segunda-feira, 25 de setembro de 2017
Destruição de milhares de sacas de café na Baixada Santista, em 1931.
Foto: 100 Anos de República - Volume IV - 1931-1940. São Paulo: Nova Cultural, 1989. Acervo do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo.
Ao chegar ao poder com a Revolução de 1930, Getúlio Vargas tratou de concentrar a política do café em suas mãos. Em maio de 1931, o controle dessa política foi transferido do Instituto do Café do Estado de São Paulo para um novo órgão federal, o Conselho Nacional do Café (CNC), recém-criado. Em fevereiro de 1933, o órgão foi extinto e substituído pelo Departamento Nacional do Café (DNC), processando-se então, efetivamente, a federalização da política cafeeira.
Um decreto de fevereiro de 1931 estabeleceu que o governo federal compraria todos os estoques existentes no país em 30 de junho de 1931, ao preço mínimo de 60 mil-réis, com exceção das sacas adquiridas por São Paulo em razão de um empréstimo obtido em 1930. O preço foi conveniente apenas para os banqueiros que haviam financiado parte dos estoques. É importante lembrar que em setembro de 1931 os pagamentos relativos à dívida pública externa foram suspensos e se reintroduziu o monopólio cambial do Banco do Brasil.
A fim de se buscar uma solução para a parte dos estoques atuais e futuros que não seriam absorvidos pelo mercado internacional, em julho de 1931 o governo decidiu comprar o café com a receita derivada do imposto de exportação, e do confisco cambial, para destruir fisicamente uma parcela do produto. Buscava-se assim reduzir a oferta e sustentar os preços. A destruição de café durou até julho de 1944. Em treze anos, 78,2 milhões de sacas foram eliminadas, ou seja, uma quantidade equivalente ao consumo mundial de três anos.
Bibliografia consultada: FAUSTO, Boris. História do Brasil. Colaboração de Sérgio Fausto. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2013, p. 285-286.
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