“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

499 Anos da Reforma Protestante

segunda-feira, 31 de outubro de 2016


Assista ao documentário Reforma: O Indivíduo Diante de Deus

Doc. 'Histórias do Brasil'

domingo, 30 de outubro de 2016

Antes do Brasil (Parte 1/10)


Colonização (Parte 2/10)


Guerra pelo Açúcar (Parte 3/10)

As demais partes entram na reprodução automática do YouTube. 

Qual Deus você tem apresentado?

sábado, 29 de outubro de 2016


Hoje uma garota me perguntou: "Quem é Deus?". Ela disse que observava as pessoas que se diziam "de Deus" mas, infelizmente, davam um péssimo testemunho. Não se engane, as pessoas que não conhecem a Cristo estão sempre observando o nosso comportamento.

Deus é espírito que criou e rege o universo. Deus derramou bondade e misericórdia em nossa vida e sussurra através da Sua Palavra o caminho que devemos seguir. Mas algumas pessoas religiosas acabam exagerando ao exigirem o que Deus não cobra e, muitas vezes, pregando o que a Bíblia não diz. Assim, ao invés de atrair, acabam afastando as pessoas da igreja e, principalmente, de Deus.

Alguns supostos representantes de Cristo, com seus discursos incisivos, fazem o cristianismo parecer algo ruim e inalcançável. Na verdade, o cristianismo nada mais é do que imitar as virtudes de Jesus, obedecer aos mandamentos e ser amigo de Deus. "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento" e ao próximo como a ti mesmo, são os dois grandes mandamentos da Lei (Mt 22, 36-39).

Julgamentos indevidos, proibições exageradas e preconceitos não condizem com o cristianismo. O apóstolo Paulo, por exemplo, escreveu aos efésios que devemos falar a verdade com espírito de amor, crescer em tudo até alcançarmos a altura espiritual de Cristo (Ef 4, 15). Assim, evangelizar não significa impor aos outros nossas opiniões. Um aspecto importante do evangelismo é a forma como os cristãos vivem em amor na comunidade e uns com os outros. Jesus Cristo proclamou: "Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros" (Jo 13, 34-35).

O Senhor Jesus exaltava os mandamentos, mas também ensinava com amor. O Salvador falava do Juízo Final e da destruição eterna, mas nunca se esquecia do perdão e da misericórdia de Deus. Não deveríamos fazer o mesmo?

Você acha que as pessoas que ainda não se converteram são "cabeça-dura"? Mas, que tipo de testemunho você tem apresentado? Que tipo de evangelho você tem proclamado ao mundo? Talvez você esteja apresentando um Deus tirano demais e tenha se esquecido do Deus de misericórdia e de infinita bondade.

**************************************************************
Brenda Fernandes, a autora desta reflexão publicada no boletim de sua igreja, é aluna do 1º ano do Ensino Médio do Colégio Adventista de Vitória. Registro os meus sinceros agradecimentos.

Raio X da Violência no Brasil

sexta-feira, 28 de outubro de 2016


O Brasil ceifa mais vidas do que a guerra civil síria. É o que acaba de revelar o 10º Anuário Brasileiro de Segurança. Saiba mais: ouça no site da CBN o comentário que Renato Sérgio de Lima, diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Pérola de Mencken

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Sobre as Invasões das Escolas Públicas

quarta-feira, 26 de outubro de 2016


Um espectro ronda o Brasil. Trata-se do fantasma da truculência, do obscurantismo e da boçalidade. O vídeo abaixo fala por si só. Assista-o e compartilhe-o. 

P.s. Para os baderneiros que invadem instituições públicas e impedem estudantes, pais e demais cidadãos de usufruírem de seus direitos constitucionais, indico a leitura da PEC 241/2016. Estudar faz bem.


Pérola de Mises

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Série 'Cultura do Açúcar'

domingo, 23 de outubro de 2016


Episódio 1


Episódio 2


Episódio 3

Doc. 'Os deuses substitutos'

sábado, 22 de outubro de 2016



Quais são os paralelos entre os diversos mitos antigos e os super-heróis? E os paralelos entre eles e o Grande Conflito narrado na Bíblia? Considerando que os super-heróis dos quadrinhos são baseados em mitos clássicos, será que o diabo está nos cegando quanto ao maior evento sobrenatural que o mundo jamais testemunhará, a segunda vinda de Cristo? Num momento crucial da História, em que os super-heróis são cada vez mais populares (por exemplo, a mais nova embaixadora da ONU é a Mulher-Maravilha!), é crucial refletir sobre essas questões.

Saiba mais sobre esse assunto e muito mais. Assista e divulgue o documentário OS dEUSES SUBSTITUTOS

Atenção! O vídeo só estará disponível gratuitamente até o dia 28 de outubro de 2016. Depois, interessados poderão comprar o DVD no site Fatos Incríveis.

41 Anos da Morte de Herzog

sexta-feira, 21 de outubro de 2016


Há pouco mais de quatro anos, o Tribunal de Justiça de São Paulo determinou a retificação do atestado de óbito do jornalista Vladimir Herzog. No lugar de suicídio, o documento passou a constar que a morte "decorreu de lesões e maus tratos sofridos em dependência do II Exército - SP (DOI-Codi)", em outubro de 1975. 

Em 2012, para denunciar o silêncio vergonhoso das Forças Armadas, apesar do reconhecimento da Justiça brasileira de que Herzog na verdade foi assassinado, divulgou-se a seguinte charge:



A Libertação do Rebelde Desconhecido

quinta-feira, 20 de outubro de 2016


No dia 05 de junho de 1989, o operário Miao Deshun, então com 25 anos, deteve sozinho uma coluna de tanques que se dirigia à Praça Tiananmen, em Pequim, China. As imagens do seu ato circularam o mundo, e tornaram-se um símbolo da resistência pacífica contra a truculência da ditadura comunista. 

Após passar 27 anos na cadeia, foi libertado no último sábado (15/10). Acredita-se que era o último prisioneiro encarcerado por envolvimento nos protestos pró-democracia que agitaram a Praça Tiananmen em 1989. 

Fonte: Público 

Perseguição Religiosa na URSS

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

À esquerda: Igreja da Santíssima Imaculada Conceição da Virgem Maria, em Baku ( República Socialista Soviética Azerbaijão), demolida em 1931, durante a ditadura de Stalin. 


Em 22 de maio de 1929, quando Joseph Stalin governava a União Soviética com mãos de ferro, a Constituição do país foi revista para tornar ilegal a propaganda "religiosa". Ao mesmo tempo, essa revisão legalizava a propaganda "antirreligiosa". Igrejas, mesquitas e sinagogas foram fechadas, e muitas delas tornaram-se clubes, cinemas ou instalações governamentais e partidárias. Milhares de padres, imãs e rabinos foram presos. Centenas de mosteiros e catedrais, muitos deles tesouros arquitetônicos e históricos de valor incalculável da Rússia medieval, foram demolidos.

Bibliografia consultada: GILBERT, Martin. História do Século XX. Alfragide, Portugal: Dom Quixote, 2014, p. 182.

Arariboia, um Herói Temiminó

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Uma estátua de Arariboia. Clube Saldanha da Gama, Vitória, ES.


Em 1555, com o apoio dos índios tamoios (tupinambás), os franceses tomaram a Guanabara, no Rio de Janeiro, e fundaram a França Antártica. Os temiminós foram então desalojados e se refugiaram no sul da capitania do Espírito Santo, onde se converteram ao catolicismo. Em terras capixabas, Arariboia ajudou a expulsar os invasores franceses. 

Em 1560, franceses e tamoios foram atacados por uma coalizão formada pelos temiminós, liderados por Arariboia, e pelos portugueses, liderados por Estácio de Sá e Mem de Sá. O Forte Coligny foi destruído, mas os franceses não foram definitivamente expulsos da região. A campanha contra os tamoios, por sua vez, prosseguiu em Cabo Frio e outras regiões. Em Iperoig os nativos descobriram que o acordo de paz combinado com os portugueses não seria respeitado: muitos dos tamoios da região acabaram escravizados pelos colonos da área. Parte dos sobreviventes desse povo escapou para a serra do Mar. 

Em 1567, a guerra contra os franceses chegou ao fim. Em recompensa pelos seus serviços, os temiminós receberam o lado direito da entrada da Baía de Guanabara. O local foi chamado de vila de São Lourenço dos Índios, que em 1835 se tornaria a cidade de Niterói.

O "desfecho" da história de Arariboia (rebatizado como Martim Afonso de Sousa) com os portugueses é bastante emblemática da relação entre esses dois povos. Em 1575, Antônio Salema tomou posse como governador das províncias do sul da colônia. Ao conceder uma audiência a Arariboia, resolveu repreender o chefe temiminó, que cruzara as pernas à sua frente. Arariboia respondeu: 

"Se você soubesse como estão cansadas essas pernas das guerras em que servi ao seu rei, não reclamaria por tão pouco. Mas como me considera desrespeitoso, vou voltar à minha aldeia, onde não damos importância a essas ninharias e nunca mais vou voltar à sua corte." 


Fonte: CAMPOS, C. L. & FIGUEIREDO, C. História e Cultura dos Povos Indígenas no Brasil. São Paulo: Barsa Planeta, 2009, p. 67-68.

Pérola de Disraeli

segunda-feira, 17 de outubro de 2016


Leia Livros Evolucionistas!

domingo, 16 de outubro de 2016

Cartum de Darwin publicado na revista satírica The Hornet, em 1871.

"A leitura exaustiva do livro A Origem das Espécies, de Darwin, e de dezenas de outros livros evolucionistas, ajudou ainda mais a cristalizar a minha posição criacionista. Não conseguia entender como um autor com ideias tão confusas como Darwin tinha muito mais fama do que Mendel, o pai da Genética; Lineu, o pai da Sistemática; e o grande Pasteur, com sua participação decisiva, sepultando a crendice da geração espontânea. Todos eles - criacionistas - foram, de modo deliberado e consciente, relegados a um plano secundário."

Prof. Me. Roberto César de Azevedo, biólogo.

In: BORGES, Michelson. Por Que Creio - Doze pesquisadores falam sobre Ciência e Religião. Tatuí, São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 2010, p. 159.

As Religiões pelo Mundo

sábado, 15 de outubro de 2016


A difusão das principais religiões pelo mundo


A difusão do cristianismo pelo mundo

A Síntese do Espírito Americano

sexta-feira, 14 de outubro de 2016


Ouça a declaração completa do Dimenstein no site da CBN

Minissérie 'Raízes' (History)

quarta-feira, 12 de outubro de 2016


No próximo dia 17 (segunda-feira), às 22h40, o canal History lançará a minissérie Raízes. Adaptação do romance de Alex Haley, a produção original A+E Studios traz no elenco os ganhadores do Oscar Anna Paquin e Forest Whitaker. 

Trata-se de uma obra-prima sobre o processo de escravidão nos Estados Unidos que será exibido até o dia 20 de outubro. Serão oito episódios, sendo que por dia serão exibidos dois. 

O ator britânico Malachi Kirby interpreta o personagem principal da minissérie, o simbólico Kunta Kintê, um negro capturado em Gâmbia. Transportado em condições desumanas para a América colonial, foi vendido como escravo. Abrangendo várias gerações, sua família enfrenta várias dificuldades, e testemunha as guerras revolucionárias e civis, as rebeliões de escravos e sua emancipação. 

Pérola de Bastiat

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Roma Ano a Ano

segunda-feira, 10 de outubro de 2016


A Revolução dos Bichos, de G. Orwell

domingo, 9 de outubro de 2016

«Por que Creio», de Michelson Borges

sábado, 8 de outubro de 2016


Neste sábado eu resolvi concluir a leitura desse livrinho publicado pela CPB em 2010. O teólogo e jornalista Michelson Borges entrevistou doze pesquisadores de áreas como Biologia, Geologia, Bioquímica, Física, Matemática, Arqueologia e Teologia. Todos eles - como o mundialmente conhecido Michael Behe, autor de A Caixa-Preta de Darwin - provam que é possível conciliar a fé com a pesquisa científica. E mostram que há evidências de planejamento inteligente no Universo. 

«Quando Nosso Mundo se Tornou Cristão», de Paul Veyne

sexta-feira, 7 de outubro de 2016


Um dos livros mais honestos e equilibrados que li sobre a conversão de Constantino e a cristianização do Império Romano foi Quando Nosso Mundo se Tornou Cristão, de Paul Veyne. O livro foi publicado no Brasil (pela editora Civilização Brasileira, acima) e em Portugal (leia aqui). 

Paul Veyne é um autoridade absoluta quando o assunto é a civilização romana. Seu capítulo no primeiro volume da História da Vida Privada, e seus livros O Império Greco-RomanoPão e CircoSexo e Poder na Roma Antiga e Elegia Erótica Romana não deixam dúvidas sobre isso. O que torna a obra em questão tão especial é sua boa-fé, embora seu autor seja um descrente. 

Aliando a erudição mais refinada com um texto leve, Paul Veyne procura compreender como o cristianismo, "obra-prima da criação religiosa", conseguiu impor-se a todo o Ocidente. Para o historiador, isso foi possível porque o imperador Constantino (306-337) converteu-se sinceramente à religião do "crucificado" e tornou-se o grande impulsionador da criação da Igreja Cristã, através da rede de bispados espalhada pelo vasto Império Romano. De passagem, Paul Veyne provoca-nos com outras questões: de onde vem o monoteísmo? Tem fundamento falar de ideologia? A religião tem raízes psicológicas? E nós, temos origens cristãs? 

Esse grande livro foi um dos meus principais referenciais teóricos na pesquisa do mestrado (que, diga-se de passagem, deve ser publicada em breve como livro). Jamais deixarei de recomendá-lo. Muito se fala sobre o combate ao preconceito no presente, o que é bom. Mas também devemos evitar a todo custo a difamação com relação a figuras históricas. Ora, nesse sentido Quando Nosso Mundo se Tornou Cristão cumpre um papel primoroso, e deveria ser lido por todos os que desejam ter uma visão justa sobre Constantino e seu papel na cristianização do Império Romano.

Ulysses Guimarães (1916-1992)

quinta-feira, 6 de outubro de 2016


Ulysses Silveira Guimarães 
Rio Claro, 1916 - Angra dos Reis, 1992. 

Advogado e um dos políticos mais destacados no desmonte do regime militar (1964-1985), ficou conhecido como Senhor Diretas. 

Ulysses nasceu no interior paulista em 6 de outubro de 1916 (portanto, hoje nós lembramos o centenário do seu nascimento). Ainda nos estudos secundários já demonstrava pendor para a política. Após concluir o curso de ciências jurídicas e sociais, na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, especializou-se, em 1940, em direito tributário. Em 1944, tornou-se vice-presidente do Santos Futebol Clube. Tornou-se professor titular de direito municipal na Faculdade de Itu e de direito constitucional na Faculdade de Bauru. Foi eleito deputado estadual em São Paulo em 1947, mas três anos depois trocou a Assembleia Legislativa pela Câmara dos Deputados, reelegendo-se por 11 mandatos consecutivos. 

Durante o primeiro mandato na Câmara dos Deputados (1951-1955) integrou a CPI que ajudou a acirrar a crise político-militar que culminou com o suicídio de Getúlio Vargas em agosto de 1954. Presidiu a Câmara entre 1956 e 1957, e em 1961 votou a favor da Emenda Constitucional nº 4, que instituiu o parlamentarismo, solução para garantir a posse de João Goulart. Em 1964, num primeiro momento, apoiou o golpe militar que depôs Jango. Pouco depois, contudo, entrou em atrito com os militares. 

Em 1965, participou da criação do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), o virtual opositor da Aliança Renovadora Nacional (Arena). Incorporou, nos anos de chumbo, a alma e a voz da oposição. Nesse sentido, lançou-se, anticandidato à presidência da República em 1973, num protesto contra a farsa da eleição indireta, em que o general Ernesto Geisel já estava eleito de antemão.

Em abril de 1977, diante da recusa do MDB em aprovar o projeto de reforma do Judiciário enviado pelo governo, o presidente Geisel decretou o recesso do Congresso e editou o chamado "pacote de abril". Dois anos depois, com a posse do general Figueiredo e a volta do pluripartidarismo, Ulysses fundou o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), sendo eleito seu presidente. 

Nos anos finais do regime militar, o avanço oposicionista fez crescer a mobilização em torno da campanha pela volta das eleições diretas para a presidência. Gradualmente, a Campanha pelas Diretas Já tomou conta das ruas, e Ulysses teve uma participação intensa nos comícios que ocorreram pelo país. Após a derrota da emenda das diretas na Câmara em 25 de abril de 1984, articulou a campanha vitoriosa do governador de Minas, Tancredo Neves, na eleição indireta de janeiro de 1985. Entretanto, Tancredo morreu antes de tomar posse.

Voltou a presidir a Câmara entre entre 1985 e 1986. Foi eleito também presidente da Assembleia Nacional Constituinte, além de presidir o seu próprio partido. Em maio de 1987, Ulysses passou a defender o mandato presidencial de cinco anos, o mesmo ponto de vista do presidente da República, José Sarney. Em junho de 1988, a crise partidária culminou numa dissidência que criou o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Em 5 de outubro de 1988, Ulysses promulgou a Constituição Cidadã (ver foto acima).

Candidato derrotado no primeiro turno das eleições para a presidência da República em 1989, declarou o seu apoio a Lula no segundo turno. Em 1992, liderou o PMDB e o Congresso no processo de impeachment do presidente Collor.

Ulysses Guimarães desapareceu em 12 de outubro de 1992, em um acidente de helicóptero no litoral do Rio de Janeiro. Após o reconhecimento oficial da sua morte (embora seu corpo nunca tenha sido encontrado), o então presidente da República, Itamar Franco, declarou luto com honras de chefe de estado.  

************************************************************************
Fonte: ERMAKOFF, George (org.). Dicionário Biográfico Ilustrado de Personalidades da História do Brasil. Rio de Janeiro: G. Ermakoff Casa Editorial, 2012, pp. 596-597.

Viagem literária pela Roma Antiga - II

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Altar-mor da Basílica de São Pancrácio, Roma.

Hoje, em nosso "passeio" pelo romance Fabíola, veremos alguns espaços frequentados pelos cristãos de Roma. Sabe-se que os cristãos não sofreram perseguição por parte do governo imperial antes do ano 64. Nesse ano, o imperador Nero (54-68), promoveu uma intensa perseguição anticristã na cidade de Roma. Os seguidores do "crucificado" foram então acusados de promover um incêndio criminoso que devastou boa parte da capital imperial. Até esse episódio, os romanos politeístas consideravam o cristianismo como mera dissidência do judaísmo; após esse episódio, passaram a ter uma consciência maior das diferenças religiosas entre cristãos e judeus. 

Após esse primeiro episódio de violência, vários outros ocorreram, até à pacificação final, na época de Constantino (307-337). A acusação mais frequente que recaía sobre os cristãos era a de irreligiosi in Caesares, isto é, desleais para com o imperador - além de serem taxados de "ateus", uma vez que não acreditavam nos deuses da civilização greco-romana. Para se ter ideia do nível da intolerância, o cardeal Wiseman afirma que "durante os três primeiros séculos do cristianismo, ser eleito papa significava ser promovido a mártir" (Wiseman, 1969: p. 74). Entretanto, entre a morte de Valeriano (260) e a "Grande Perseguição" (303-313), não ocorreram perseguições (embora muitos cristãos, isoladamente, tenham sido martirizados neste período).

A Igreja cristã aproveitou essa época de paz para organizar seu sistema religioso com segurança e até com esplendor. Assim, os cristãos passaram a realizar cultos públicos, ao invés de se reunirem nas catacumbas, que além de locais de sepultamento e devoção serviam também como refúgio em épocas de perseguição. Um desses lugares de culto veio a ser a Igreja de São Pancrácio, em Roma, erigida em memória do adolescente martirizado por ocasião do Grande Perseguição, mencionada acima. Livres dos seus algozes, os cristãos também aproveitaram para reforçar a assistência aos órfãos e aos necessitados a partir de espaços como o do "templo da hospitalidade", mencionado no cap. XIII do romance Fabíola.

Leia a Parte 3  

Milenarismo Tupinambá

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

 Manto tupinambá utilizado em rituais canibais.

"Em 1585, na Bahia, uma pequena tropa comandada por um capitão entrou em uma fazenda chamada Jaguaripe. Procuravam por uma grande maloca nas imediações da casa-grande onde um grupo de indígenas Tupinambá celebrava um culto estranho, cuja mensagem era temida pelos fazendeiros da região. Misturando elementos das crenças indígenas a noções e rituais católicos, eram liderados por uma indígena, por eles chamada de Maria Mãe de Deus. Usavam rosários e diziam orações, mas dançavam em torno de um ídolo de pedra. Recorriam ao tabaco como nos ritos indígenas, mas haviam plantado uma cruz diante de sua porta. Não era à toa que esse 'catolicismo Tupiniquim', como o classificou o historiador Ronaldo Vainfas, suscitava a suspeita dos proprietários. Seus mensageiros - na verdade, pajés - circulavam por engenhos, fazendas e missões jesuítas instigando os indígenas escravizados a se revoltarem. Incitavam-nos a abandonar o trabalho, pois uma nova era se anunciava, na qual plantações brotariam por si só, as flechas caçariam sozinhas e os portugueses é que seriam escravos dos nativos. 

Nesse futuro que vislumbravam por meio de um sincretismo religioso, era possível perceber os contornos da Terra Sem Males, uma espécie de paraíso que integrava as crenças dos Tupi. Com essa pregação, atraíam um número cada vez maior de adeptos na região, alarmando fazendeiros e padres. A tropa dissolveu o movimento e as autoridades desterraram seus líderes. Mas outras manifestações semelhantes - conhecidas como milenaristas - continuaram a vir à tona eventualmente, sendo uma das muitas formas que assumiu a resistência dos indígenas ao jugo imposto pelos colonizadores."


CAMPOS, C. L. & FIGUEIREDO, C. História e Cultura dos Povos Indígenas no Brasil. São Paulo: Barsa Planeta, 2009, p. 68.

Viagem literária pela Roma Antiga - I

domingo, 2 de outubro de 2016

Parte central das Termas de Caracala, construídas entre 212 e 217.

A leitura do romance histórico Fabíola permite-nos, em primeiro lugar, ter uma ideia dos espaços da Roma antiga. A partir deste post, alguns desses lugares serão mencionados aqui no blog sob o título Viagem literária pela Roma Antiga

A estória concebida pelo Cardeal Wiseman se inicia em setembro de 302. Nessa época, a "Cidade Eterna" já havia sofrido transformações importantes - o imperador Otávio Augusto, no início do século I, já havia dito que encontrara uma cidade de madeira e deixara uma cidade de mármore. 

O primeiro dos espaços mencionados é o Campo de Marte, uma planície entre o rio Tibre e as sete colinas. Nos primórdios da cidade, os cidadãos se dedicavam aos jogos atléticos e aos exercícios militares nesse campo. Segundo Vegécio, autor de um compêndio militar intitulado Epitoma rei militari, "a juventude lavava o suor acumulado pela corrida e pelos exercícios nadando no Tibre" (1.3). Durante a República (509 a.C. - 27 a.C.), contudo, a área foi tomada pelos edifícios públicos.

Com relação aos espaços de sociabilidade, A Igreja das Catacumbas (como o romance também é conhecido) nos apresenta as termas. Comecemos pelas Termas de Caracala, construídas na décadas de 210 d.C. Após essas grandes termas, praticamente não houve projetos imperiais importantes de Construção na capital durante oitenta anos, até o imperador Diocleciano construir seu conjunto de banhos públicos, na década de 290 d.C. (grande parte disso ainda está do lado de fora da principal estação ferroviária de Roma). Os banhos, é importante destacar, eram dotados de bibliotecas, salas de jogos e de ginástica, além do destino indicado pelo nome.

O romance também menciona o Coliseu, o mais famoso dos anfiteatros romanos, além de jardins (como os de Salústio e de Pompeia, sendo que os desta última contavam com fontes e regatos artificiais). São dignas de menção ainda as insula, casas alugadas por aposentos, e uma obra de propaganda oficial - o Arco de Tito, "monumento que representa a destruição do primeiro grande sistema antagonista do cristianismo".  

Leia a Parte 2

Cristo pregando

sábado, 1 de outubro de 2016


Neste sábado, reflitamos sobre Cristo pregando (c. 1646 - c. 1650) (Rijks Museum). Esse quadro é do grande artista holandês Rembrandt van Rijn (1606-1669). 

Segundo John A Carstens, "como Davi deu expressão poética à graça salvífica e sustentadora de Deus no meio de sofrimento intenso, Rembrandt legou à história um retrato profundo de suas lutas espirituais na forma de uma arte eterna." In: Diálogo