“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

O Brasil no início do séc. XIX

sexta-feira, 7 de agosto de 2015


Os 70 anos da Bomba de Hiroshima

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

           

               "Que alívio a bomba ter funcionado tão bem!" Assim declarou Jacob Beser, tripulante do Enola Gay, bombardeiro B-29 que largou a bomba atômica sobre a cidade japonesa de Hiroshima, na manhã de 6 de agosto de 1945.
            O "bom" funcionamento da arma nuclear provocou a morte instantânea de 85 mil pessoas, e deixou 55 mil feridos. Devido aos efeitos da radiação, o número de vítimas aumentou nas décadas seguintes. Em 1986 foram contabilizadas quase 139 mil.
            Dois dias após o ataque a Hiroshima, outra bomba atômica foi lançada pelos norte-americanos, desta vez sobre a cidade de Nagasaki. De imediato, mais de 40 mil pessoas morreram. O governo dos Estados Unidos alegou que tais bombardeamentos visavam uma rendição imediata do Japão, poupando vidas de ambos os lados de um conflito que se mostrava sem sentido.
            Se a justificativa americana é discutível, o fato é que os japoneses capitularam. Na mensagem de rendição transmitida aos seus súditos, no dia 15 de agosto, o imperador Hirohito declarou que o inimigo "utiliza agora uma nova bomba, extremamente cruel, cujo poder destruidor é incalculável." 
            Ele estava certo. Com o tempo, a escala e a natureza da destruição de vidas humanas em Hiroshima e Nagasaki alteraram completamente o modo tradicional como se via a guerra, a diplomacia e a relação entre os países.
             Além do que já foi mencionado, os bombardeamentos atômicos prenunciaram o início de outro conflito - a Guerra Fria. Esta disputa diplomática e ideológica entre os Estados Unidos e a União Soviética logo seria marcada pela corrida nuclear.
            Com a derrota na Segunda Guerra, o Japão, vítima dos únicos ataques nucleares da História, abandonou o militarismo e tornou-se solidamente pacifista. Graças aos Estados Unidos, que passou de inimigo a principal aliado, os japoneses reconstruíram a sua economia, que tornou-se uma das mais prósperas do mundo.
             Apesar do pacifismo então adotado, durante a Guerra Fria os japoneses desenvolveram forças básicas de defesa. Sua proximidade com três países comunistas - a então União Soviética, a China e a Coreia do Norte - tornava essa precaução plenamente compreensível.
          Em 1991, a União Soviética se desintegrou e a Guerra Fria chegou ao fim. Consequentemente, o cenário geopolítico foi significativamente alterado. Apesar disso, as tensões estão longe de diminuírem no Extremo Oriente.
            Nos últimos anos, um crescimento da presença militar da China tem preocupado os países vizinhos. O Japão, até hoje o principal aliado dos Estados Unidos na região, tem modernizado as suas Forças Armadas em resposta à escala e ao alcance do crescimento do poderio bélico chinês.
            O exército japonês, composto por cerca de 150 mil homens, é maior do que o britânico. A marinha do país é impressionante. Além disso, em virtude do suposto potencial do arsenal de mísseis da Coreia do Norte, tem crescido o interesse do Japão em defesa antimísseis.
            Seguindo a tendência de reforço da importância militar do país, recentemente a Câmara Baixa do Parlamento nipônico aprovou duas leis. Elas poderão permitir que militares japoneses participem de campanhas no exterior, uma medida inédita desde o fim da Segunda Guerra Mundial.    
            Tal mudança na política externa do Japão ressuscita alguns "fantasmas" da História. Países que foram vítimas do seu imperialismo num passado recente - nomeadamente China e Coreia - suspeitam que a Terra do Sol Nascente ainda acalenta um militarismo que lhes deixou marcas profundas.
            A "rosa radioativa" de Hiroshima, segundo a expressão de Vinícius de Moraes, será hoje lembrada no mundo inteiro. Mais que mera lembrança, que os espinhos dessas últimas sete décadas forneçam um aprendizado para que os países encontrem uma conciliação genuína, a única via para um mundo verdadeiramente pacífico.

Publicado no jornal A Tribuna (06/08/2015)

«Maomé e Carlos Magno», de H. Pirenne

quarta-feira, 5 de agosto de 2015


Esse livro de Henri Pirenne (1862-1935) já nasceu como um clássico. Assim, parabenizo os tradutores Mauro Baladi e Regina Schöpke, e as editoras cariocas Contraponto e Ed. PUC-Rio pela publicação dessa obra em 2010.

O autor explica que, onde se estabeleceram (exceto na Bretanha), os germânicos mantiveram a língua como único meio de expressão (p. 110). As invasões não modificaram o caráter da vida intelectual na bacia do Mediterrâneo ocidental (p. 114). Até o século VII, nenhum indício anunciava o fim da "comunidade de civilização" estabelecida pelo Império Romano [segundo o H.-I. Marrou, essa comunidade foi o projeto de Alexandre Magno, e Roma, de fato, foi a responsável por criá-la]. "O mundo novo não perdeu o caráter mediterrânico do mundo antigo" (p. 134).

Para Pirenne, só a expansão do Islã, entre os séculos VII e VIII, pulverizou essa comunidade mediterrânica. "O germano se romaniza a partir do momento em que entra na România. O romano, ao contrário, se arabiza a partir do momento em que é conquistado pelo Islã" (p. 144)"O Islã rompe a unidade mediterrânica que as invasões germânicas havia deixado subsistir. (...) Trata-se do fim da tradição antiga" (p. 155).

A conquista da Espanha, em 711, e a imediata insegurança que se instalou na costa da Provença tornaram impossível a navegação comercial no Mediterrâneo ocidental (p. 155)"A antiga unidade econômica do mediterrâneo é rompida e continuará assim até a época das Cruzadas. Ela havia resistido às invasões germânicas, mas cede diante do avanço irresistível do Islã" (p. 157).  

"O comércio não desapareceu (...), mas assumiu outro caráter. (...) A desaparição do empréstimo a juros comprova, por sua vez, a regressão econômica produzida pelo fechamento do mar" (p. 164)Posto isso, eis que se coloca a questão: por que os muçulmanos não assumiram o lugar dos antigos comerciantes do Levante bizantino? Pirenne explica que o nível de inimizade entre eles e os cristãos era tal que eles só pensavam em pilhar. Se os comerciantes árabes faziam comércio, faziam-no entre si. Os judeus, numerosos em todas os lugares, formaram a única classe cuja subsistência se devia aos negócios. Pelos contatos que tinham entre si, passaram a ser o único vínculo econômico entre o Ocidente e o Oriente (p. 165).

A partir desse ponto, a regressão econômica e cultural da Europa ocidental se acentuou. Como os cristãos não possuíam frota, o Ocidente tornou-se "um deserto e um alvo de pirataria". A seguir, os portos e as cidades foram abandonadas.  "O laço com o Oriente é cortado, e nenhuma relação se estabelece com as costas sarracenas" (p. 174).

Pela primeira vez - e assim permanecerá durante séculos - o eixo da civilização ocidental foi empurrado para o norte, entre o Sena e o Reno (p. 175). Com o império de Carlos Magno (768-814), forma-se o "cenário da Idade Média" (p. 222). Após o Tratado de Verdun (843), esse cenário foi reforçado com a legislação econômica de Carlos, o Calvo e Luís, o Germânico. Tal legislação, "em vez de procurar fomentar o lucro, condena-o, ao contrário, como um torpe lucrum [ganho ilícito]" (p. 249)Enfim, "o Império Franco lança as bases da Idade Média europeia. Porém, a missão que cumpriu teve como condição prévia e essencial a subversão da ordem tradicional do mundo" (p. 280).      

A História do Capitalismo no Brasil

terça-feira, 4 de agosto de 2015


Parte 1


Parte 2

Tarefas de casa (03 a 07/08)

segunda-feira, 3 de agosto de 2015


Tarefas do 6º ano A / 6º ano B:
- Questões das páginas 126, 127 e 130.
* Leia o post Manuscritos do Mar Morto para responder o "Defenda suas ideias" (pp. 126-127).

Tarefas do 7º ano:
- Questões das pp. 154-155 (exceto "Seja criativo").

Tarefas do 8º ano:
- Ler o "Texto Complementar" e responder as questões propostas (pp. 143-145).
- Ler o Cap. 10 (pp. 146-158).

Tarefas do 9º ano A / 9º ano B:
- Questões 1-6 (pp. 180-181).

Tarefas do 1º ano (Ensino Médio):
- Questões da seção "Agora é sua vez" do Mód. 12 (pp. 20-21).

Tarefas do 2º ano (Ensino Médio):
Atividades do Mód. 32 (pp. 24-30).

Tarefas do 3º ano (Ensino Médio):
- Atividades do Mód. 44 (pp. 54-62). Ler e resumir o artigo Filhos de Gandhi.

As tarefas valem pontos de participação e devem ser apresentadas, completas, na aula indicada. Além das atividades, o capítulo ou módulo em questão deve ser lido integralmente.

A corte portuguesa no Brasil

domingo, 2 de agosto de 2015


A Biblioteca de Alexandria

sábado, 1 de agosto de 2015