar o controle de postos-chave no rádio e na TV e cinema
Nº 24: Remover leis que controlam a obscenidade, rotulando-as de "censura"  e uma  violação  da liberdade  de expressão e de imprensa.
N° 25: Quebrar padrões culturais de moralidade, promovendo a pornografia em livros, revistas, filmes e televisão.
N° 26: Apresentar a homossexualidade, promiscuidade e degeneração sexual como "normal, saudável e natural."
Nº 27: Infiltrar-se nas igrejas e substituir a religião revelada por uma religião "social". Desacreditar a Bíblia, apresentando-a como uma "muleta religiosa" e obstáculo à maturidade intelectual.
N° 28: Eliminar a oração ou qualquer expressão religiosa nas escolas sob a desculpa de defesa da "separação de Estado e Igreja".
N° 40: Desacreditar a família como uma instituição. Encorajar o divórcio.

Todos esses anos os esquerdistas vêm investindo nessas metas e obtendo grande sucesso e ninguém se dava conta de tal manipulação.

"O comunismo está morto?"

Não, ele não está. Apenas está disfarçado. Edwin Meese diz que eles têm ficado o mais longe possível do nome “esquerdistas”. Contudo, os chamados progressistas são os comunistas. De acordo com Trevor Loudon, há mais partidos comunistas hoje do que todos que já existiram na história do mundo. John Stormer também comenta o assunto, e compara o comunismo a um bom mágico que enquanto levanta uma mão, usa a outra para fazer o trabalho sujo. Enquanto todos dizem: "O comunismo está morto!", na verdade ele está apenas disfarçado e infiltrado. Em  alguns países, inclusive, os comunistas estão no poder (Venezuela, África do Sul, China, Cuba, Coreia do Norte e Vietnã). 

Os idiotas úteis, mencionados anteriormente, não são comunistas, e justamente por isso são extremamente eficazes ao promover a agenda socialista. O ar de legitimidade que eles transmitem jamais seria transmitido por comunistas autênticos.

O que há de tão errado no comunismo?

Phillys Schlafly, M. Stanton Evans e Howard Phillips falam sobre como o comunismo é mal; na verdade, é uma doutrina tirânica que produziu uma grande carnificina. David Nobel comenta que o maior legado do marxismo foi o de ser essa máquina de matar. O comunismo, a fase final do socialismo, é chamado de Grande Governo. Este governo totalitário seria responsável por tudo o que há na nação, controlando quase tudo.

A moral como alvo

A moral é o conjunto de regras adquiridas através da cultura, da educação, tradição e do cotidiano e que orientam o comportamento humano. Se tal pessoa é criada com uma base moral, ela terá um padrão para analisar o certo e o errado. Assim, tomará  suas decisões com base em seus ensinamentos (seu padrão). Sua mente não será um terreno vazio para o plantio de ideias, mas uma máquina de ideias, críticas e análises que tentarão entender  e mudar o mundo.

Os Estados Unidos foram criados com base na moral judaico-cristã cujo padrão é a família (pai, mãe e filhos). Seus cidadãos possuem valores e conceitos já formados. Deste modo, a estratégia comunista é simples: depravando a moral, o terreno é limpo para novas ideias - no caso, o comunismo. Logo, essas pessoas poderão ser manipuladas e tal sistema será implantado. Por isso, o alvo do comunismo é a moral dos cidadãos americanos.

"Dá-me quatro anos para ensinar as crianças e as sementes que semeei nunca serão arrancadas."
Vladimir Lênin

As crianças são o futuro da sociedade. Então, com certeza elas são um alvo ainda maior para os esquerdistas. Destruindo a família americana, destrói-se o principal fornecimento de moral de uma criança.

Segundo o documentário, o comunismo é o "O Mal Supremo” - cedo ou tarde, destrói tudo que estiver à sua frente: a família, a educação, a moral e até mesmo a vida. Desta forma, o socialismo cria as condições necessárias para que um Hitler ou um Stalin cheguem ao poder e façam o que bem entendem. 

Os fabianos e o marxismo cultural

Em 1883, Karl Marx, o pai do comunismo, morreu. No ano seguinte, algumas pessoas reuniram-se em Londres e formaram a "Sociedade Socialista Fabiana”. Os fabianos decidiram que iriam socializar o mundo de forma gradativa. Um de seus líderes, George Bernard Shaw, certa vez declarou: "Eu sou um comunista, mas não um membro do partido comunista. Stalin é um fabiano de primeira. Eu sou um dos fundadores do fabianismo, e como tal muito amigável com relação à Rússia.” Os fabianos criaram os “Estudantes para uma sociedade democrática"(SDS), que criaram o “Wheater underground”. Este, por sua vez, promoveu todas as mudanças sociais ocorridas na América nos últimos 40 anos.

O reverendo Jim Wallis, ex-presidente da SDS, hoje é o conselheiro espiritual do presidente dos Estados Unidos. Willyan Ayers, outro líder dos SDS e fundador de “Wheater underground”, atualmente é vizinho do presidente. Um livro supostamente escrito por Obama foi analisado e, mais tarde, descobriu-se que na verdade quem o havia escrito fora o próprio Willyan Ayers. Dessa forma, o socialismo está na fonte da nação. Ele absorveu a própria Casa Branca.

O pensador marxista Antônio Gramsci acreditava que, ao invés de destruir instituições básicas como a Igreja, o socialismo deveria infiltrá-las e usá-las ao seu favor. A tática usada por Hitler para desunificar a Alemanha tornou-se uma das táticas do socialismo. Ela tinha como objetivo fazer com que as diferentes classes e pessoas brigassem entre si: brancos contra negros, ricos contra pobres etc. Marx também afirmava que deveria existir uma luta entre as classes para que houvesse o progresso. 

Existem ferramentas para destruir a América e uma das mais importantes é a mídia. Ela  é uma das melhores e mais fáceis maneiras de  introduzir ideias em mentes vazias. Os Estados Unidos possuem Hollywood e não existem motivos para não usá-la para tal fim.

"Se eu pudesse controlar Hollywood eu governaria o mundo!"
 Joseph Stalin

Regras para os radicais é um livro comunista e em uma de suas páginas há o seguinte parágrafo: "E que não esqueçamos, pelo menos um reconhecimento rápido com o primeiro radical... O primeiro radical conhecido pelo homem que se rebelou contra o establishment fez isso de forma tão eficaz que pelo menos ganhou seu próprio reino. Foi Lúcifer."

A esquerda radical controla os sindicatos dos professores e as escolas de formação dos mesmos. Eles produzem os livros didáticos que ensinam os educadores das crianças americanas. Se você controla esses dois pilares você controla a política  educacional.

"Meu objetivo na vida é destronar Deus e destruir o capitalismo"
Karl Marx

A educação dada aos alunos nas escolas americanas não fazem com que eles pensem de verdade. Eles não são ensinados a ter raciocínio lógico. As escola públicas têm sido verdadeiras fábricas de emburrecimento da população. O sindicato que fiscaliza a educação é o NEA, o mesmo apóia o aborto livre, homossexualidade, abandono dos valores dos pais. 

"Se usarmos técnicas psicológicas para ensinar as crianças, seremos capazes de produzir uma convicção inabalável de que a neve é preta.”
Bertrand Russel, da Escola de Frankfurt.

No início do século XX, os socialistas introduziram-se na mídia e no sistema de ensino alemães. Dentre os seus objetivos estavam o ensino da sexualidade e da homossexualidade para as crianças, o incentivo ao consumo excessivo de álcool e a destruição da religião. 

“Nós vamos fazer o Ocidente tão corrupto a ponto de feder.”
Willi Münzenberg 

Um povo que tem Deus não precisa do "paraíso" que os comunistas estão vendendo. Eles sabem disso e por isso que querem tanto destruir a crença em Deus.

Antônio Gramsci pretendia criar um homem que almejasse um governo grande para cuidar dele do início ao fim de sua vida. A parte mais brilhante do seu plano, contudo, foi outra. Ele descobriu que poderia criar um homem que necessitasse tanto desse governo que seria tão estupidamente minimizado na sociedade a ponto de não querer cuidar de si mesmo.

O ambientalismo: verde por fora e vermelho por dentro

O último ponto tratado no documentário é o ambientalismo. Se alguém convence a sociedade de que o governo deve tomar conta da distribuição e utilização da energia, você convence essas mesmas pessoas que ele também deve cuidar dos aspetos mais íntimos de suas vidas. O Greenpeace foi tomado por esquerdistas radicais e tem sido usado por eles para destruir o capitalismo. Aumentando-se o preço da energia e diminuindo sua disponibilidades é possível controlar a produção. O aquecimento global é só mais uma de muitas farsas contada por eles aos americanos. Mesmo com tantas provas contra os esquerdistas, eles não irão largar a ferramenta que eles querem e lhes dão poder absoluto sobre o pretexto de salvar o planeta.

Quando o Partido Comunista se dissolveu, em 1992, os grupos que se formaram foram os "Comitês de correspondência”. Curtis Bowers passou a investigar esses comitês e observou que seus integrantes participavam ou apoiavam grupos irmãos. Eram a mesmas pessoas que estavam envolvidas nas campanhas do presidente Obama. Eles foram tão bem sucedidos que conseguiram colocar um dos seus na Casa Branca.

Assim, eles chegaram à fonte de tudo. Chegaram a todos os pontos: mídia, educação, economia. Aí reside o perigo: "Se a América cai economicamente, ela cai militarmente... Se a América cai.. todos nós vamos cair juntos".

"É tarde demais?”

Eis o último questionamento do documentário. Felizmente, a resposta é "não"! Não é tarde. Todos os que participaram do documentário asseguram que resta-nos algum tempo para reagir. A luta não acabou. Devemos divulgar essas informações e, acima de tudo, orar pela América. 

A guerra ainda pode ser vencida. 

**************************************************************

Débora Majesk Goulart, a autora deste relatório, é aluna do 3º ano do Ensino Médio do Colégio Adventista de Vitória. Registro os meus agradecimentos e reconhecimento.