“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

«O Mundo de Ponta-Cabeça»

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

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Os Genocídios e o Rosto Humano

domingo, 25 de agosto de 2019

Um sobrevivente do Campo de Concentração de Bergen-Belsen olhando através de uma cerca de arame farpado. Abril de 1945. 

"[Emmanuel] Levinas escreve que o rosto é o obstáculo ao assassinato, cuja visão faz que a mão do assassino se detenha. Seria ótimo se a afirmação de Levianas fosse verdadeira. Existe, porém, uma verdade contida nela. Pelo rosto o sujeito aparece em nosso mundo - e aparece cercado pela proibição. Ele é intocável, inviolável, consagrado. Não deve ser tratado como objeto, nem jogado no grande computador e reduzido a cálculos. Levinas escreveu atormentado, pensando no assassinato de seus próprios amigos e amigas no Holocausto. E certamente é adequado dizer que os genocídios do século XX só aconteceram porque os sujeitos foram primeiro reduzidos a objetos de modo que todos os rostos desapareceram. Isso foi obra do campo de concentração - e foi uma obra descrita para sempre por Primo Levi, por Soljenítsin e pela angelical Nijole Sadunaite, pessoas que mantiveram seu rosto, mesmo encarando a máquina que desfigurava."  

SCRUTON, Roger. O Rosto de Deus. Tradução de Pedro Sette-Câmara. 1. ed. São Paulo: É Realizações, 2015, p. 148-149.

Gamal Abdel Nasser (1918-1970)

sábado, 24 de agosto de 2019

Coronel e estadista egípcio, primeiro-ministro (1954-1956) e presidente (1956-1970). Foi o líder de um bem-sucedido golpe militar que, em 23 de julho de 1952, depôs o rei Farouk, instalou a república e alçou Muhammad Neguib à posição de presidente. Dois anos depois, Nasser derrubou Neguib, declarando-se primeiro-ministro. Em 1956, anunciou uma nova constituição unipartidária, tornando-se presidente pouco tempo depois. 

No auge da sua trajetória política, Nasser foi reconhecido como um dos principais nomes do pan-africanismo contemporâneo. Em sua obra mais famosa, A Filosofia da Revolução, Nasser defendeu que, além de africano, o Egito seria religiosamente islâmico e culturalmente árabe. O líder da Revolução de 1952 também seria conhecido como um Campeão do Pan-Arabismo

Em 1956, a decisão de Nasser de nacionalizar o Canal de Suez provocou o conflito armado com o Reino Unido, a França e Israel. Esse conflito terminou com o recuo dos atacantes britânicos, franceses e israelenses, após a pressão estadunidense. Nasser liderou também o Egito em duas guerras fracassadas contra Israel (1956 e 1967). Com considerável suporte soviético, lançou um programa de modernização interna, incluindo a construção da Represa Alta em Assuã. O lago criado em 1960 depois da construção da Represa de Assuã é chamado de Lago Nasser.  

Bibliografia consultada: LAW, Jonathan & WRIGHT, Edmund. Dicionário de História do Mundo. Belo Horizonte: Autêntica, 2013, p. 534.

«Considerações Sobre o Marxismo Ocidental»

quarta-feira, 21 de agosto de 2019

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«A Crise da Crise do Marxismo»

terça-feira, 20 de agosto de 2019

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«O Declínio da Idade Média»

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

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#15Fatos O Ódio a Israel

domingo, 18 de agosto de 2019

Nesse cartum antissemita do Hamas, americanos e israelenses são acusados de amplificarem a Shoah (Holocausto), em detrimento de genocídios supostamente piores que eles próprios teriam promovido ao longo da história. 
Fonte: Israellycool 

1. Israel tem sido alvo de inúmeras calúnias, bem como de um perverso julgamento com duplo padrão. Embora esteja longe de ser perfeito, Israel é um único e pequeno país democrático, próspero e respeitador dos direitos individuais e femininos em meio a vizinhos que vivem sob regimes autoritários, opressores e que tratam as mulheres como seres inferiores. Apesar disso, Israel é o principal alvo da ONU, que em 2012 lhe dirigiu 22 resoluções específicas condenatórias, e apenas quatro sobre o resto do mundo combinado (no caso, contra a Síria, Irã, Coreia do Norte e Myanmar). Israel também é o alvo preferencial dos intelectuais e da mídia do Ocidente. 

2. Yasser Arafat (1929-2004), pouco tempo após seu grupo promover atentados terroristas, discursou na ONU vestindo uniforme militar e carregando uma pistola sob o casaco. Seu discurso foi altamente beligerante, mas isso não impediu que seus espectadores o ovacionassem. Por outro lado, em janeiro de 2004, Kofi Annan, então secretário-geral da ONU, adotou a postura covarde de apelar que ambos os lados tentassem se livrar do ódio após um ataque palestino suicida que havia matado onze israelenses e feriu quase cinquenta pessoas. Como esperar da ONU alguma imparcialidade quando o assunto é Israel?  
  
3. A primeira acusação contra aquele país costuma dizer respeito ao próprio direito de a nação judaica existir. Muitos antissemitas se camuflam sobre o manto do ataque apenas a Israel, e não aos judeus. Mas isso é falso. Os judeus vivem naquela região há milênios, e desde 1880 judeus em número cada vez maior deixaram as nações onde viviam e se estabeleceram onde hoje é Israel. Várias nações surgiram por decisões políticas e diplomáticas, mas Israel parece ser a única julgada como não merecedora do direito de existir.   

4. As terras adquiridas pelos judeus no Oriente Médio não foram tomadas e colonizadas, mas sim compradas, muitas vezes de especuladores árabes que viviam no Líbano. Eram terras pobres, e os compradores eram refugiados de regimes opressores, que procuravam uma nova vida no lugar onde seus ancestrais viveram e de onde foram expulsos. Apesar de a Judeia ter sido rebatizada como Palestina no século I, quando os judeus sofreram a Diáspora pelos romanos, a região nunca deixou de ter um numeroso contingente judaico.   

5. Muitos judeus viviam pacificamente com os árabes, até que Maomé desferiu atrocidades contra seu novo inimigo, chegando a massacrar homens, mulheres e crianças judias. O ato mais cruel dos muçulmanos liderados por Maomé ocorreu na batalha contra o clã Bani Qurayzah, de judeus árabes. Os judeus foram derrotados e, na sequência, cerca de setecentos deles foram decapitados e enterrados em valas estreitas. O relato consta na biografia de Maomé escrita por Barnaby Rogerson.      

6. Para aqueles que repetem que o Islã prega a paz, é importante ler os trechos do Corão que ordena: "Quando enfrentardes os que descreem, golpeai-os no pescoço." Ainda assim, Tel Aviv foi uma cidade predominantemente judaica desde a sua fundação, em 1909. Não é verdade que Israel é colonizador. A Palestina sempre foi dividida em várias partes territoriais, mas não se pode dizer que os palestinos habitavam uma "nação" palestina antes da criação de Israel. A população da região, em 1911, compreendia grupos "étnicos" muito diferentes, falando cinquenta idiomas.      

7. Já na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), os árabes muçulmanos lutaram, em sua maioria, ao lado dos imperialistas otomanos. O primeiro estado palestino foi a Transjordânia, exclusivamente árabe. Nunca houve uma Palestina única, mas logo os líderes árabes começaram a exigir a eliminação de qualquer presença judaica na região. Os judeus ocuparam, legal e pacificamente, uma pequena parcela desse vasto território, transformada em nação, por medidas de segurança, após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Nessa altura, ficara claro que seria impossível a convivência entre judeus e muçulmanos - os líderes destes últimos, como Husayni (1895-1974), haviam apoiado abertamente o nacional-socialismo de Hitler (1889-1945), e dele recebido apoio para os progroms antissemitas na Palestina.   

8. Logo após sua fundação, Israel foi atacado por várias nações muçulmanas, lideradas pelo Egito. Civis inocentes do lado israelense eram os alvos, ao passo que as suas próprias bases militares eram cercadas por escudos civis, de modo a prejudicar a imagem de Israel frente à opinião pública. Em 1964, do "casamento" entre islamismo e comunismo, surgia a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), liderada por Arafat. Em 1967, uma nova guerra foi iniciada, desta vez graças a Gamal Nasser (1918-1970), líder egípcio que pretendia massacrar a população de Tel Aviv. Israel, no entanto, se antecipou e venceu a Guerra dos Seis Dias.   

9. Em outubro de 1973, em pleno feriado do Yom Kippur, Israel foi atacado de surpresa pela Síria e pelo Egito. Embora possua armas nucleares desde os anos 1960, Israel nunca as usou, mesmo nessa guerra absurda. E, novamente, venceu. Ainda assim, acusam de genocida aquele que se defende de forma moderada dos inimigos fanáticos, cujo único objetivo é "varrer Israel do mapa". O terrorismo, portanto, é adotado como prática recorrente a fim de exterminar o povo judeu.         

10. A existência do inimigo externo, contudo, serve como escusa ao totalitarismo interno. Yasser Arafat, ídolo de muitos esquerdistas até hoje, não negou tal objetivo, ao declarar que sua organização terrorista OLP planejava "eliminar o estado de Israel e estabelecer um Estado puramente palestino." Arafat, acusado de desviar milhões de dólares da OLP, prosseguiu afirmando que tornaria "a vida impossível para os judeus através de guerra psicológica e explosão populacional." Enquanto sua mulher e filha viviam confortavelmente na França, filhos de palestinos, alguns com apenas treze anos, eram mandados por ele, como bombas humanas, para o assassinato de civis israelenses.  

11. Num episódio, até mesmo um deficiente físico foi jogado ao mar em um sequestro de navio pelos terroristas palestinos. Suas ações incluíam bombas em sinagogas, discotecas, jardim-de-infância, aviões e centros comerciais. Ainda assim, a ONU e a comunidade internacional recebia Arafat como um respeitado líder; de fato, ele foi o co-vencedor do Nobel da Paz de 1994. Desta forma, os atentados terroristas se intensificaram. A Intifada de Arafat chegou ao ápice da violência simultaneamente ao pico de aprovação que ele recebia da esquerda. 

12. Note o duplo padrão de julgamento: a ocupação dos territórios palestinos da Cisjordânia e da Faixa de Gaza pela Jordânia e pelo Egito, respectivamente, jamais foi condenada pela ONU, tampouco mereceu a atenção de grupos defensores dos direitos humanos. O fato de os próprios árabes e muçulmanos serem os maiores assassinos dos palestinos nunca foi duramente criticado. Por outro lado, sempre que Israel mata um terrorista palestino em um ataque cirúrgico, a ação é classificada como "terrorismo de estado". Qualquer ação que Israel tome para combater o terrorismo e proteger seu povo será vista como condenável. 

13. Israel cedeu em praticamente tudo, inclusive aceitando um Estado Palestino com a capital em Jerusalém, o controle do Monte do Templo, a devolução de cerca de 95% da margem ocidental e toda a Faixa de Gaza, e uma compensação de 30 bilhões de dólares para os refugiados de 1948. O príncipe saudita Bandar (nascido em 1949) disse a Arafat que seria um crime rejeitar a generosa oferta, mas o líder da OLP escolheu o crime, uma vez que seu terrorismo dependia da manutenção do inimigo, o bode expiatório. E seu próprio povo, além do povo israelense, sofrem até hoje por essa intransigência obtusa.    

14. Quando a realidade israelense é comparada à miséria da maioria dos vizinhos, fica mais fácil compreender parte do antissemitismo atual. Obviamente, fatores religiosos e o interesse de autoridades islâmicas no clima de guerra também pesam. Mas as gritantes diferenças socioeconômicas sem dúvida adicionam lenha à fogueira (a renda per capita em Israel é de US$ 30 mil). Assim, a "esquerda caviar" toma o sucesso e o ambiente de liberdade e respeito às minorias que, no Oriente Médio, se restringem a Israel, e transforma isso em vilania, enquanto enaltece o lado palestino, onde mulheres são tratadas como inferiores e o indivíduo como submisso.   
  
15. O islamismo ainda não conheceu seu iluminismo. Assim, como o fascismo e o comunismo, o Islã trata o indivíduo como um meio sacrificável pelo "bem" coletivo. Essas ideologias abraçam verdadeiros cultos da morte, e toda a celebração pela vida é condenada. O aiatolá Khomeini chegou a declarar que não existiam piadas no Islã. A maioria dos terroristas islâmicos não é formada por miseráveis, e mais da metade dos terroristas suicidas da Palestina frequentaram a universidade. Portanto, esses inimigos de Israel não buscam "justiça social"; são, na verdade, movidos por fanatismo religioso, alimentado por um profundo senso de alienação e culpa por seus privilégios e desejos em uma sociedade que condena tais desejos e impulsos.

Bibliografia consultada: CONSTANTINO, Rodrigo. Esquerda Caviar: a hipocrisia dos artistas e intelectuais progressistas no Brasil e no mundo. 7ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2014, p. 173-188.

#15Fatos História do Irã no Séc. XX

sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Ruhollah Khomeini retorna do exílio, em plena Revolução Iraniana (1979).

1. No início do século XX, a Pérsia (o nome "Irã" só foi adotado em 1935) permanecia sob a dinastia turca dos Kadjars, que se equilibravam entre as pressões russas, de um lado, e as pressões britânicas de outro lado. Em 1907, a rivalidade entre as duas potências culminou num tratado que repartiu a Pérsia em duas zonas de influência.  

2. Durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), tropas russas e britânicas ocuparam a meseta do Irã com o pretexto de impedir que a Pérsia tomasse partido em favor dos Impérios Centrais (Alemanha, Império Austro-Húngaro e Itália [até 1915, quando mudou de lado]). 
  
3. O Xá Mozafer ed-Din (1896-1907), antes de morrer, prometeu uma constituição parlamentar, mas seu filho e sucessor, Mohamed Ali (1907-1909), após haver reunido o Parlamento, voltou ao absolutismo em 1908. Contudo, foi forçado a abdicar em 1909. A constituição persa adotada em 1906 vigorou até a revolução islâmica, embora não tenha sido aplicada entre 1911 e 1920, e entre 1941 e 1953.

4. Durante a Primeira Guerra Mundial, apesar de neutra, a Pérsia foi utilizada como campo de batalha tanto pelos anglo-russos como pelos turcos, aliados dos alemães. A Revolução Russa e a desintegração do Império Otomano deixaram o campo livre para a influência britânica, que estabeleceu um verdadeiro protetorado em 1919. A Pérsia, embora não tenha sido beligerante, sofreu as consequências do conflito mundial: a decadência e a miséria perturbaram a vida social e política. Uma revolta desencadeada no Ghilan levou o governo a designar, em fevereiro de 1921, o general Reza Khan para combater os rebeldes.     

5. Deve-se registrar aqui a incapacidade do shah Ahmed Shah de governar o país, cujas finanças se encontravam em desastrosa situação. Reza Khan compreendeu que o mal não se encontrava no Ghilan, "mas na casa imperial reinante, nos governos negligentemente pacíficos e corrompidos que se sucediam, na fraqueza dos homens. Mesmo que a insurreição fosse vencida, nada de essencial seria modificado. Era necessário atacar o mal em sua base e agir imediatamente."     

6. Reza Khan decidiu então marchar sobre a capital, destituiu os membros do governo e iniciou reformas políticas, financeiras e econômicas. O último Xá da dinastia Kadjars abandonou a Pérsia e se exilou em Paris. Houve um interregno com um fraco regente que se afastou do poder, e Reza Khan, ditador, acabou fundando a dinastia palavia. Assim, Reza Khan jurou fidelidade ao Irã, à constituição e, no dia seguinte (15 de dezembro de 1926), coroou-se. 

7. O novo Xá estimulou o desenvolvimento econômico e incentivou reformas com tendências ocidentais, mas tendo o cuidado de respeitar os ideais religiosos mantidos pelo poderoso clero xiita. Promoveu a reforma agrária, limitando os latifúndios; reformou os costumes, propiciando às mulheres uma participação social mais ativa, inclusive o acesso aos estudos; ainda criou tribunais seculares leigos e instituiu o serviço militar obrigatório. 

8. Em relação à infraestrutura, construiu estradas, ferrovias e importantes meios de irrigação. Quanto à exploração petrolífera, tratou com a Anglo Iranian Oil Company visando melhor participação estatal. Em 1935, determinou que a Pérsia passasse a se chamar Irã, isto é, o país dos arianos. Na política externa, Reza Pahlavi procurou libertar-se da tutela da União Soviética e da Grã-Bretanha e manter boas relações com os países limítrofes. A atuação governamental do Xá sofreu abalo com a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Teerã proclamou a sua neutralidade, mas a despeito disso o país foi invadido por britânicos e soviéticos após a União Soviética ser invadida pelos alemães (junho de 1941). Os britânicos e soviéticos retaliavam assim o governo iraniano por não ter expulsado numerosos conselheiros alemães que se encontravam no Irã.  

9. Com isso, Reza Pahlavi abdicou em favor de seu jovem filho, Mohammed Reza Pahlavi. Este autorizou a permanência de tropas estrangeiras no país e, consequentemente, a independência do Irã foi reconhecida na Conferência de Teerã (dezembro de 1943). Além disso, o Irã obteve lugar na ONU (1945). Ao final da guerra, houve um renascimento do nacionalismo iraniano, que se opunha à ingerência norte-americana, bem como à atuação da Anglo-Iranian Oil Company (AIOC).  

10. O Partido Comunista (Tudeh), organizado sob a proteção soviética, formou governos autônomos no Azerbaijão e no Curdistão. Um atentado contra o Xá em 1949 resultou na dissolução do Tudeh, seguida de uma reforma de caráter liberal da constituição. O apoio financeiro dos Estados Unidos ao país levou à radicalização da oposição nacionalista contrária não só à ingerência americana como também à atuação Anglo-Iraniana. Em março de 1951, o parlamento proclamou a nacionalização do petróleo.

11. Em 1953, o primeiro-ministro Mohammed Mossadecq (1881-1967), que havia ratificado a nacionalização sem a devida indenização, foi destituído e preso. Com isso, o Xá começou a exercer um poder ditatorial. Além disso, pelas décadas de 1960 a 1970, Reza Pahlavi promoveu uma política de ocidentalização no Irã. A alta do petróleo, em 1973, acelerou os projetos de industrialização do país, que se encontrava sob plena influência dos Estados Unidos.    

12. Apesar disso, desenvolveu-se um movimento nacionalista revolucionário com a predominância do clero xiita, cujos interesses eram lesados pelo soberano. Tal movimento recebia a inspiração do ayatollah Khomeini (1902-1989). Este, em 1978, exilou-se na França. Após fortes manifestações hostis durante o ano de 1978, o Xá viu-se forçado a abandonar o país em janeiro de 1979.  
  
13. No mês seguinte à queda do Xá, Ruhollah Khomeini regressou a Teerã e foi recebido triunfalmente por uma multidão de cerca de quatro milhões de pessoas. O líder xiita monopolizou a oposição ao Xá, oposição esta formada de diversas correntes ideológicas. Khomeini encarnou uma revolução islâmica e passou a deter a autoridade suprema no Estado. 

14. Em setembro de 1980, tropas do Iraque invadiram o Irã. A agressão suscitou forte onda patriótica que fortaleceu Khomeini, permitindo-lhe afastar os aliados políticos cujos ideais não lhe agradavam. Em 1983, os iraquianos foram repelidos para fora do país, mas só em 1988, sob a égide da ONU, foi estabelecido um cessar-fogo entre as duas nações. Cerca de um milhão de pessoas morreram no conflito, que terminou num impasse. 

15. Khomeini morreu em junho de 1989, deixando o país isolado na área internacional. Em 1997, foi eleito para a presidência da República o reformador Muhammad Khatami. Apesar disso, o sucessor de Khomeini, escolhido por um conselho de líderes religiosos, é Khamenei, que, com seus aliados, controla o exército, a polícia, o Poder Judiciário e a guarda revolucionária. Desta forma, não há sinais de fragilidade por parte da teocracia islâmica que controla o Irã. Pelo contrário, o país prossegue com um controverso programa nuclear, ameaça Israel, financia terroristas e oprime minorias, como cristãos e homossexuais (estes, muitas vezes, são pressionados a mudar de sexo para não serem mortos).   
  
Bibliografia consultada: GIORDANI, Mário Curtis. História do Século XX. Aparecida, São Paulo: Ideias & Letras, 2012, p. 524-528.

#15Fatos Genocídio Cambojano

segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Uma criança-soldado com um crânio na ponta do seu rifle. Dei Kraham, Camboja, 1973. Fonte: Cambodian Genocide. 

1. De Mao Zedong a Pol Pot, a filiação é óbvia. Pol Pot, no entanto, buscou aplicar o comunismo integral imediatamente, abolindo a moeda, completando a coletivização integral em menos de dois anos, suprimindo as diferenças sociais pelo aniquilamento do conjunto das camadas proprietárias, intelectuais e comerciantes e acabando com o antagonismo milenar entre campos e cidades pela supressão, em apenas uma semana, destas últimas. 

2. Pol Pot acreditava que havia se elevado mais alto do que Marx, Lênin, Stálin e Mao Zedong. De fato, em termos de horror, o comunismo cambojano superou a todos os outros, e deles diferiu. O exercício de seu poder (três anos e oito meses) foi breve e os Khmers vermelhos nos deixaram poucas palavras e escritos. Por isso, é desafiador investigar a fundo o genocídio cambojano. Apesar das dificuldades, à toda a humanidade cabe hoje o papel de denunciar o genocídio cambojano. Pin Yathay, por exemplo, vagou um mês pela selva, sozinho, esfomeado, para testemunhar tal genocídio. Ele queria mostrar como o Camboja "fora arrasado, e atirado de volta para a era pré-histórica...".  
  
3. Comunismo tardio, o Camboja foi também o primeiro a dissociar-se do sistema comunista (1979), pelo menos na sua forma radical. A estranha "democracia popular" que sucedeu, durante a década da ocupação militar vietnamita, encontrou o seu fundamento ideológico quase único na condenação da "quadrilha genocida Pol Pot-Ieng Sary". A conjugação de uma situação geográfica (a longa fronteira com o Vietnã e o Laos) e uma conjuntura histórica (a Guerra do Vietnã, em plena escalada a partir de 1964), exerceu a sua força indubitavelmente decisiva.      

4. O reino Khmer, protetorado francês desde 1863, escapou mais ou menos à guerra da Indochina (1946-1954). O rei Sihanuk, valendo-se de suas boas relações com Paris, lançou-se numa pacífica "cruzada para a independência", em 1953. Mas, com o início da Guerra do Vietnã, a situação tornou-se complexa e faltava-lhe capacidade para enfrentá-la; assim, em março de 1970, foi derrubado pelo seu próprio governo e pela Assembleia, com a benção da CIA. A minoria vietnamita passou a sofrer terríveis progroms. O governo do Vietnã do Norte decidiu apoiar a fundo os Khmers vermelhos e a ocupar a maior parte do país em nome deles, ou melhor, em nome de Sianuk.  

5. Sianuk associou-se, portanto, aos seus piores inimigos da véspera - os comunistas locais - furioso com a humilhação que sofreu ao ser deposto. Os comunistas "monarquistas" bateram-se, pois, contra a República Khmer. Esta precisou apelar à ajuda americana e teve de aceitar uma vã intervenção dos soldados da infantaria sul-vietnamita. Assim, os bombardeiros americanos, principalmente, despejaram 540 mil toneladas de explosivos sobre as zonas de combate no Camboja. Os ataques atrasaram o avanço dos Khmers vermelhos, mas asseguraram-lhes um forte recrutamento rural devido ao ódio suscitado contra os Estados Unidos.     

6. Tanto sofrimento levou a conquista de Phnom Penh, em 17 de abril de 1975, e das últimas cidades republicanas, a ser recebida pelos próprios vencidos com um alívio quase generalizado. Entretanto, os sinais não eram bons. Fontes sugerem o massacre de uma dezena de milhares de pessoas durante a tomada da antiga capital real, Udong, em 1974. À medida que os Khmers vermelhos progrediam com a "libertação", o país era coberto com "Centros de Reeducação". No Camboja, ao contrário do Vietnã, parece ter sido decidido desde o início que o destino mais natural para qualquer detido seria a morte.      

7. As deportações em massa de civis já ocorriam em 1973, e Kratié, a primeira cidade relativamente importante a ser conquistada, foi inteiramente esvaziada de sua população. Apesar disso, o esvaziamento integral de Phnom Penh, logo após a vitória (1975), foi um choque tão inesperado para os seus habitantes quanto para a opinião mundial. A população dali, contudo, estava bem alimentada e não sofreu, no primeiro momento, brutalidades sistemáticas.  

8. Os soldados derrotados e os recalcitrantes, entretanto, foram mortos. Além dessas vítimas diretas, houve vítimas indiretas (pessoas hospitalizadas forçadas a deixar a cidade, suicidas - em alguns casos, famílias inteiras). No total, cerca de dez mil morreram de uma população que girava entre 2 e 3 milhões de habitantes. Sob o pretexto de poder servir ao novo regime na capital, procurava-se selecionar o maior número de funcionários de grau médio ou superior, e sobretudo oficiais do exército. A maioria foi imediatamente liquidada, ou pereceu pouco depois na prisão.  

9. A afluência dos citadinos perturbava a vida rural e o equilíbrio entre recursos e consumo. Logo a coletivização passou a ser total. O destino dos antigos servidores do Estado e dos intelectuais foi trágico - eles foram "expurgados", muitas vezes até ao seu completo desaparecimento, incluindo muito frequentemente, a partir de 1978, mulheres e crianças.         

10. Além de terem ruralizado a quase-totalidade da população cambojana, os dirigentes do Partido Comunista do Kampuchea (PCK), forçaram os deportados a novos deslocamentos, após já terem se estabelecido em algum ponto do interior. Assim, não são raros os casos de três ou quatro deportações sucessivas. O regime pretendia com isso impedir qualquer laço duradouro entre os deportados, que pudesse ser politicamente perigoso e "proletarizar" continuamente os "Novos" (termo que diferenciava os citadinos deportados dos camponeses). 

11. Além disso, as sucessivas deportações visavam estabelecer um controle completo sobre os fluxos de população, permitindo o lançamento de grandes frentes de trabalho e a valorização agrícola das montanhas e matagais subpovoados da periferia do país. Finalmente, não resta dúvida de que os dirigentes comunistas também buscavam eliminar um máximo de "bocas inúteis" (idosos, doentes, etc.), um mecanismo sinistro de "seleção natural".  

12. Os anos entre 1976 e 1979 foram marcados pelos expurgos e pelos grandes massacres. Suspeitas de traição devoravam o PCK. Sem julgamentos, e normalmente até sem acusação formal, todos os prisioneiros eram assassinados, ao fim de terríveis torturas. Tratava-se esmagar todos aqueles que pudessem um dia ameaçar a preeminência de Pol Pot. A paranoia parecia uma caricatura dos piores excessos stalinistas. 

13. As conspirações imaginárias se espalharam continuamente, as "redes" se multiplicaram. Entretanto, apenas na zona Leste a retomada do poder assumiu proporções propriamente genocidiárias. Houve ali uma curta guerra civil, em maio-junho de 1978. Os habitantes, "vietnamitas em corpos Khmers", foram alvos da repressão mais extrema. De maio a dezembro de 1978, entre 100 e 250 mil pessoas foram massacradas de um total de 1,7 milhão de habitantes.    

14. A partir de julho, os sobreviventes foram deportados para outras zonas, onde eles estavam destinados a ser progressivamente exterminados. Às vésperas do desmoronamento do regime, as pessoas passaram a ser exterminadas de forma indiscriminada; os Khmers passaram a exigir, por vezes, a ajuda da população. A "revolução" tornava-se realmente louca. A dimensão das fugas para o estrangeiro prova que o poder Khmer vermelho conduzira ao desespero uma grande parte dos cambojanos (fugitivos capturados sempre eram punidos com a morte). Assim, em outubro de 1977, 60 mil cambojanos encontravam-se no Vietnã.  
  
15. Nesse sentido, a chegada dos vietnamitas, em janeiro de 1979, foi sentida pela grande maioria dos cambojanos como uma "libertação" (a sua designação oficial até hoje). Os Khmers, em fuga, cometeram as derradeiras atrocidades: em inúmeras prisões, entre as quais Tuol Sleng, praticamente não houve ninguém para libertar. Muitos, mais tarde, se desencantaram com os vietnamitas, mas em 1978 uma quantidade incalculável de cambojanos foi salva da morte pelas divisões blindadas vietnamitas.    
  
Bibliografia consultada: COURTOIS, Stéphane et al. O Livro Negro do Comunismo - crimes, terror e repressão. Tradução de Caio Meira. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2019, p. 686-699.

Seminário "Faces da Era dos Extremos"

domingo, 11 de agosto de 2019

O breve século XX (1914-1991), ou "Era dos Extremos" (Eric Hobsbawm), foi marcado pelas revoluções. Algumas tiveram um caráter mais pacífico, como a promovida por Gandhi na Índia; outras, porém, como a capitaneada por Pol Pot e o Khmer Vermelho no Camboja, promoveram genocídios. O nacionalismo e/ou o marxismo exerceram enorme influência sobre quase todos esses movimentos revolucionários.

Assim, os alunos do 9º ano do CAV apresentarão um resumo das biografias abaixo. Deverão se concentrar em pesquisar fontes bibliográficas, e evitar sites e blogs (especialmente a Wikipédia). Pelo menos um livro deverá ser citado, e a bibliografia básica indicada é obrigatória. Recomendo a todos que consultem A História do Século XX, de Martin Gilbert. Como sugestão, alguns livros da Biblioteca Central (BC) da UFES foram referenciados. Entre parênteses está o endereço dos mesmos no acervo da BC-UFES. Mas, atenção, antes de sair de casa, não se esqueça de consultar o site da BC-UFES a fim de confirmar se o livro está disponível para consulta. 

Além disso, indico textos de apoio de um livro da biblioteca do CAV. Eis a referência: 

MARQUES, Adhemar Martins et. al. História do Tempo Presente. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2007. Localização no acervo: 909.82 M3573h v. 7     

O seminário será apresentado entre 12 e 15 minutos, com o auxílio de slides que seguirão o seguinte Modelo de PowerPoint. As apresentações seguirão a sequência abaixo, sendo duas ou três por aula. Além dos principais dados biográficos, uma visão geral da causa, movimento político ou revolução em questão deverá ser apresentada. O grupo deverá trazer também a sugestão de filme ou de documentário que considere mais relevante sobre o tema. Cada aluno deverá apresentar um resumo manuscrito da bibliografia básica indicada. 

Atenção: ao se apresentar as biografias, deve-se evitar o maniqueísmo (concepção da realidade através de polarização entre o bem e o mal). Ainda que as virtudes de alguns se sobressaiam, ao passo que no caso de vários outros a brutalidade e a psicopatia sejam os traços dominantes, busquem, tanto quanto possível, compreender essas personalidades dentro de seu contexto particular e histórico (em geral, as lutas pela descolonização e a Guerra Fria).     

1. Mohandas K. Gandhi (1869-1948), Índia
Bibliografia básica: Gandhi: a Ambição Nua (Capítulos 8-11)
Texto de apoio: "A Não-Violência", in: MARQUES, 2007: p. 55-57.

2. David Ben-Gurion (1886-1973), Israel
Bibliografia básica: A Invenção da Terra de Israel (Cap. 4 - Sionismo versus Judaísmo)
Livro opcional: Ben Gurion (929 B456)
Biografia em inglês: A State at Any Cost 

3. Ho Chi Minh (1890-1969), Vietnã
Bibliografia básica: Do Colonialismo ao Comunismo (Cap. 3 - Ho Chi Minh - o Herói Nacional)
Livro opcional: Ho Chi Minh (929 H678h)
Discursos selecionados: Ho Chi Minh - Vida e Obra 
Biografia em inglês: Ho Chi Minh - A Biography
Texto de apoio: "Vietnã, a longa guerra", in: MARQUES, 2007: p. 57-59.

4. Mao Tsé-Tung (1893-1976), China
Bibliografia básica: Tiranos
Livro opcional: A Grande Fome de Mao
Texto de apoio: "Guarda Vermelha: Pesadelo nas ruas", in: MARQUES, 2007: p. 99-102. 

5. Ruhollah M. Khomeini (1902-1989), Irã
Bibliografia básica: A Revolução Iraniana (Capítulos 4-7)
Biografia em inglês: Ayatollah Ruhollah Khomeini 
HQ: Persépolis 
Post#15Fatos A História do Irã no Séc. XX

6. Gamal Abdel Nasser (1918-1970), Egito 
Bibliografia básicaGamal Abdel Nasser: Campeão do Pan-Arabismo
Artigo opcional: Nacionalismo Árabe e Pan-Arabismo    
Livro opcional: Nasser e a revolução egípcia (962 M287n)
Texto de apoio: "A política externa da República Árabe Unida", in: MARQUES, 2007: p. 170-172.

7. Nelson R. Mandela (1918-2013), África do Sul
Bibliografia básica: Mandela - Meu Prisioneiro, Meu Amigo
Livro opcionalUm Longo Caminho para a Liberdade
Texto de apoio: "O Apartheid", in: MARQUES, 2007: p. 53-54. 

8. Pol Pot (1925-1998), Camboja
Bibliografia básica: Tiranos
Livro opcional: O Livro Negro do Comunismo (329.15 L788)
Post sobre o genocídio cambojano aqui.

9. Ernesto Rafael Guevara de la Serna (1928-1967), Cuba
Bibliografia básica: Che Guevara - Uma Biografia (Parte 3 - Criando o Novo Homem)
Livro opcionalDossiê Che Guevara

10. Martin Luther King Jr. (1929-1968), Estados Unidos 
Bibliografia básica: A autobiografia de Martin Luther King Jr.
Livro opcional: Um Apelo à Consciência
Texto de apoio: "A segregação racial nos Estados Unidos", in: MARQUES, 2007: p. 198-199.

11. Yasser Arafat (1929-2004), Palestina
Bibliografia básica: A Questão da Palestina (Cap. 3 - Rumo à autodeterminação palestina)
Obra opcional: Terror e esperança na Palestina (953A664t)
Texto de apoio: "A ideologia do Al-Fatah", in: MARQUES, 2007: p. 174-175. 
No post #15Fatos O Ódio a Israel, há informações sobre Arafat e a OLP. 

A Operação da Manchúria

sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Um fuzileiro naval soviético acena com o estandarte da marinha soviética para os aviões de seu país, logo após a vitória sobre as tropas japonesas em Port Arthur, no sul da Manchúria. 
Foto de Yevgeni Khaldei (agosto de 1945).

Além do lançamento da bomba atômica contra Nagasaki, no Japão, o dia 9 de agosto de 1945 entrou para a história por um outro motivo. Nesse dia, a União Soviética iniciou a invasão da Manchúria, a última campanha da Segunda Guerra Mundial, e a maior da Guerra Soviético-Japonesa de 1945. A ofensiva terminaria com a libertação da Manchúria, Mongólia interior e Coreia do Norte, bem como o colapso dos estados títeres japoneses. 

Em 10 de agosto, 650 soldados japoneses, entre os 850 em ação, foram mortos ou feridos num duro combate em Pingyanchen. No dia seguinte, as forças da marinha soviética iniciavam um bombardeamento à região sul da ilha de Sakhalin. Ao longo de 12 de agosto, os japoneses utilizaram soldados de infantaria suicidas para tentar deter os tanques soviéticos. No dia seguinte, porém, os tanques conseguiram atingir os reforços de infantaria, em Hualin, enquanto ainda se encontravam a bordo de seu trem, matando novecentos homens antes que pudessem escapar dos vagões. 

Por volta da meia-noite de 14 de agosto, as forças soviéticas haviam avançado mais de 400 quilômetros pelo interior da Manchúria, ocupando Mukden; ao mesmo tempo, haviam desembarcado em Sakhalin e nas ilhas Curilas, tornando ainda mais urgente que os americanos e os britânicos forçassem os japoneses à rendição. De fato, ao meio-dia do dia 15 de agosto, por meio de uma transmissão de rádio, o imperador nipônico informava aos seus súditos que o Japão aceitaria os termos da rendição incondicional. 

Apesar disso, na Manchúria, e especialmente ao redor de Mutanchiang, as forças japonesas continuaram a lutar ao longo dos dias 16, 17, 18 e 19 de agosto contra os atacantes soviéticos. No fim das batalhas, haviam morrido 8.219 soldados soviéticos. Os japoneses haviam perdido mais de 40 mil homens. Na noite de 19 de agosto, após novos avanços soviéticos em Hutou, centenas de japoneses se suicidaram com granadas para evitar a desonra da captura. 

Em 23 de agosto, os russos ocuparam Port Arthur; a derrota perante os japoneses, quarenta anos antes, foram vingada. A conquista russa do sul de Sakhalin completava-se passados dois dias. A União Soviética, como os Estados Unidos, era agora uma potência vitoriosa no Pacífico. 

Adaptado de GILBERT, Martin. A Segunda Guerra Mundial - os 2174 dias que mudaram o mundo. Tradução de Ana Luísa Faria e Miguel Serras Pereira. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2014, p. 877-883.

«As Barbas do Imperador» [HQ]

terça-feira, 6 de agosto de 2019

Baixe gratuitamente aqui.

Uma Conversa com Roger Scruton

segunda-feira, 5 de agosto de 2019