“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

#IMH Atividades 1

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Os alunos do 1º ano da EEEM "Irmã Maria Horta" deverão ter o caderno completo com os conteúdos de "Introdução aos Estudos Históricos" para responderem as questões abaixo. Caso não tenha as anotações, é possível copiá-las a partir de uma entrevista disponível aqui. Nesse caso, concentre-se nas questões são a 4, a 5, a 8 e a 9.

Não é necessário transcrever as perguntas que se seguem; basta respondê-las no caderno e apresentá-las ao professor na aula do dia 3 de março de 2020. A fim de facilitar a resolução das atividades, recomendo a todos acessarem a entrevista indicada acima.

1. Com a definição de História de Marc Bloch em mente, explique porque é errado dizer que a História estuda o passado.  

2. Explique de que forma a historiografia positivista contribuiu para reforçar a posição das elites ao longo da História. 

3. Defina materialismo histórico dialético. Qual corrente historiográfica criou esse conceito?

4. Pesquise sobre um tipo de pesquisa inovadora desenvolvida pelo movimento dos Annales. Você pode pesquisar pelos trabalhos dos seguintes historiadores: Marc Bloch, Lucien Febvre, Jacques Le Goff, Georges Duby, Fernand Braudel, Jacques Revel, Pierre Nora, Emmanuel Le Roy Ladurie, dentre outros. 

5. Os Annales ampliaram o conceito de fonte ou documento histórico, que passou a incluir não apenas documentos escritos, mas também toda sorte de documentos não escritos. Nesse sentido, faça uma pesquisa e dê um exemplo de fonte histórica iconográfica, e um exemplo de fonte material. 

6. Imagine que um historiador do futuro se proponha a pesquisar sobre a EEEM "Irmã Maria Horta". Aponte pelo menos três tipos de documentos históricos aos quais ele poderia consultar.

7. Indique, em algarismos romanos, os séculos das datas abaixo:
a) 2330 a.C.
b) 1000
c) 810 a.C.
d) 44

«Fuga do Campo 14»

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

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A Batalha da França, junho de 1940

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Hitler em Paris, sua primeira e única visita à capital francesa (21 de junho de 1940). Logo a seguir a essa visita, o Führer ordenou a retomada das obras de Berlim. Nas suas palavras, quando a nova capital alemã estivesse pronta, Paris não passaria de "uma sombra." 

Com suas forças do perímetro de Dunquerque prestes a libertarem-se para se associarem ao avanço para o Sul, Hitler iniciou a ambiciosa etapa da captura de Paris. É importante lembrar que 224.318 soldados britânicos foram evacuados de Dunquerque, mas 136 mil permaneciam na França ocidental, prontos a lançar-se na batalha. E outros viriam, após a retirada da Noruega. Havia ainda 200 mil soldados poloneses na França.

5 de junho. Às 4h desse dia, começou a batalha da França. 143 divisões alemãs enfrentaram 65 divisões francesas. Tropas britânicas também participaram dos combates desse dia, no flanco direito das linhas francesas. Em Londres, com as mensagens Enigma corretamente decifradas e interpretadas, já não se temia uma invasão iminente. Assim, Churchill colocou à disposição de Reynaud várias esquadrilhas de aviões de combate e de bombardeiros, além de ordenar que a 52ª Divisão iniicasse a travessia do Canal da Mancha no dia seguinte.

6 de junho. Os alemães romperam as linhas francesas em vários pontos. No dia seguinte, o rei Haakon VII da Noruega e seu governo embarcaram rumo a Londres. Antes da partida, comunicou por rádio que as operações militares estavam suspensas.

Os alemães enviaram, nos dias 5 e 6 de junho, cerca de 100 bombardeiros para o espaço aéreo da Grã-Bretanha. Apesar disso, Churchill reforçou substancialmente o apoio aéreo à França nesses dias e nos próximos.

8 de junho. Na Noruega, a evacuação de Narvik era concluída. O porta-aviões Glorious e dois contratorpedeiros, o Ardent e o Acasta, foram afundados. Morreram 1515 homens. No mesmo dia 8, Paul Reynaud suplicou a Churchill que enviasse mais duas ou três esquadrilhas à França. Desta vez, o Gabinete de Guerra britânico recusou o envio de mais aviões à França, com base na argumentação de Churchill.

10 de junho. Enquanto isso, tropas francesas e britânicas isoladas do corpo principal do exército, eram evacuadas a partir de Le Havre, Cherbourg e St. Valery-en-Caux. Nesse dia, mais a leste, os franceses se viram a bater em retirada. Nessa tarde, Mussolini declarou guerra à França e à Grã-Bretanha.

11 de junho. A força aérea italiana bombardeou Porto Sudão e Áden, na África, e Malta, no Mediterrâneo. Em retaliação, no mesmo dia os britânicos atacaram Gênova, Turim e uma base militar italiana na Eritreia.

Nesse mesmo dia, forças alemãs ocuparam Paris e o governo francês abandou a capital. O desgaste era grande e a proposta de Churchill de transformar Paris numa fortaleza não foi bem acolhida.

12 de junho. Sob o comando do general Ihler, 46 mil franceses e britânicos apresentaram a sua rendição a Rommel. A artilharia alemã, visando diretamente as praias, impediu a evacuação por mar de 3.321 britânicos e franceses. Nessa noite, o general Weygand telefonou ao governo militar de Paris e ordenou-lhe que declarasse a cidade aberta. A capital francesa não seria palco de combates. Apesar desses infortúnios, a Grã-Bretanha não cogitava em abandonar a França à sua própria sorte. Churchill retornou ao país gaulês. A capital estava em Tours e, pouco depois, foi novamente transferido para Bordeaux. O presidente Roosevelt respondeu a um apelo do primeiro-ministro Reynaud, mas não declarou guerra à Alemanha. O apoio material, contudo, seria enviado.   

13 de junho. A força aérea alemã bombardeou Paris. No total, 254 pessoas morreram, sendo 195 civis. Os britânicos haviam sido obrigados a deixar uma grande quantidade de armamentos no perímetro de Dunquerque, seriam precisos três a seis meses para compensar as perdas.

14 de junho. A URSS apresentou um ultimato à Lituânia, que cedeu e foi ocupada. A seguir, a Letônia e a Estônia tiveram o mesmo destino. Nesse mesmo dia, os alemães ocuparam Paris, onde desfilaram. Dois milhões de parisienses fugiram da cidade. Cerca de 700 mil permaneceram.

15 de junho. Em Bourdeaux, Reynaud disse ao embaixador britânico que, se os Estados Unidos não entrassem na guerra, "muito em breve" a França não poderia prosseguir na luta nem a partir a partir do norte da África. Churchill então telegrafou a Roosevelt para reforçar o pedido de Reynaud, mas não obteve nada.

16 de junho. Os alemães entraram em Dijon. Pétain, vice-primeiro-ministro, exigiu um armistício imediato. Reynaud, desesperado, contactou o governo britânico, que propôs a criação de uma "União Anglo-francesa", capaz de prosseguir na guerra mesmo que a França fosse esmagada. Reynaud aceitou, mas seus colegas não se entusiasmaram. Com isso, Reynaud demitiu-se. Ao fim da tarde, Pétain formava um novo governo. Logo pediu um armistício aos alemães. A fim de evitar que os franceses fossem aliciados pela Grã-Bretanha, ou impelidos pela dureza das condições de  paz viessem a prosseguir a guerra no norte da África, Hitler decidiu manter uma parte da França desocupada. Paris, no entanto, ficaria na zona ocupada pelos alemães.

Entre 16 e 24/06, a operação Ariel possibilitou a evacuação de 16.225 homens da França. A nova evacuação teve quase a mesma dimensão da operação Dínamo em Dunquerque, embora sem o mesmo risco de assalto iminente a partir de terra. Na noite dos dias 16 e 17/06, os bombardeiros britânicos voaram rumo a alvos em toda a região do Ruhr.

18 de junho. Ao longo do dia, as forças alemãs continuavam a entrar em território francês, decididos a delimitar uma zona ocupada mediante a força militar. Assim, Le Mans, Vannes e outras cidades foram ocupadas. Em desafio, bombardeiros britânicos atingiram alvos militares em Hamburgo e Bremen.

19 de junho. Os britânicos iniciaram a evacuação das ilhas do Canal da Mancha.

20 de junho. Uma delegação francesa foi a Compiègne para conduzir as negociações do armistício com os alemães. Nesse dia, Hitler disse ao almirante Reader que entre as vantagens da derrota da França estava a de que a Alemanha poderia enviar todos os seus judeus e os judeus poloneses para a ilha francesa de Madagascar.   

21 de junho. Nas imediações de Villefranche, um pelotão da divisão da caveira combatia tropas francesas e marroquinas. Às 15h, os termos do armistício foram apresentados aos plenipotenciários franceses na mesma carruagem em que os alemães assinaram a rendição no final da Primeira Guerra Mundial (1914-1918).   

Adaptado de: GILBERT, Martin. A Segunda Guerra Mundial - os 2174 dias que mudaram o mundo. Tradução de Ana Luísa Faria e Miguel Serras Pereira. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2014, p. 115-137.  

#WWII Diários da Guerra 1

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Execução do padre Pawlowski. Kalisz, Polônia, 1939.

Num momento crítico da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), quando a Alemanha nazista já havia subjugado diversos países, dentre eles a França, e preparava-se para invadir a Grã-Bretanha, Winston Churchill disse: "Há um número enorme de pessoas, não apenas na Grã-Bretanha, mas em todos os países, que combaterão lealmente nessa guerra, mas cujos nomes nunca serão conhecidos, cujos feitos nunca serão lembrados. Essa é uma guerra do Soldado Desconhecido..." (Apud Gilbert, 2014: p. 147).

Pensando nisso, resolvi iniciar esse "Diário da Guerra". Recolhendo algumas das histórias citadas por Gilbert (2014), pretendo realçar o lado humano do conflito, dando rosto a vítimas desconhecidas. Procurarei citar dois ou três exemplos de cada momento da parte inicial da guerra, resumindo brevemente o contexto histórico. 

*** 

Em setembro de 1939, no rastro da Blitzkrieg na Polônia, os alemães incendiavam aldeias inteiras. Em Wiruszow, vinte judeus foram reunidos na praça do mercado, entre os quais Israel Lewi, de 64 anos. Quando sua filha, Liebe Lewi, correu para junto dele, um alemão mandou-a abrir a boca por demonstrar "falta de respeito" e disparou-lhe uma bala. Liebe caiu morta no chão, e os vinte judeus foram executados em seguida. (p. 11) 

Seis dias de guerra haviam mostrado que o massacre dos judeus seria parte integrante da conquista alemã. Num gesto desafiador, o Dr. Chaim Weizmann, político e promotor do Movimento Sionista, escreveu ao primeiro-ministro britânico, Neville Chamberlain, dizendo que os judeus combateriam ao lado das democracias contra a Alemanha nazista. (p. 14)  

Enquanto isso, o centro operacional do programa de eutanásia era definido numa casa nos subúrbios de Berlim. Para um especialista nazista em eutanásia, o Dr. Pfannmüller, seria "intolerável a ideia de que a nata, a fina flor de nossa juventude, perca a vida na frente de guerra para garantir uma existência segura, nos manicômios, a débeis mentais e a elementos insociais." (p. 21) 

Em 1º de outubro, com a Polônia já derrotada, o exército alemão preparava-se para ocupar Varsóvia. Antes, porém, exigiu doze reféns - dez cristãos e dois judeus - que responderiam com suas vidas por quaisquer distúrbios. Ao entrarem na cidade, os alemães distribuíram pão e sopa à população faminta. Imediatamente, operadores de câmera alemães montaram seus equipamentos e filmaram as tropas alemãs trazendo alimentos aos poloneses famintos. Terminadas as filmagens, desapareceram tanto os operadores de câmera quanto as cozinhas de campanha. (p. 28)

Em 16 de outubro, todos os poloneses da cidade e do porto de Gdynia receberam ordem de evacuação e outras expulsões em massa ocorreram em várias cidades e vilas da zona anexada pela Alemanha. As execuções também prosseguiam. No dia 17, o padre Pawlowski, de 70 anos, pároco de Chocz, foi preso pela Gestapo e acusado de porte ilegal de armas. Pawlowski foi espancado a ponto de seu rosto ficar irreconhecível. Levaram-no para a vila mais próxima, Kalisz, onde um poste de execução havia sido instalado na praça principal. Então os homens da Gestapo obrigaram vários judeus a atar o padre ao poste, a desamarrá-lo depois de fuzilá-lo, a beijar-lhe os pés e a enterrá-lo no cemitério judeu. (p. 33) 

Em novembro, em Varsóvia, ocorreu o primeiro massacre de judeus: 53 ao todos, dentre eles Samuel Zamkowy, de 45 anos, um dos mais famosos ginecologistas da capital polaca. (p. 41)     

Bibliografia consultada: GILBERT, Martin. A Segunda Guerra Mundial - os 2174 dias que mudaram o mundo. Tradução de Ana Luísa Faria e Miguel Serras Pereira. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2014

Dunquerque, maio de 1940

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

Operação Dínamo, maio de 1940. Créditos do Departamento de Guerra dos Estados Unidos.

26 de maio. Hitler percebeu que havia cometido um erro grave ao aprovar a ordem de parada dois dias antes. Até aí, não se sabia que a Força Expedicionária Britânica se preparava para uma evacuação do continente europeu rumo ao Reino Unido. Às 19h, uma ordem de Londres para o vice-almirante Bertram Ramsey, em Dover, informava-o de que devia dar início à operação "Dínamo" (o codinome para a evacuação). Esperava-se evacuar 45 mil homens em dois dias.

Nos nove dias de evacuação, 176 aviões alemães foram abatidos na zona da costa, contra 106 aparelhos britânicos perdidos. A batalha nos céus ajudou a evitar uma catástrofe.

O combate de tropas britânicas em ações de retaguarda na periferia de todo o perímetro de Dunquerque também contribuiu para o sucesso da evacuação.

28 de maio. Após consultar o seu estado-maior, o rei Leopoldo consentiu em apresentar a rendição incondicional da Bélgica aos alemães. O país resistira corajosamente durante dezoito dias.

Enquanto prosseguia a evacuação, as tropas aliadas no norte da Noruega continuavam a avançar. Nas primeiras horas de 28 de maio, ocorreu a entrada em Narvik. 

Mais de 25 mil homens foram evacuados de Dunquerque até o final do dia. Dezenas de homens foram abatidos pelos alemães, mesmo após se renderem.

29 de maio. A evacuação prosseguiu em Dunquerque. Após o ataque ao contratorpedeiro Grafton, no qual 35 oficiais morreram, houve mais uma batalha desigual, quando o vapor de rodas HMS Waverley foi atacado em sua viagem de regresso por doze bombardeiros de mergulho alemães. O Waverley desapareceu ao fim de 30 minutos de um ataque aéreo insistente, e mais de 300 dos homens a bordo afogaram-se. Apesar disso, naquele dia, 43.310 homens já haviam sido evacuados em Dunquerque. 

30 de maio. O número de evacuados subiu para 80 mil às primeiras horas do dia. Nesse dia, o contratorpedeiro francês Bourrasque afundou ao esbarrar numa mina em seu regresso a Dover. Cerca de 150 homens que recolhera na praia afogaram. Nesse dia, Paul Reynaud pediu a Churchill que enviasse mais tropas à França, para se reunirem às forças que ainda defendiam a linha do Somme. Churchill respondeu que não dispunha de imediato dessas tropas. O primeiro-ministro britânico afirmou que  se um dos países fosse vencido, o outro não podia abandonar o combate. "O governo britânico estava disposto a conduzir a guerra a partir do Novo Mundo se, por alguma catástrofe, a Inglaterra também fosse devastada." Em suas conversas com os dirigentes franceses em 31 de maio, Churchill insistiu na disposição dos Estados Unidos "em dar um auxílio substancial".

1º de junho. Várias unidades alemãs chegaram suficientemente próximo de Dunquerque para bombardearem as praias com sua artilharia. Apesar de três contratorpedeiros britânicos e um francês terem sido destruídos, 64.229 homens foram transportados.

Os serviços secretos sabiam, desde 22 de maio, que a grande prioridade dos alemães era a derrota da França. Confirmando o prognóstico, todo o esforço militar de Hitler se concentrou no avanço para o sul do Somme, em direção a Paris. 

2 de junho. Os últimos 3 mil britânicos e franceses foram evacuados de Dunquerque. No total, 338.226 foram evacuados em sete dias. A proeza mais importante coube às pequenas embarcações (traineiras, navios costeiros, rebocadores, etc.). Entre 25 de maio e 5 de junho, 394 aviões alemães foram destruídos contra apenas 114 aviões aliados. Apesar do sucesso nos combates aéreos, 34 mil militares britânicos tornaram-se prisioneiros de guerra.     

Adaptado de: GILBERT, Martin. A Segunda Guerra Mundial - os 2174 dias que mudaram o mundo. Tradução de Ana Luísa Faria e Miguel Serras Pereira. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2014, p. 103-114.  

«Nossa Cultura... Ou o que restou dela»

domingo, 23 de fevereiro de 2020

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#HJ22 A Modéstia do Rico

sábado, 22 de fevereiro de 2020

Estatueta de vidro colorido mostra um judeu segurando um saco de dinheiro. Seu olhar é desconfiado. Coleção Katz Ehrenthal, Museu do Holocausto dos Estados Unidos.

Hershele ouviu certa vez elogiarem um certo ricaço por sua modéstia.

- Quando dá esmola, pede que não conte nada para ninguém.

- Eu acho - disse Hershele -, para evitar que outros esmoleiros apareçam por lá.  

FINZI, Patricia et al. (edição, seleção e textos). Do Éden ao divã - Humor Judaico. São Paulo: Shalom, 1990, p. 60.

«O Império Ecológico»

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

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Notas introdutórias: «Filosofia Verde»

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Prefácio

Damos crédito aos alarmistas - ninguém é tão sombrio sem uma razão. Também damos crédito aos céticos - eles nos oferecem esperança. Observamos como governos, ONGs e grupos de pressão fazem o seu jogo para aumentar a ansiedade comum.

A história nos ensina que projetos de grande escala perdem eficiência e responsabilidade quando deixados nas mãos dos burocratas. As regulamentações governamentais, por sua vez, produzem efeitos colaterais que frequentemente pioram aquilo que procuravam solucionar.

Uma lição para os ambientalistas: nenhum projeto de larga escala terá êxito se não estiver enraizado no raciocínio prático de pequena escala. Somos nós que temos de agir. A filosofia conservadora brota das rotinas diárias e não oferece soluções detalhadas para problemas específicos. Scruton propõe que as questões ambientais sejam enfrentadas por todos, na esfera das circunstâncias diárias, para que não sejam confiscados pelo Estado. Defende as iniciativas locais contra os esquemas globais, a associação civil contra o ativismo político. Consequentemente, seu argumento é contrário ao que se vê em boa parte da literatura ambiental de nosso tempo.

SCRUTON, Roger. Filosofia Verde: Como Pensar Seriamente o Planeta. Tradução de Maurício G. Righi. São Paulo: É Realizações, 2017.

«Ponerologia», de A. Lobaczewski

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

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«A Vida na Sarjeta»

terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

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«Tribunos, profetas e sacerdotes»

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

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«A Segunda Guerra Mundial»

domingo, 16 de fevereiro de 2020

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A Ofensiva Alemã no Ocidente (1940)

sábado, 15 de fevereiro de 2020

Bandeira nazista tremula sobre Bruxelas após a invasão alemã (maio de 1940).

No dia 10 de maio de 1940, 136 divisões alemãs entraram na Bélgica e na Holanda. Os Aliados possuíam metade desse número de divisões. Nada menos que 2500 aviões alemães atacaram os aeródromos da Bélgica, Holanda, França e Luxemburgo.

Face à rapidez do avanço alemão, o governo britânico autorizou a Operação XD, a destruição das instalações portuárias holandesas e belgas na embocadura do Escalda, caso os alemães ali chegassem. Como o Partido Trabalhista recusou formar um governo de coligação encabeçado por Neville Chamberlain, este demitiu-se da função de primeiro-ministro. Sucedeu-lhe Winston Churchill. No seu primeiro dia na chefia do governo, forças britânicas ocuparam a Islândia dinamarquesa, uma importante posição que não deveria cair nas mãos dos alemães, agora senhores da Dinamarca.

Enquanto isso, nos Países Baixos o avanço alemão seguia fulminante. A rainha Wilhemina, sem outra opção, fez contato com o rei George VI e, a seguir, refugiou-se na Grã-Bretanha.

No dia 14 de maio, por ordens de Hitler, a ponte do Reno em Roterdam foi bombardeada. Buscava-se esmagar a resistência dos holandeses, mais enérgica do que se esperava. Muitas bombas erraram o alvo e atingiram o centro da cidade, apavorando ainda mais os belgas e os franceses, ainda que estes ainda não haviam sido vítimas dos bombardeamentos.

Os bombardeiros britânicos mostraram-se incapazes de deter a ofensiva alemã em Sedan assim como as tropas francesas mostraram-se incapazes de manterem suas posições. O cerco pela retaguarda logo começou e em menos de um mês a capital francesa estaria vulnerável a um avanço rápido.

Ainda em 14 de maio, britânicos e franceses precisaram terminar sua retirada da Noruega. No dia seguinte, o primeiro-ministro francês Paul Reynaud admitia o fracasso do contra-ataque francês às forças alemãs que haviam rompido sua linhas em Sedan. Os franceses começavam a entrar em pânico. Naquele mesmo dia, os Países Baixos capitularam.

No dia 15 de maio, a Legião Estrangeira francesa ocupou Bjerkik, Noruega. Churchill recusava-se a abandoná-la. No dia seguinte, a ofensiva alemã prosseguiu. Churchill ordenou que se iniciasse a Operação XD.

17 de maio. Os tanques Panzer de Guderian chegou ao rio Oise, não muito longe de St. Quentin. O coronel De Gaulle tentou, com os tanques da 4ª Divisão Blindada, detê-los. Embora não tenha sido bem-sucedido, foi promovido a general devido a sua bravura em combate. Nesse mesmo dia, tropas do 6º exército do general Von Reichenau entraram em Bruxelas, a quinta capital a capitular para os alemães em cinco meses.

18 de maio. Rommel chegou a Cambrai e St. Quentin foi ocupada por Guderian. Nesse mesmo dia, o porto de Antuérpia, o principal da Bélgica, caiu em mãos alemãs. Enquanto a batalha da França prosseguia, o moral dos ingleses se elevava, graças à convicção de que os bombardeamentos da região do Ruhr haviam sido bem-sucedidos.

19 de maio. À noite, colunas de blindados alemães, passando por Amiens, avançaram até Abbeville, isolando a Força Expedicionária Britânica em relação à maior parte do exército francês e de suas próprias bases e fonte de abastecimento na França ocidental.

21 de maio. Tropas alemães atingiram Le Crotoy, povoação na foz do rio Somme, cortando as forças aliadas no norte da França e abrindo caminho para que os alemães pressionassem os britânicos em direção às costas do Mar do Norte e ali os destruíssem. Foi então que 58 tanques britânicos iniciaram uma contraofensiva que forçou os Panzers e as tropas alemãs a recuarem. Enquanto isso, no Leste, 1500 doentes mentais foram eliminados pelos alemães.

22 de maio. Os britânicos decifram a chave Enigma, utilizada pela força aérea alemã, Tal decifração forneceu aos comandantes militares britânicos um panorama valioso das atividades e das intenções da força aérea alemã. Mas o volume de informações era imenso e existiam muitas outras dificuldades impediram os Aliados de extraírem maiores vantagens da decifração. As informações teriam um valor incalculável se o exército britânico não estivesse numa retirada precipitada.

24 de maio. Apesar da liberdade concedida por Hitler, o general Rundestedt decidiu não atacar Dunquerque. Enquanto o exército alemão parava, iniciou-se a evacuação britânica em Boulogne. O ataque aéreo autorizado por Hitler teve então início. O governo britânico começou então a planejar a evacuação das tropas britânicas em Dunquerque.

25 de maio. A força aérea alemã atacou com força total as instalações portuárias de Zeebrugge, Blankenberge, Ostende, Nieuport e Dunquerque. Ignorando que esta última seria o porto principal de embarque de tropas, os mais severos bombardeamentos tiveram Ostende como alvo.

Adaptado de: GILBERT, Martin. A Segunda Guerra Mundial - os 2174 dias que mudaram o mundo. Tradução de Ana Luísa Faria e Miguel Serras Pereira. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2014, p. 84-102.  

Os Judeus da Corte

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Joseph Süss Oppenheimer (1698-1738). Autor desconhecido.

O judeu da corte (Hofjude) surgiu na cena alemã moderna, deixando a sua marca. Cada corte real ou principesca teve o seu: o judeu, novo Midas, tinha a reputação de transformar em ouro tudo o que tocava... Certos contrastes são extremamente significativos. Em 1670, o imperador Leopoldo expulsou desapiedadamente os judeus de Viena; as corporações reclamavam desde há muito tal expulsão, e um aborto da imperatriz, de que se precisou torná-los responsáveis, foi o pretexto. No entanto, em 1673, o mesmo imperador chamou um judeu de Heidelberg, Samuel Oppenheimer, e o encarregou de reabastecer seus exércitos; durante trinta anos, ele se desincumbiu da tarefa com singular felicidade, em particular quando do ataque dos turcos a Viena, em 1683, assim como decurso das intermináveis guerras contra a França; Max de Baden escreveu que, sem ele, o exército austríaco teria sido aniquilado, e o príncipe Eugênio recusava-se a dispensar seus serviços.

Por trás do tinido das armas, ou do jogo sutil das intrigas diplomáticas, por toda a parte, nesta época, encontra-se o judeu da corte; assim, foi o judeu da corte Leffman Beherens que buscou e transportou em barricas de álcool os subsídios que Luís XIV deu ao Duque de Hanover; foi o judeu da corte Bernd Lehmann que conseguiu eleger rei da Polônia seu príncipe, Augusto da Saxônia, graças a judiciosas distribuições de propinas; foi o judeu da corte Süss Oppenheimer dito "Jud Süss", o mais célebre de todos, que, favorito do Duque Carlos Alexandre, reorganizou a administração e as finanças do Ducado de Württemberg e tornou-se o homem mais poderoso da região, antes de acabar no patíbulo...

Pouco importava que a corte fosse protestante ou católica, que o príncipe fosse tartufo ou libertino; encontramos "agentes", "corretores" ou "comissários" judeus junto às cortes dirigidas pelos jesuítas, como os encontramos junto a bispos e cardeais. Suas atribuições eram vastas e diversificadas ao máximo; administravam as finanças, eram empregados de abastecer os exércitos, de cunhar dinheiro, de fornecer à corte tecidos e pedras preciosas, de introduzir novas indústrias, de fabricar artigos têxteis ou de couro, de arrendar o monopólio de tabaco ou do sal, e assim por diante.

Às vezes, os judeus da corte mantinham verdadeiras relações de amizade com seus comitentes e senhores, que se estabeleciam tanto mais facilmente quanto, se o judeu vivia à margem da sociedade, o príncipe, planando a uma altura inacessível, lhe permanecia por sua vez estranho; eles se compreendiam mais facilmente quando ambos levavam uma existência à margem. Grão-senhores, célebres capitães, e até altezas reais comiam à mesa dos judeus, dormiam em suas casas quando em viagem, recebiam-nos em seus palácios, assistiam a seus casamentos.

Sem dúvida, a amizade só durava enquanto o judeu permanecia útil e rico. Ora, ele sempre estava à mercê de um golpe de sorte ou de um capricho, e seu bom fado é algo precário: nenhum desses judeus da corte fundou uma dinastia; ao contrário, numerosos foram aqueles que terminaram os seus dias na miséria. Os filhos de Bernd Lehmann foram expulsos da Saxônia; os netos de Leffman Behrens passaram longos anos na prisão por dívidas; e o processo de "Jud Süss", a alegria que suscitou a sua queda através da Alemanha inteira, seu retorno de última hora ao judaísmo e seu fim trágico são como o símbolo do destino de um judeu da corte.

Talvez a seguinte estória, que se atribui a Frederico Guilherme, o rei soldado, pinta bem sua situação e o interesse que se lhes dedica. De passagem por uma cidade da Prússia, foi solicitado a conceder audiência a uma delegação de judeus. "Nunca receberei estes canalhas que crucificaram Nosso Senhor!", exclama ele. Um camareiro lhe murmura ao ouvido que estes judeus tinham lhe trazido um valioso presente. "de fato, deixai-os entrar, reconsidera ele. Afinal de contas, eles não estavam lá quando o crucificaram...". Verdadeira ou falsa, a anedota reflete justamente os sentimentos nuançados que suscitavam os judeus no século do barroco.   

Adaptado de POLIAKOV, Léon. De Cristo aos Judeus de Corte. Tradução de Jair Korn e J. Guinsburg. São Paulo: Perspectiva: 1979, p. 196-199.

«Em Busca do Infinito»

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

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«Uma História da Matemática»

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

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Entrevista com Luis Castaño Sánchez

terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Nippur Cubit Rod, en el Museo Arqueológico de Estambul. Foto: Wikipedia

El profesor Miguel Pérez Sánchez-Pla ha presentado recientemente un libro titulado “La Gran Pirámide, la clave secreta del pasado”, en el que viene a sintetizar la tesis doctoral que defendió en 2008 en la Universitat Politécnica de Catalunya, en la que defiende que los egipcios tenían conocimientos avanzados de geometría, geodesia, astronomía e historia, incluso que llegaron a conocer el número pi. Muchas voces se han levantado contra estos arriesgados planteamientos, nosotros nos hemos querido detener en una de ellas, la del filólogo Luis Castaño Sánchez, especialista en sistemas de medición en la Antigüedad, con quien hemos querido repasar además otros temas de interés relacionados con esta materia. 

Pregunta - ¿Cuándo empieza el hombre a establecer un sistema de medida y por qué?
Respuesta - A día de hoy no puedo responder a esta pregunta con certeza. Sí puedo señalar de qué fecha data el patrón físico de medida más antiguo de la Historia. Se trata de una barra metálica con unas marcas conservada en el Museo Arqueológico de Estambul conocida con el nombre de “Nippur Cubit Rod” (Barra del Codo de Nippur) que data del Siglo XXVII AC.   De las marcas de esa barra, algunos especialistas (Huber, Rottlander) han deducido una medida de 51'8 cm a la que llaman Codo de Nippur. Sin embargo a lo largo de mi investigación he descubierto que esa propuesta es errónea. Esa barra nos ofrece tres medidas (Pie 25'65 cm, Codo 45 cm y 3 Dedos 5'4 cm) que corresponden, todas ellas, al Canon Original: un Hombre de 1'80 m.

A raíz del estudio de círculos de piedra megalíticos, otro autor (Alexander Thom) propuso una medida de 82'9 cm a la que llamó Yarda Megalítica. De dicha medida no hay pruebas físicas por lo que podría ser errónea. Por otro lado es posible que los círculos de piedra estén relacionados con el Canon Original. Los motivos para afirmar esto es que las piedras de Stonehenge parecen estar distribuidas según una cuadrícula basada en el Hombre. Pero esto es algo que está aún por estudiar. En definitiva parece que el ser humano empezó a establecer un sistema de medidas basado en el cuerpo ya en los inicios de nuestra Historia, quizá incluso en la Prehistoria. 
En cuanto a los motivos, a día de hoy veo difícil asegurar una respuesta. Probablemente por razones prácticas, pero en mi opinión aún queda mucho por investigar en Metrología Histórica como para poder responder a esto.

Pregunta - ¿Condiciona el sistema métrico la manera que tienen las sociedades de interpretar el espacio o bien podríamos decir que ocurre al revés?
Respuesta - También es una pregunta difícil de responder. Lo que sí puede afirmarse es que una vez establecido un sistema métrico parece desarrollarse un especial apego al mismo, quizás por costumbre o por comodidad. Pondré un ejemplo. La instauración del actual Sistema Métrico Decimal (cuyo objetivo era unificar unas medidas que, en esa época, ya eran muy dispares entre diferentes países) encontró mucha resistencia en la época. Uno de los motivos de dicha resistencia fue que sus unidades (metro, centímetro y otras), al contrario de las unidades antropométricas del Sistema de Medidas Antiguo (Codo, Palma, Dedo y otras), no eran fáciles de comprender de manera intuitiva.

Pregunta - De las civilizaciones antiguas ¿cuál era el sistema métrico más sofisticado?
Respuesta - Esta pregunta contiene un error de base que quiero señalar. La pregunta parte de la idea de que en las civilizaciones antiguas había diferentes sistemas de medidas, un planteamiento que se encuentra en los trabajos de muchos especialistas en Metrología Histórica. Sin embargo en mi trabajo de investigación he descubierto que en la Antigüedad no existieron diferentes sistemas de medidas, sino un único sistema de medidas que era común a muchas culturas de la Antigüedad y al que he llamado Sistema de Medidas Antiguo.  La unidad central de este sistema de medidas era el Canon Original, un Hombre en T de 1´80 metros en cuadrícula que encontramos ya en Nippur y que llega hasta el Hombre de Leonardo y más allá.

Pregunta - Recientemente ha vuelto a salir en los medios una controvertida tesis del profesor Pérez-Sánchez Pla que se presentó en el año 2008. Según el arquitecto barcelonés, los egipcios tenían un sistema de medida muy avanzado, incluso conocían el número Pi ¿qué opina de este estudio?
Respuesta - Tal y como indico en una Nota de Prensa que estoy intentando hacer llegar a diferentes medios de comunicación, la Tesis del Sr. Pérez-Sánchez es errónea. El Sr. Pérez-Sánchez parte de una única medida: la medida de 52'36 cm propuesta por Williams Flinders Petrie como Codo Real. Esta unidad de medida es la unidad de medida admitida hoy en día. De hecho las dimensiones de la Gran Pirámide y otras suelen expresarse así. Pero hay varios problemas.

En primer lugar hay que señalar que no se empleó una única unidad de medida sino, lógicamente, un sistema de medidas completo: el Sistema de Medidas Antiguo. En dicho sistema de medidas, recogido físicamente en patrones y explicado textualmente en infinidad de textos antiguos, la Palma medía 7'5 cm, el Codo -6 Palmas- medía 45 cm y el Codo Real -8 Palmas- medía 60 cm. La medida de 52'36 cm propuesta por Petrie corresponde a 7 Palmas -52'5 cm- pero no al Codo Real -60 cm-.

En segundo lugar hay que señalar que las medidas de la Gran Pirámide ya vienen recogidas en esos textos antiguos y no en Codos Reales sino en Pletros. Así, el lado de la base de la Gran Pirámide medía 8 Pletros, el Pletro medía 100 Pies Reales y el Pie Real medía 4 Palmas (30 cm) o 16 Dedos (28'8 cm). Así que: Dedo 1'8 cm → Pie Real 28'8 cm → Pletro 28'8 m → Gran Pirámide 230'40 m.

En tercer lugar hay que señalar que el Sistema de Medidas Antiguo establece toda una serie de relaciones entre medidas lineales y circulares sin necesidad alguna de conocer el valor de Pi.

Por último, el Sr. Pérez-Sánchez suele insistir que en su reconstrucción ha llegado a una precisión de 1/20 de milímetro. Esto se me antoja no sólo absurdo, sino incorrecto. En primer lugar porque como el propio Sr. Pérez-Sánchez reconoce en su web: “la Gran Pirámide se encuentra mutilada y ha llegado hasta nosotros hecha una monumental ruina”; luego es imposible llegar a tal grado de precisión. Y en segundo lugar porque los patrones egipcios de 7 Palmas -52'5 cm-, que se conservan en diferentes museos, oscilan de 52'2 cm a 52'7 cm; luego si los egipcios no eran capaces de tan elevada precisión ni en objetos relativamente pequeños ¿cómo podrían serlo en un gran edificio?

Pregunta - La mayoría de sistemas métricos de la Antigüedad toman como referencia al hombre ¿cuál ha sido la medida más utilizada y por qué?
Respuesta - Esta pregunta parte de nuevo del mismo error de base que la pregunta tres. Por tanto vuelvo a señalar que en mi trabajo de investigación he descubierto que en la Antigüedad, en origen, no hubo distintos sistemas métricos sino un único sistema de medidas: el Sistema de Medidas Antiguo.  La unidad central de este sistema de medidas era el Canon Original, un Hombre en T de 1´80 metros en cuadrícula, pero había muchas otras. Como unidades menores tenemos el Codo (45 cm), el Pie (25'65 cm), la Palma (7'5 cm), el Dedo (1'8 cm) y muchas otras -incluyendo también unidades menores al Dedo-. Como unidades mayores, múltiplos del Hombre y de sus unidades menores, tenemos el Pletro, el Estadio, la Milla y muchas otras. Queda, pues, mucho por estudiar aún.

Nosotros no utilizamos únicamente una medida (metro, cm, km) sino un sistema de medidas completo, seleccionando en cada momento la que más nos conviene. Ellos hacían lo mismo. De hecho, tras haber revisado cientos de trabajos sobre Metrología Histórica (el último de ellos la Tesis de Antoine Pierre Hirsch: “Ancient Egyptian Cubits. Origin and Evolution”). Me basta con leer frases como “La antigua unidad egipcia de medida lineal era el Codo (mh)” para saber que el autor parte de planteamientos erróneos y que no conoce con exactitud el Sistema de Medidas Antiguo

Autor
Mario Agudo Villanueva

O Judeu e o Goi

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Uma pergunta acerca do Talmude, c. 1860-1871, pintura sobre painel de Carl Schleicher (1825-1903).

Raros são os autores que tentaram tornar acessível o raciocínio talmúdico ao público cultivado europeu. Remetemos àqueles que a questão interessa ao antigo, mas até hoje inigualado, estudo do filólogo Arsène Darmesteter ("Le Talmud", in Reliques scientifiques, Paris, 1950). Ad usum populi, o seguinte apólogo pode servir para ilustrar a ideia de que o raciocínio talmúdico é, em última análise, um exercício de bom senso:

Um goi insistia junto a um talmudista para que este lhe explicasse o que é o Talmud. O sábio acabou por consentir e coloca ao curioso a seguinte questão:

"Dois homens descem por uma chaminé. Quando saem dela, um tem o rosto coberto de fuligem; o outro está imaculado. Qual dos dois irá se lavar?

- Aquele que está sujo, responde o goi.

- Não, pois aquele que está sujo vê o rosto limpo do outro, e acredita que o seu também o está...

- Compreendi!, exclama o goi. Começo a compreender o que é o Talmud...

- Não, não compreende absolutamente nada, interrompe o rabino. Pois como queres que dois homens que desceram pela mesma chaminé, um esteja limpo e o outro sujo?"

POLIAKOV, Léon. De Cristo aos Judeus de Corte. Tradução de Jair Korn e J. Guinsburg. São Paulo: Perspectiva: 1979, p. 215.

Invenções da Revolução Industrial

domingo, 9 de fevereiro de 2020


O Mito do Judeu Errante

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

O Judeu Errante, 1896, imagem de Épinal.

Em 1602, em Leyde (atual Alemanha), foi publicado o Breve Relato e Descrição de um Judeu de Nome Ahasverus. Nesse mesmo ano, a obra teve oito edições alemãs. Rapidamente, foi traduzido em todas as línguas europeias. Graças a esse sucesso editorial, o mito do judeu errante foi propagado.

Quem seria essa figura, o "judeu errante"? Ele seria testemunha da crucificação e teria sido condenado por Jesus a vagar sem descanso até sua segunda vinda (isto é, até o Juízo Final); mito tão conforme às concepções tradicionais da Igreja, mas também ao destino instável e vagamundo que sob o domínio destas concepções a cristandade condenava nos judeus. Conhece-se a fortuna literária deste tema grandioso, retomado em todos os registros e sob todas luzes por tantos autores ilustres, por um Goethe e por um Schlegel, por um Shelley e por um Andersen, por Edgar Quinet e por Eugène Sue, e que constitui tão intensamente para difundir em todos os países e em todos os meios a noção do destino misterioso e da missão providencial dos judeus. 

Adaptado de POLIAKOV, Léon. De Cristo aos Judeus de Corte. Tradução de Jair Korn e J. Guinsburg. São Paulo: Perspectiva: 1979, p. 206.

Vida Judaica no fim da Idade Média

terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

O poeta judeu Süßkind von Trimberg usando um chapéu judaico. Codex Manesse (séc. XIV).

O fim da Idade Média é a época em que o antigo bairro judeu se transforma em gueto, cujas portas à noite são fechadas à chave e cujos habitantes só durante o dia têm o direito de frequentar as ruas cristãs. Por trás destas muralhas, a comunidade judaica volta-se definitivamente para dentro de si mesma; seus membros levam uma vida frugal e devota, minuciosamente regrada nos menores detalhes, e cuja monótona ordem forma um contraste surpreendente com os golpes do destino aos quais se expunham a cada dia em seu comércio com os cristãos. Assim, a um sobressalto contínuo, se opõe todo um caminho traçado de antemão desde o berço.

Aos quatro anos, no último dia de Schavuot (aniversário da Revelação), o pequeno judeu é conduzido à escola, onde lhe ensinam os rudimentos do alfabeto: a fim de que o estudo lhe seja sempre agradável, os primeiros caracteres hebraicos, que se lhe apresentam em relevo, são revestidos de mel. As primeiras frases que se lhe dá para ler são moldadas sobre doces ou inscritas em ovos que as crianças repartem em seguida. Os rabinos ensinam sem descanso que nada é mais admirável que o estudo, que facilitar a instrução às crianças pobres é a obra mais pia que existe, superior mesmo à edificação de uma sinagoga. Todos os rapazinhos devem aprender a Torá e os Profetas, o hebraico e o aramaico, e em todos se inculca rudimentos do Talmud (Mischná); em seguida, à medida que se penetra no domínio da alta acrobacia intelectual da Guemará, uma seleção se opera, e só os alunos mais dotados são incitados a franquear a "Grande Escola" (Midrasch Gadol); esses, mesmo se não se tornam rabinos, continuarão seus estudos durante a vida toda.

Aos treze anos, é a Bar Mitzvá, a maioridade religiosa e civil. A partir deste momento, o jovem judeu é considerado maduro para o casamento e, bem entendido, o assunto é cuidadosamente expurgado de todo elemento capaz de suscitar o apelo romântico dos sexos. Moços e moças vivem separados e não têm o direito de brincar ou dançar juntos, os esponsais são concluídos por intermédio de um casamenteiro profissional, que é aliás altamente considerado (é amiúde um rabino) e o mais das vezes o noivo não trava conhecimento com sua prometida até o dia da assinatura do contrato nupcial. A moça é antes de mais nada cotada segundo seu dote e o rapaz segundo sua erudição. Estes casamentos precoces eram também casamentos muito fecundos, pois absolutamente nada podia opor-se ao jogo natural de uma reprodução máxima: o ato sexual era também um mandamento; a fidelidade conjugal, a regra; o adultério, uma exceção raríssima e, além disto, severamente reprimido. (Ver-se-á mais adiante como em consequência certos príncipes cristãos tentarão impor aos judeus o primeiro "controle de natalidade" da história europeia.) Uma vez casado e pai de família, a existência de um judeu, seja um "Talmud Hakham", um sábio em Israel, ou um simples usurário, está inteiramente traçada: ocupar-se-á de prover às necessidades dos seus e servir o Eterno através das três preces diárias, das diversas bençãos e dos seiscentos e treze mandamentos de todo tipo a serem observados no decurso da vida corrente, e que só o perigo de vida permite transgredir. Usura e estudo não são de resto considerados incompatíveis, mas ao contrário: um texto especifica mesmo que a usura apresenta a vantagem de deixar todos os lazeres necessários para o estudo.

POLIAKOV, Léon. De Cristo aos Judeus de Corte. Tradução de Jair Korn e J. Guinsburg. São Paulo: Perspectiva: 1979, p. 140-141.

Seminário "Racismos"

domingo, 2 de fevereiro de 2020

Proponho o seminário interdisciplinar "Racismos - da exploração oceânica ao abolicionismo". Segue bibliografia indicada para tal seminário:

BETHENCOURT, Francisco. Racismos - das Cruzadas ao Século XX. Tradução de Luís Oliveira Santos e João Quina Edições. São Paulo: Companhia das Letras, 2018. > Disponível AQUI.

Entendendo o racismo como preconceito em relação à ascendência étnica combinado com ação discriminatória, um fenômeno relacional que sofre alterações com o tempo, as apresentações abrangerão um recorte temporal extenso, com áreas geográficas variadas e bem além das vítimas recorrentes - negros ou judeus, por exemplo.

Para cada apresentação serão disponibilizados entre 12 e 15 minutos. Elas deverão contar com o recurso do PowerPoint, a fim de exibir as principais imagens referenciadas no livro (mas, atenção, NÃO as reproduza do PDF, uma vez que nele elas não são coloridas). O domínio do tema, a clareza e a objetividade serão os principais critérios a serem avaliados. 

A fim de facilitar o trabalho dos grupos, e também para promover uma uniformização das apresentações, todos deverão seguir o seguinte Modelo de PowerPoint.  

O seminário será separado por blocos de apresentações, tomando por base as partes e os capítulos do livro. São eles:

Bloco 1 - Exploração Oceânica
1.1 Hierarquias de continentes e povos

1.2 Africanos

1.3 Americanos

1.4 Asiáticos

1.5 Europeus

Bloco 2 - Sociedades coloniais
2.1 Classificação étnica 

2.2 Estrutura étnica

2.3 Projetos e políticas

2.4. Discriminação e segregação

2.5 Abolicionismo