“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

Opinião: Polêmicas Atuais da Educação

sábado, 30 de setembro de 2017

Maria Leopoldina de Áustria (1797-1826)

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Maria Leopoldina de Áustria, imperatriz do Brasil (1815). Óleo sobre tela de Joseph Kreutzinger (1757-1829). 

Imperatriz Leopoldina (Maria Leopoldina Josefa Carolina, arquiduquesa da Áustria) 
Viena, 1797 - Rio de Janeiro, 1826 

Segunda filha de Francisco I, imperador da Áustria, foi a primeira imperatriz do Brasil, casada com D. Pedro I e mãe do futuro imperador D. Pedro II. Seu casamento com o imperador ocorreu no dia 29 de novembro de 1816, por procuração. Quando veio para o Brasil, trouxe na bagagem uma vasta biblioteca de botânica e mineralogia, matérias que muito a interessavam. 

Sua chegada ao Rio de Janeiro, no dia 5 de novembro de 1817, foi faustosa. Para a ocasião inesquecível, o arquiteto Grand-Jean de Montigny fez erigir um belíssimo Arco Romano, decorado pelo pintor Debret (tanto Gran-Jean quanto Debret eram integrantes da Missão Francesa, chegada ao Rio de Janeiro em março de 1816). 

Apaixonada pelo Brasil, Leopoldina impressionou a Corte Portuguesa pela sua bela face e vasta cultura. Como regente do Império em diversas ocasiões, foi aliada nos desejos do marido para a independência do Brasil. 

No dia 14 de agosto de 1822, D. Pedro partiu para São Paulo, deixando a regência aos cuidados da princesa real. No dia 7 de setembro, às margens do Ipiranga, antes de chegar ao seu destino, D. Pedro recebeu cartas de seu pai, o rei D. João VI. Elas lhe haviam sido enviadas por Maria Leopoldina e lhe impulsionaram imediatamente a proclamar, de forma explícita e irrevogável, a completa independência do Brasil. 

Leopoldina foi coroada imperatriz no dia 1º de dezembro do mesmo ano. No dia 25 de março de 1824, prestou juramento à Constituição do Império. Teve oito filhos com D. Pedro I - dentre eles, D. Maria II, nascida em 1819, que veio a ser rainha de Portugal, e D. Pedro, nascido em 1825, que veio a ser o segundo imperador do Brasil. 

Em virtude de um prematuro aborto de filho varão em 2 de dezembro de 1826 e das complicações que se sucederam, veio a falecer na Quinta da Boa Vista, nove dias depois. D. Pedro I se encontrava então no Rio Grande do Sul. Por ocasião da morte da imperatriz, sua biblioteca contava mais de 300 títulos, sobre os mais variados assuntos.   

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Fonte: ERMAKOFF, George (org.). Dicionário Biográfico Ilustrado de Personalidades da História do Brasil. Rio de Janeiro: G. Ermakoff Casa Editorial, 2012, p. 621.

Divisão Sem Igual da Cristandade

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

"De todas as divisões entre cristãos, a existente entre católicos e protestantes é a mais profunda e a mais prenhe de consequências históricas. É tão profunda que não podemos ver solução alguma no período presente e nas circunstâncias históricas existentes. Ao menos, contudo, é possível darmos o primeiros passo para tentar vencer o enorme vácuo de compreensão mútua que tem, até agora, tornado impossível qualquer contato intelectual ou colaboração. Partindo desse ponto de vista, o problema não deve ser verificado tanto na esfera da Teologia, tomada em sentido estrito, mas também nas esferas da cultura e da tradição histórica. As mudanças que se seguiram à Reforma não são apenas obras das Igrejas e dos teólogos; são também obras de estadistas e de soldados. Os mundos católico e protestante estão separados por séculos de guerra e poder político, e o resultado é não partilharem mais uma experiência social comum. Cada um possui sua própria versão da história, a própria herança social, bem como as próprias crenças religiosas e padrões de ortodoxia." 

DAWSON, Christopher. A Divisão da Cristandade - Da Reforma Protestante à Era do Iluminismo. Tradução de Márcia Xavier de Pinto. São Paulo: É Realizações, 2014, p. 43. 

Queima de Café no Brasil (1931-1944)

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Destruição de milhares de sacas de café na Baixada Santista, em 1931. 
Foto: 100 Anos de República - Volume IV - 1931-1940. São Paulo: Nova Cultural, 1989. Acervo do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo.

Ao chegar ao poder com a Revolução de 1930, Getúlio Vargas tratou de concentrar a política do café em suas mãos. Em maio de 1931, o controle dessa política foi transferido do Instituto do Café do Estado de São Paulo para um novo órgão federal, o Conselho Nacional do Café (CNC), recém-criado. Em fevereiro de 1933, o órgão foi extinto e substituído pelo Departamento Nacional do Café (DNC), processando-se então, efetivamente, a federalização da política cafeeira. 

Um decreto de fevereiro de 1931 estabeleceu que o governo federal compraria todos os estoques existentes no país em 30 de junho de 1931, ao preço mínimo de 60 mil-réis, com exceção das sacas adquiridas por São Paulo em razão de um empréstimo obtido em 1930. O preço foi conveniente apenas para os banqueiros que haviam financiado parte dos estoques. É importante lembrar que em setembro de 1931 os pagamentos relativos à dívida pública externa foram suspensos e se reintroduziu o monopólio cambial do Banco do Brasil.

A fim de se buscar uma solução para a parte dos estoques atuais e futuros que não seriam absorvidos pelo mercado internacional, em julho de 1931 o governo decidiu comprar o café com a receita derivada do imposto de exportação, e do confisco cambial, para destruir fisicamente uma parcela do produto. Buscava-se assim reduzir a oferta e sustentar os preços. A destruição de café durou até julho de 1944. Em treze anos, 78,2 milhões de sacas foram eliminadas, ou seja, uma quantidade equivalente ao consumo mundial de três anos. 

Bibliografia consultada: FAUSTO, Boris. História do Brasil. Colaboração de Sérgio Fausto. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2013, p. 285-286.  

A Revolução Militar Europeia

domingo, 24 de setembro de 2017

A Batalha de Lepanto, de 1571, por um artista desconhecido: Vitória arrasadora das forças cristãs sobre as islâmicas.

"Já em 1096, uma Europa ocidental fragmentada era forte o bastante para mandar milhares de soldados cruzar o mar até o Oriente Médio. Em uma série de três grandes cruzadas entre 1096 e 1189, os europeus ocuparam Jerusalém e garantiram enclaves ocidentais no coração do Islã. Durante a Idade Média, foi a Europa, e não o Oriente Médio, que esteve mais a salvo de ataques estrangeiros. Ao contrário dos cruzados, era impossível para qualquer exército muçulmano transportar grandes exércitos por mar para atacar o coração da Europa. As armadas árabes haviam aprendido muitos anos antes, nos séculos VII e VIII, o auge do poder islâmico, que era impossível tomar a vizinha Constantinopla. 

Essa capacidade de recuperação europeia oferece a explicação correta para o grande avanço do poder ocidental no Novo Mundo, na Ásia e na África depois de 1500. A força renovada da Europa contra o Outro na era da pólvora foi facilitada pelo ouro do Novo Mundo, pelo uso maciço de armas de fogo e pelos novos projetos de arquitetura militar. No entanto, a tarefa correta do historiador não é simplesmente acompanhar o trajeto desse incrível aumento da influência europeia, mas também se perguntar por que a 'Revolução Militar' ocorreu na Europa e não em outro lugar. A resposta é que, durante a Idade Média e a Idade das Trevas, as tradições militares europeias baseadas na Antiguidade clássica foram mantidas vivas e melhoradas por uma série de guerras sangrentas contra exércitos islâmicos, invasores vikings, mongóis e tribos bárbaras do norte. Os principais componentes da tradição militar ocidental de liberdade, batalha decisiva, militarismo cívico, racionalismo, mercados vibrantes, disciplina, discordância e liberdade de crítica não foram eliminados pela queda de Roma. Pelo contrário, eles formaram a base de uma sucessão de exércitos merovíngios, carolíngios, franceses, italianos, holandeses, suíços, alemães, ingleses e espanhóis que deram continuidade à tradição militar da Antiguidade clássica."     

HANSON, Victor Davis. Por que o Ocidente Venceu - Massacre e cultura, da Grécia antiga ao Vietnã. Rio de Janeiro: Ediouro, 2002, p. 243-244.  

Por que a Beleza Importa?

sábado, 23 de setembro de 2017

As Mulheres Políticas do Séc. XVI

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Retrato de Margarida de Navarra (c. 1527), de Jean Clouet (1475-1540).

"O século XVI estava cheio de mulheres que exercitaram os seus talentos como os homens, para todos poderem ver e julgar. O Vaticano sob os papas do Renascimento estava povoado de mulheres políticas - sobrinhas ou cunhadas do poder reinante e outras menos intimamente relacionadas, que lutavam entre si pelo exercício desse poder. Uma ou duas delas permaneceram durante anos como grandes detentoras do poder de decisão. O seu mundo de intriga palaciana fez vir ao de cima capacidades que, noutro cenário, teriam governado com êxito uma nação moderna. 

Esse cenário existiu e foi bem ocupado. Isabel de Castela, como adiante se verá, foi muitas vezes a melhor metade Fernando na governação da Espanha, num período crítico da construção da nação. Mais tarde, no mesmo século, Filipe II tinha a Espanha sob o seu controlo, mas o império era excessivamente extenso, pelo que necessitou de um representante para governar os Países Baixos insubmissos. Nomeou como governadora a irmã ilegítima, Margarida de Parma. Durante os nove anos em que ocupou o cargo, marcados por um clima de rebelião eminente, os habilidosos esforços de Margarida para obter a reconciliação adiaram a insurreição. A irmã de Filipe II só não ficou célebre porque estava do 'lado errado' e porque o seu sucessor, o duque de Alva, usou meios de repressão cruéis. O moderno sentimento liberal dá vivas aos Holandeses e condena todos os que tentaram evitar a sua emancipação. Mas as causas e os resultados de uma luta não dão a medida da habilidade evidenciada por ambos os lados. Um julgamento justo deveria seguir o modelo que fez do General Robert E. Lee um herói, apesar de ter perdido uma guerra travada para manter a escravatura."     

BARZUN, Jacques. Da Alvorada à Decadência - 500 anos de vida cultural no Ocidente (de 1500 à actualidade). Tradução de António Pires Cabral e Rui Pires Cabral. Lisboa: Gradiva, 2003, p. 101-102. 

Nota: Barzun menciona outras mulheres estadistas do século XVI - primeiramente, Luísa de Sabóia, mãe de Francisco (futuro rei da França). Luísa foi a negociadora do Tratado de Cambraia, que pôs termo à guerra da França com a Espanha em 1529 e que ficou conhecido como a paz das damas, porque a outra parte negociadora foi Margarida de Áustria, tia de Carlos V. Elizabeth I, rainha da Inglaterra, deve ser lembrada "como um dos espíritos mais ilustrados do seu tempo". Catarina de Médici, como rainha-mãe da França, "orientou políticas que mantiveram a prerrogativa real e a integridade do reino". Outra "pérola" foi Margarida de Navarra, irmã de Francisco I. Na sua corte do sudoeste da França, Margarida manteve uma roda de escritores e pensadores de todas as confissões (até mesmo, durante algum tempo, Calvino).

A Última Cruzada

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Armas Biológicas Contra os Índios

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Índios botocudos do Rio Doce. Localização: Barra do Rio Pancas, entre Colatina e Barbados, em 1909. Fotógrafo: Walter Garber. 

Armas biológicas, como os vírus da varíola e do sarampo, foram utilizadas no Brasil no século XIX para exterminar os índios. 

Pelo menos três casos documentados mostram que o contato dos índios com as doenças dos brancos também ocorreu de forma proposital, com o objetivo deliberado de dizimar tribos hostis. 

O mais "clássico" deles aconteceu em Caxias, no sul do Maranhão, por volta de 1816. A fim de se livrar dos índios timbira, fazendeiros da região procuraram atraí-los para a vila, então acometida pela epidemia de bexiga (varíola). Uma vez ali, seriam aniquilados pelas bexigas, como descreveu o antropólogo Darcy Ribeiro em Os Índios e a Civilização. Sua fonte foi o detalhado relato de Francisco de Paula Ribeiro, na época comandante militar no sul do Maranhão. 

O naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire (1779-1853), que viajou pelo Brasil entre 1816 e 1822, mencionou a guerra bacteriológica contra os índios botocudos, no vale do Rio Doce. Ele denunciou na Europa as atrocidades cometidas por portugueses e brasileiros, que entregavam aos índios roupas contaminadas por varíola. "Em breve, nada mais restará dos antigos povos indígenas que habitavam nas terras do Brasil", previu o naturalista no livro Viagem à Província de Goiás (1847). A história mostrou que estava certo. 

[Leia: Independência, Vida e Morte: os contatos com os botocudos durante o Primeiro Reinado]

A varíola foi também a "arma" dos imigrantes alemães na luta contra os índios xokleng e kaiangang, durante a colonização de Santa Catarina e do Paraná, no final do século XIX. Os bugreiros, caçadores de índios contratados pelas campanhas de colonização, deixavam nas matas roupas com os vírus da varíola e do sarampo. Sem qualquer noção do perigo que representavam, os índios recolhiam as peças e passavam a usá-las.  

Fonte: Folha.Uol

Os EUA perderam a Guerra do Vietnã?

domingo, 17 de setembro de 2017

Babel, o encontro dos deuses - II

sábado, 16 de setembro de 2017

A Torre de Babel (1563), de Pieter Bruegel (1526/30-1569).

O nome "Babel" vem do acadiano bab-ilu ("portal de Deus"), e os hebreus propositalmente chamavam o edifício de Bavel, "confusão". Ao escolherem o nome bab-ilu, os construtores da torre queriam dizer que, enquanto os deuses menores usavam os zigurates locais para se comunicar com o povo, o chefe de todos os deuses (Anu ou Enlil) usava o zigurate de Babel para visitar a Terra. Assim, todos deveriam estar ali para adorá-lo, mesmo que fossem devotos de outro deus local. Babel seria o centro de uma grande coletividade ecumênica que traria a paz e a união na terra do Crescente Fértil. 

Em 1872, George Smith, pesquisador do Museu Britânico, descobriu um cuneiforme que trazia o seguinte relato: 

A edificação desta torre ofendeu todos os deuses. Numa noite, eles [deitaram abaixo] o que o homem havia construído e impediram o seu progresso. Eles [os construtores] foram espalhados e sua língua se tornou estranha. 

Provavelmente, tal relato refere-se à construção do zigurate construído por Ninrode. Mais uma vez, a arqueologia trouxe a público uma evidência do relato bíblico. A confusão das línguas ocorrida em Babel não poderia mais ser desprezada pelos críticos. Os minimalistas, é claro, procuraram invalidar o achado de Smith e sua interpretação. Contudo, E. A. Speiser e S. N. Kramer, especialistas da Universidade da Pensilvânia, concluíram que a narrativa da Torre de Babel possui demonstrável respaldo na literatura cuneiforme. 

Outro fragmento de tablete foi descoberto posteriormente. Com 27 linhas, trata-se de parte de uma carta anônima endereçada ao "senhor de Arrata" e foi copiado e traduzido pelo assiriólogo Oliver Gurney, da Universidade de Oxford. O remetente roga ao rei que lhe permita ser seu vassalo, uma vez que os tempos eram difíceis. Ele, então, relembra ao monarca que houve uma era de ouro na Mesopotâmia em que havia harmonia nos idiomas falados na Suméria, e "todo o universo, em uníssono [adorava] a Enlil em uma só língua..." 

Vários zigurates parcialmente preservados foram localizados no Iraque. Muitos deles datam de 2 mil a.C., e podem ter sido construídos nos dias de Ninrode. Não é possível afirmar se algum deles é o que sobrou da torre de Babel. De qualquer forma, seus tijolos são queimados e colados com betume, justamente como Gênesis 11:3 descreve o processo de construção da torre de Babel.   

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Bibliografia consultada: SILVA, Rodrigo P. Escavando a Verdade - a Arqueologia e as Incríveis Histórias da Bíblia. Tatuí, São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 2014, p. 73-74.

Babel, o encontro dos deuses - I

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Representação de Nínive, uma das cidades fundadas por Ninrode.

"Cada cidade-estado da Suméria era governada por um patesi, que seria ao mesmo tempo o supremo sacerdote e chefe militar absoluto. Os deuses regionais eram os proprietários de todas as terras a quem os homens deveriam servir, sendo as cidades suas moradas terrenas. Junto aos templos das cidades, homenageando o seu deus patrono, eram erigidas enormes torres em forma piramidal chamadas zigurates. Elas eram feitas de tijolos maciços e serviam de santuários ou acesso aos deuses, quando eles desciam à Terra para visitar seu povo. 

Os zigurates eram para os sumérios como uma espécie de link entre o céu e a Terra. As escadarias que subiam de sua base até o topo eram um caminho de ascensão aos deuses. Provavelmente o sonho de Jacó visualizando uma escadaria que vinha do céu em direção à Terra tenha relação direta com essa imagem cultural ainda presente em sua época (Gn 28:10-22). [...] 

Diferentemente do Egito, os governantes mesopotâmicos, salvo raras exceções, não eram tidos como deuses, mas eram considerados seus representantes e intermediários. Logo, sua autoridade era divina e não podia ser questionada por aqueles que viviam em sua jurisdição. 

Ninrode [segundo Gn 10:10-12, o fundador de oito grandes cidades] certamente viu nessa 'política divina' a oportunidade de unificar politicamente a região e ter o controle sobre as cidades-estados que viviam em constantes guerras, produzindo sucessivas hegemonias territoriais. Se ele promovesse a paz e conseguisse se estabelecer como o procurador-geral de todos os deuses, ganharia a confiança do povo e obrigaria os governantes regionais a lhe prestarem obediência. Foi talvez por isso que ele empreendeu o maior projeto arquitetônico de todos os tempos: construir o mais gigantesco de todos os zigurates, a torre de Babel."

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SILVA, Rodrigo P. Escavando a Verdade - a Arqueologia e as Incríveis Histórias da Bíblia. Tatuí, São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 2014, p. 72-73.

[CAV] 500 Anos da Reforma Protestante

quinta-feira, 14 de setembro de 2017


Trata-se da apresentação de um projeto que está a ser desenvolvido pelo 3º ano do Ensino Médio do Colégio Adventista de Vitória (CAV). Em breve mais informações serão publicadas aqui e no meu canal do Youtube.

Reflexões Sobre a Independência

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

A Proclamação da Independência (1844), de François-René Moreau (1807-1860). 

A Independência do Brasil é desses episódios fascinantes da nossa história. Estaria, além do muito bem posto na historiografia de qualquer país do mundo. 

Se na escola aprendemos o evento de maneiro burocrática e inglória, maravilhado fica qualquer espírito com um mínimo de virtude diante do que fez e dos perigos que corre D. Pedro I. Não uma decisão de improviso, o Imperador laborou prévia e calculadamente pela separação, que, se desrespeitada por Portugal, resultaria em sangue português e brasileiro. 

A declaração de independência foi feita em São Paulo. Após receber as notícias sobre a posição das Cortes de Portugal, o Imperador atirou ao chão o laço azul e branco que as representava e sentenciou: 

"Pelo meu sangue, pela minha honra, pelo meu Deus, juro fazer a liberdade do Brasil. Brasileiros, a nossa divisa de hoje em diante será Independência ou Morte." 

Que este dia 7 de setembro de 2017 nos permita celebrar o valor da liberdade, a grandeza da nossa história e a nobreza dos nossos mitos fundadores, os bravos e heroicos homens e mulheres, conhecidos e anônimos, que amaram e dedicaram as suas vidas ao Brasil.

Bruno Garschagen

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- Recomendo a compra e a leitura do livro D. Pedro - A História não Contada, de Paulo Rezzutti.
- Aguardem o meu artigo da próxima segunda na Gazeta do Povo sobre o tema.

700º Post

sábado, 2 de setembro de 2017

Esta é a septingentésima postagem deste blog, que tem seis anos de existência. Gostaria de agradecer a todos que visitam esta página, prestigiando-a. Recentemente, ela ultrapassou a marca das 70 mil visualizações. 

Dentre as contribuições deste blog, eu destaco o post sobre a revista Aventuras na História, disponível aqui. Há pouco eu disponibilizei nesse post a edição deste mês da revista. Recomendo também algumas Obras de Intelectuais Brasileiros, em permanente atualização. Essas são apenas algumas formas de espalhar o conhecimento que tenho explorado aqui.

Encerro agradecendo, mais uma vez, a todos que visitam e contribuem para o crescimento deste blog. Para que os próximos 700 posts sejam ainda mais relevantes e interessantes, conto com as vossas contribuições. Para que suas sugestões, textos e críticas cheguem até mim, usem o formulário de contato, mais abaixo.   

Reflexões Sobre a Conquista do México

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Hernán Cortés (de roupa escura, assentado) aparece ao lado de Malinche, uma nativa que lhe serviu de intérprete durante a conquista do México.

"Para interpretar a conquista do México como tendo se devido essencialmente a disputas internas entre nações méxicas, três proposições precisariam ser verdadeiras. Em primeiro lugar, as tribos mesoamericanas poderiam ter destruído Tenochtitlán algum tempo antes sozinhas, sem ajuda espanhola. No entanto, relatos contemporâneos provam que as tribos vizinhas haviam fracassado em tentativas de derrubar os méxicas antes da chegada dos espanhóis, e depois haviam sido ineficazes na luta contra os astecas sem apoio europeu. Em segundo lugar, depois da destruição da Cidade do México, os índios mexicanos poderiam ter se virado contra os espanhóis, renovado seus ataques aos europeus como haviam feito durante a chegada de Cortés, e depois aniquilado completamente a presença castelhana, garantindo sua autonomia perpétua tanto dos opressores astecas quanto dos espanhóis. O contrário ocorreu: a destruição de Tenochtitlán marcou o fim de toda autonomia méxica. Nenhuma tribo indígena poderia ter derrotado os astecas antes da chegada dos espanhóis, tampouco nenhum índio poderia ter derrubado os espanhóis depois da conquista. Em terceiro lugar, os povos mesoamericanos, beligerantes e divididos, foram cooptados por uma força européia unida e coesa, sugerindo que as lutas internas, e não a superioridade militar espanhola, era o que impedia uma vitória indígena. No entanto, os europeus tinham quase tantas dissidências em suas fileiras quanto os nativos do México. O próprio Cortés escapou por pouco de ser preso em Cuba e foi alvo de diversos complôs de assassinato. (...) 

Em suma, um Cortés disposto ao combate, sem sanção oficial e vítima de um status praticamente de renegado entre seus superiores caribenhos, transformou um mundo indígena preexistente de tensão e batalha constantes em uma guerra inteiramente nova de aniquilação total contra o povo mais poderoso da história do México - algo impossível sem uma tecnologia superior, cavalos e tática. Ao final dessa campanha, em poucos anos, ele colocou todo o México sob a autoridade espanhola, uma condição que, com exceção de revoltas ocasionais, caracterizaria a história mexicana da queda de Tenochtitlán em 1521 até a guerra de independência no século XIX." 

HANSON, Victor Davis. Por que o Ocidente Venceu - Massacre e cultura, da Grécia antiga ao Vietnã. Rio de Janeiro: Ediouro, 2002, p. 300-301.