“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

O Bispo e o Imperador Justiniano

sexta-feira, 19 de setembro de 2025

Justiniano e Teodora na corte, em Constantinopla.

No contexto da Reconquista promovida pelo imperador bizantino Justiniano (r. 527-565), o soberano titubeava sobre lançar uma expedição contra a Líbia, então sob controle dos vândalos de Gelimero. João da Capadócia, prefeito do pretório e "o mais audaz e hábil de todos os homens de seu tempo", apresentou várias objeções à aventura militar, certamente custosa em termos materiais e humanos, além de ser potencialmente desastrosa em termos políticos. Então, um bispo solicitou uma audiência privada com Justianiano, conforme descrita pelo historiador Procópio:

No transcurso da entrevista que manteve com ele, disse que Deus lhe havia ordenado em sonhos dirigir-se ao imperador para censurar-lhe porque, havendo lhe encarregado de proteger os cristãos dos tiranos da Líbia, posteriormente havia se amedrontado sem qualquer razão: "E, sem dúvida", Deus prosseguiu lhe dizendo, "eu seguirei sendo aliado do imperador enquanto ele esteja fazendo a guerra e lhe tornarei o senhor da Líbia." Quando Justiniano escutou essas palavras, não pôde mais reprimir seus anseios, mas logo começou a reunir seu exército e suas embarcações, preparar as armas e os víveres e ordenou a Belisário que estivesse pronto para atuar como general na Líbia muito em breve.

PROCOPIO DE CESAREA. Historia de las guerras. Madrid: Gredos, 2000, Livro III, 10.19-21. Tradução livre.

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