“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

#15Fatos O Ódio a Israel

domingo, 18 de agosto de 2019

Nesse cartum antissemita do Hamas, americanos e israelenses são acusados de amplificarem a Shoah (Holocausto), em detrimento de genocídios supostamente piores que eles próprios teriam promovido ao longo da história. 
Fonte: Israellycool 

1. Israel tem sido alvo de inúmeras calúnias, bem como de um perverso julgamento com duplo padrão. Embora esteja longe de ser perfeito, Israel é um único e pequeno país democrático, próspero e respeitador dos direitos individuais e femininos em meio a vizinhos que vivem sob regimes autoritários, opressores e que tratam as mulheres como seres inferiores. Apesar disso, Israel é o principal alvo da ONU, que em 2012 lhe dirigiu 22 resoluções específicas condenatórias, e apenas quatro sobre o resto do mundo combinado (no caso, contra a Síria, Irã, Coreia do Norte e Myanmar). Israel também é o alvo preferencial dos intelectuais e da mídia do Ocidente. 

2. Yasser Arafat (1929-2004), pouco tempo após seu grupo promover atentados terroristas, discursou na ONU vestindo uniforme militar e carregando uma pistola sob o casaco. Seu discurso foi altamente beligerante, mas isso não impediu que seus espectadores o ovacionassem. Por outro lado, em janeiro de 2004, Kofi Annan, então secretário-geral da ONU, adotou a postura covarde de apelar que ambos os lados tentassem se livrar do ódio após um ataque palestino suicida que havia matado onze israelenses e feriu quase cinquenta pessoas. Como esperar da ONU alguma imparcialidade quando o assunto é Israel?  
  
3. A primeira acusação contra aquele país costuma dizer respeito ao próprio direito de a nação judaica existir. Muitos antissemitas se camuflam sobre o manto do ataque apenas a Israel, e não aos judeus. Mas isso é falso. Os judeus vivem naquela região há milênios, e desde 1880 judeus em número cada vez maior deixaram as nações onde viviam e se estabeleceram onde hoje é Israel. Várias nações surgiram por decisões políticas e diplomáticas, mas Israel parece ser a única julgada como não merecedora do direito de existir.   

4. As terras adquiridas pelos judeus no Oriente Médio não foram tomadas e colonizadas, mas sim compradas, muitas vezes de especuladores árabes que viviam no Líbano. Eram terras pobres, e os compradores eram refugiados de regimes opressores, que procuravam uma nova vida no lugar onde seus ancestrais viveram e de onde foram expulsos. Apesar de a Judeia ter sido rebatizada como Palestina no século I, quando os judeus sofreram a Diáspora pelos romanos, a região nunca deixou de ter um numeroso contingente judaico.   

5. Muitos judeus viviam pacificamente com os árabes, até que Maomé desferiu atrocidades contra seu novo inimigo, chegando a massacrar homens, mulheres e crianças judias. O ato mais cruel dos muçulmanos liderados por Maomé ocorreu na batalha contra o clã Bani Qurayzah, de judeus árabes. Os judeus foram derrotados e, na sequência, cerca de setecentos deles foram decapitados e enterrados em valas estreitas. O relato consta na biografia de Maomé escrita por Barnaby Rogerson.      

6. Para aqueles que repetem que o Islã prega a paz, é importante ler os trechos do Corão que ordena: "Quando enfrentardes os que descreem, golpeai-os no pescoço." Ainda assim, Tel Aviv foi uma cidade predominantemente judaica desde a sua fundação, em 1909. Não é verdade que Israel é colonizador. A Palestina sempre foi dividida em várias partes territoriais, mas não se pode dizer que os palestinos habitavam uma "nação" palestina antes da criação de Israel. A população da região, em 1911, compreendia grupos "étnicos" muito diferentes, falando cinquenta idiomas.      

7. Já na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), os árabes muçulmanos lutaram, em sua maioria, ao lado dos imperialistas otomanos. O primeiro estado palestino foi a Transjordânia, exclusivamente árabe. Nunca houve uma Palestina única, mas logo os líderes árabes começaram a exigir a eliminação de qualquer presença judaica na região. Os judeus ocuparam, legal e pacificamente, uma pequena parcela desse vasto território, transformada em nação, por medidas de segurança, após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Nessa altura, ficara claro que seria impossível a convivência entre judeus e muçulmanos - os líderes destes últimos, como Husayni (1895-1974), haviam apoiado abertamente o nacional-socialismo de Hitler (1889-1945), e dele recebido apoio para os progroms antissemitas na Palestina.   

8. Logo após sua fundação, Israel foi atacado por várias nações muçulmanas, lideradas pelo Egito. Civis inocentes do lado israelense eram os alvos, ao passo que as suas próprias bases militares eram cercadas por escudos civis, de modo a prejudicar a imagem de Israel frente à opinião pública. Em 1964, do "casamento" entre islamismo e comunismo, surgia a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), liderada por Arafat. Em 1967, uma nova guerra foi iniciada, desta vez graças a Gamal Nasser (1918-1970), líder egípcio que pretendia massacrar a população de Tel Aviv. Israel, no entanto, se antecipou e venceu a Guerra dos Seis Dias.   

9. Em outubro de 1973, em pleno feriado do Yom Kippur, Israel foi atacado de surpresa pela Síria e pelo Egito. Embora possua armas nucleares desde os anos 1960, Israel nunca as usou, mesmo nessa guerra absurda. E, novamente, venceu. Ainda assim, acusam de genocida aquele que se defende de forma moderada dos inimigos fanáticos, cujo único objetivo é "varrer Israel do mapa". O terrorismo, portanto, é adotado como prática recorrente a fim de exterminar o povo judeu.         

10. A existência do inimigo externo, contudo, serve como escusa ao totalitarismo interno. Yasser Arafat, ídolo de muitos esquerdistas até hoje, não negou tal objetivo, ao declarar que sua organização terrorista OLP planejava "eliminar o estado de Israel e estabelecer um Estado puramente palestino." Arafat, acusado de desviar milhões de dólares da OLP, prosseguiu afirmando que tornaria "a vida impossível para os judeus através de guerra psicológica e explosão populacional." Enquanto sua mulher e filha viviam confortavelmente na França, filhos de palestinos, alguns com apenas treze anos, eram mandados por ele, como bombas humanas, para o assassinato de civis israelenses.  

11. Num episódio, até mesmo um deficiente físico foi jogado ao mar em um sequestro de navio pelos terroristas palestinos. Suas ações incluíam bombas em sinagogas, discotecas, jardim-de-infância, aviões e centros comerciais. Ainda assim, a ONU e a comunidade internacional recebia Arafat como um respeitado líder; de fato, ele foi o co-vencedor do Nobel da Paz de 1994. Desta forma, os atentados terroristas se intensificaram. A Intifada de Arafat chegou ao ápice da violência simultaneamente ao pico de aprovação que ele recebia da esquerda. 

12. Note o duplo padrão de julgamento: a ocupação dos territórios palestinos da Cisjordânia e da Faixa de Gaza pela Jordânia e pelo Egito, respectivamente, jamais foi condenada pela ONU, tampouco mereceu a atenção de grupos defensores dos direitos humanos. O fato de os próprios árabes e muçulmanos serem os maiores assassinos dos palestinos nunca foi duramente criticado. Por outro lado, sempre que Israel mata um terrorista palestino em um ataque cirúrgico, a ação é classificada como "terrorismo de estado". Qualquer ação que Israel tome para combater o terrorismo e proteger seu povo será vista como condenável. 

13. Israel cedeu em praticamente tudo, inclusive aceitando um Estado Palestino com a capital em Jerusalém, o controle do Monte do Templo, a devolução de cerca de 95% da margem ocidental e toda a Faixa de Gaza, e uma compensação de 30 bilhões de dólares para os refugiados de 1948. O príncipe saudita Bandar (nascido em 1949) disse a Arafat que seria um crime rejeitar a generosa oferta, mas o líder da OLP escolheu o crime, uma vez que seu terrorismo dependia da manutenção do inimigo, o bode expiatório. E seu próprio povo, além do povo israelense, sofrem até hoje por essa intransigência obtusa.    

14. Quando a realidade israelense é comparada à miséria da maioria dos vizinhos, fica mais fácil compreender parte do antissemitismo atual. Obviamente, fatores religiosos e o interesse de autoridades islâmicas no clima de guerra também pesam. Mas as gritantes diferenças socioeconômicas sem dúvida adicionam lenha à fogueira (a renda per capita em Israel é de US$ 30 mil). Assim, a "esquerda caviar" toma o sucesso e o ambiente de liberdade e respeito às minorias que, no Oriente Médio, se restringem a Israel, e transforma isso em vilania, enquanto enaltece o lado palestino, onde mulheres são tratadas como inferiores e o indivíduo como submisso.   
  
15. O islamismo ainda não conheceu seu iluminismo. Assim, como o fascismo e o comunismo, o Islã trata o indivíduo como um meio sacrificável pelo "bem" coletivo. Essas ideologias abraçam verdadeiros cultos da morte, e toda a celebração pela vida é condenada. O aiatolá Khomeini chegou a declarar que não existiam piadas no Islã. A maioria dos terroristas islâmicos não é formada por miseráveis, e mais da metade dos terroristas suicidas da Palestina frequentaram a universidade. Portanto, esses inimigos de Israel não buscam "justiça social"; são, na verdade, movidos por fanatismo religioso, alimentado por um profundo senso de alienação e culpa por seus privilégios e desejos em uma sociedade que condena tais desejos e impulsos.

Bibliografia consultada: CONSTANTINO, Rodrigo. Esquerda Caviar: a hipocrisia dos artistas e intelectuais progressistas no Brasil e no mundo. 7ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2014, p. 173-188.

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