“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

Leituras do 3º Trimestre de 2020

quarta-feira, 30 de setembro de 2020

 

Neste terceiro trimestre, dediquei-me muito mais a fichar livros que já havia lido. Devido aos seminários do Ensino Médio, alguns deles inéditos, algumas leituras ainda não foram concluídas. Assim, listarei abaixo apenas as leituras inéditas e concluídas nos meses de julho a setembro.

BACCHIOCCHI, Samuele. Crenças Populares: o que as pessoas acreditam e o que a Bíblia realmente diz. Tradução de José B. da Silva. Tatuí, São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 2012.

BURKE, Peter. O Renascimento. Tradução de Rita C. Mendes. Lisboa: Texto & Grafia, 2008.

RICHÉ, Pierre. Grandes Invasões e Impérios - Séculos V a X. Tradução de Manuel J. Palmeirim. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1980.

«Quero Saber - Incrível História»

terça-feira, 29 de setembro de 2020

 

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«Como a Democracia chega ao Fim»

segunda-feira, 28 de setembro de 2020

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Eleições Municipais 2020

domingo, 27 de setembro de 2020

 

Oficialmente, a campanha eleitoral começa hoje. Na pré-campanha, já vimos algumas "pérolas", como o presidente municipal do PT em Laje do Muriaé, RJ, que prometeu "trabalhar muito e roubar pouco". Rimos também com o ex-prefeito de Cocal, PI, que se gabou de ter roubado menos do que o atual. E, agora, aparece essa figura aí em Brusque, SC, "Donald Trump Bolsonaro"... ahahah... (fonte: O Município).

Brincadeiras à parte, é importante destacar que essas eleições serão diferentes das anteriores. Este houve uma combinação de fim das coligações e estabelecimento da cláusula de barreira. A cláusula de barreira vigorou em 2018. Os partidos precisavam atingir 1,5% dos votos - dentre outros requisitos - para se manterem. Aqueles que não atingirem o desempenho terão restrições de estrutura no Congresso, perderão acesso a parte do fundo partidário e tempo de televisão. Com o fim das coligações proporcionais, os partidos menores não poderão mais se juntar a um partido maior para a disputa de cargos legislativos.

A combinação simultânea dessas duas regras é a maior mudança eleitoral desde sempre. Isso significa que é cada um por si - cada partido terá que atingir com as próprias pernas o QP (Quociente Partidário, que equivale ao número de cadeiras que o partido tem direito ao final das eleições).

Como será mais difícil atingir o QP e com a cláusula de barreira batendo à porta, os partidos precisarão mudar seu comportamento na disputa por votos. A eleição para prefeito tende a ser fragmentada, já que todos buscarão lançar seu candidato a prefeito para conduzir o apelo a votar na bancada. Já entre os candidatos a vereadores, os partidos buscarão atrair pessoas de grande projeção na sociedade para atuarem como "puxadores de votos". O objetivo final será sobreviver à cláusula de barreira e chegar bem posicionado para as eleições de 2022.

As eleições de 2022, a propósito, será dura para os partidos, uma vez que a cláusula de barreira subirá para 3%, com requisitos ainda mais restritos. Não restam dúvidas de que muitos partidos precisarão se fundir para evitarem a extinção de uma forma ou de outra.

Apesar disso, coligações majoritárias ainda podem ocorrer. O candidato a prefeito pode fazer alianças (ou prometer secretarias, ou qualquer outro arranjo) a partidos menores para incorporar seu tempo de propaganda eleitoral obrigatória. Não há como negar, contudo, que a propaganda na televisão e no rádio perderam importância das eleições de 2018 para cá. É muito mais interessante, desde então, ter um exército aguerrido de militantes para pedir votos no WhatsApp. Existe pouca regulamentação no campo virtual.

Fonte: TSE e @ceciliadolago 

«A Cristofobia no Século XXI»

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

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Série «Crenças Populares»

quinta-feira, 24 de setembro de 2020

No sábado, dia 26 de setembro, às 15h30, iniciaremos uma nova série de estudos bíblicos. Estudaremos dez das principais crenças populares, tais como: imortalidade da alma, santidade do domingo, veneração a Maria, falar em línguas, dentre outras. Veremos se possuem a devida fundamentação na Bíblia.

O primeiro palestrante será o Rolnei Tavares, do canal Davar. Ele tratará da natureza das Escrituras, a partir da perspectiva da errância e da inerrância.

Toda a série será transmitida pelo Zoom. Caso tenha interesse em participar, envie-me uma mensagem via e-mail ou formulário de contato do blog.

«Democracia, o deus que falhou»

domingo, 20 de setembro de 2020

 

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Racismo e Direitos Coletivos

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Pôster soviético de 1957, mostra um grupo multicultural explorando Moscou. O abismo entre a propaganda e a realidade, contudo, era enorme, o que pode ser conferido na obra O Retrato, de Osvaldo Peralva.

Ayn Rand (1905-1982) conheceu a experiência destruidora do coletivismo extremo na sua infância, na Rússia comunista. Na maturidade de sua obra filosófica, ela então se esforçou por demonstrar que as mazelas pelas quais passou quando criança resultaram desse tipo de pensamento coletivista, sustentáculo de todos os grandes regimes autoritários do século XX. Partindo dessa compreensão, Ayn Rand analisou o que considerou uma das formas mais abjetas de coletivismo, o racismo.

A autora defende que cada ser humano é único, e mesmo que descendesse do pior dos facínoras, nem por isso estaria condenado a ser um mau indivíduo. A partir dessa compreensão, a filósofa examina casos de linhagens familiares; a consideração de "sangue bom" ou "sangue ruim"; ou, até mesmo, casos em que o orgulho irracional se volta a valorizar não o pertencimento a determinada família, mas a uma nacionalidade ou raça. As perseguições religiosas e/ou raciais das minorias ocorreram em proporção inversa ao grau de liberdade de um país. Assim, o coletivismo também concorre para perpetuar um modelo racista de perseguição das minorias.

Enquanto nas sociedades fortemente controladas pelo Estado o racismo tende a se disseminar, nos países em que prevalece o livre mercado esse comportamento tende a ser erradicado. Foi graças ao alastramento do capitalismo que surgiram as condições que levaram ao fim da escravidão e dos trabalhos forçados, além da eliminação do sistema de castas. 

Bibliografia consultada: SANTOS, Marco Felipe dos & VIANA, Müller Mendes. Racismo e Direitos Coletivos. In: XAVIER, Dennys G. (Org.). Ayn Rand e os Devaneios do Coletivismo. São Paulo: LVM Editora, 2019, capítulo 6.

Webinar: Ayn Rand e os devaneios do coletivismo

A Verdade no Ambientalismo

quarta-feira, 16 de setembro de 2020

 

"Muitos ambientalistas reconhecerão que as lealdades e as preocupações locais devem ter um espaço apropriado na tomada de decisão se quisermos combater os efeitos negativos da economia global. Por isso, o lema muitas vezes repetido: 'Pense globalmente, aja localmente.' Porém, tendem a relutar diante da sugestão de que a lealdade local deveria ser vista em termos nacionais, e não como uma expressão em menor escala de um universalismo humano. Existe, no entanto, uma razão muito boa para enfatizar a nacionalidade. Nações são comunidades com uma configuração política. E estão predispostas a afirmar a soberania vertendo o sentimento comum de pertença em decisões coletivas e leis autoimpostas. A nacionalidade é uma forma de vínculo territorial, mas também é um arranjo protolegislativo. Além disso, as nações são agentes coletivos na esfera global de tomada de decisão. Por ser membro de uma nação, o indivíduo tem voz nos assuntos globais.

É no desenvolvimento dessa ideia, de um sentimento territorial que traz dentro de si as sementes da soberania, que os conservadores dão uma contribuição diferenciada ao pensamento ecológico. Se os conservadores tivessem de adotar um lema, este deveria ser: 'Experimente localmente, pense nacionalmente.' Na atual crise ambiental, não existe outro agente diferente do Estado-nação para tomar as medidas cabíveis e não há nenhum outro ponto de convergência de lealdade que lhes garanta aprovação. Por isso, em vez de tentar corrigir os problemas ambientais e sociais no âmbito global, os conservadores buscam reafirmar a soberania local nos ambientes conhecidos e administrados. Trata-se de afirmar o direito de autonomia das nações e da adoção de políticas que harmonizarão com as lealdades e os costumes locais. Isso também subentende uma oposição à tendência generalizada do governo moderno à centralização e devolver efetivamente aos poderes locais os poderes confiscados pelas burocracias centrais - incluindo aqueles usurpados pelas instituições transnacionais como a Organização Mundial do Comércio (OMC), as Nações Unidas (ONU) e a União Europeia (UE)." 

SCRUTON, Roger. Como ser um conservador. Tradução de Bruno Garschagen. 3 ed. Rio de Janeiro: Record, 2015, p. 148-149.

A Corte de Carlos Magno

terça-feira, 15 de setembro de 2020

Um jantar de Carlos Magno e sua corte. Detalhe de um miniatura, Biblioteca Real, MS XV E vi, f. 155r, c. de 1444. Créditos da British Library. 

"A corte não é apenas um entourage agradável e cômodo. Ela é indispensável nas ocasiões em que o rei exibe o seu poder: a tradição germânica dá tanta importância aos homens que são apresentados em público quanto a tradição romana dava aos protegidos que se apinhavam à porta. A corte faz número quando o rei recebe seu povo para a assembleia: é preciso que a aristocracia que vai para a assembleia tenha consciência de que ela não é tudo. A corte rodeia o rei quando ele recebe embaixadas: o exemplo de Pavia parece ter, nesse ponto, marcado o pensamento de Carlos. E é ainda à corte que se deve boa parte da pompa das grandes festas que são o Natal e a Páscoa. Nessas festas, o rei faz questão de não se fazer acompanhar apenas das pessoas mais próximas. Os anais registram escrupulosamente o lugar onde se comemora a festa. É sempre num dos principais palácios: Herstal, Worms, Quierzy, Attigny, Diedenhofen (atual Thionville), Nimega. Quando Carlos vai comemorar a Páscoa em Roma, faz-se acompanhar de grande comitiva."  

FAVIER, Jean. Carlos Magno. Tradução de Luciano Machado. São Paulo: Estação Liberdade, 2004, p. 262.

A Verdade sobre a Tortura

segunda-feira, 14 de setembro de 2020

Maurice Audin (1932-1957), matemático francês e membro do Partido Comunista Argelino, morto sob tortura durante a Batalha de Argel. Em 2018, o governo francês admitiu pela primeira vez o uso de tortura durante a Guerra da Argélia.

Imagine que você prende um terrorista que havia instalado uma bomba; você sabe que ela explodirá em uma hora, mas ainda não identificou o local em que ela se encontra. Você permitiria a morte de mil inocentes (ou 100 mil, no caso de uma bomba nuclear!), por ter renunciado a torturar uma só pessoa? Se der uma resposta negativa, você decide que a tortura é aceitável, até mesmo, recomendável em certos casos. A partir daí, basta mergulhar num oceano de cálculos e perdas: até mesmo uma única vida humana é insubstituível e inapreciável, tornando legítima, portanto, a prática da tortura - sobretudo, tratando-se de um cafajeste...

Na realidade, o caso acima só é habitual para os defensores da tortura, sem nada a ver com o mundo real. Para ser real, uma conjunção de numerosas circunstâncias deveria ocorrer, tornando a situação altamente improvável: ficar sabendo da existência da bomba e da hora da explosão, saber quem é o culpado e capturá-lo exatamente no momento apropriado, garantir que tal captura não será comunicada aos cúmplices para que eles não instalem a bomba em outro local, obter as confissões verdadeiras logo na primeira tentativa, e assim por diante. Tal cenário adapta-se perfeitamente aos filmes de suspense ou, quiçá, aos cursos de filosofia, mas virtualmente não existe no mundo real. 

Consideremos esse caso imaginário e consideremos a prática da tortura utilizada, em particular, quando um exército enfrenta uma guerrilha. O objetivo de tais práticas consiste em coletar informações sobre o inimigo; estas não poderiam ser obtidas de outra forma já que, na maioria das vezes, ignora-se quem é, e não é, inimigo. De fato, essa é a razão principal apresentada para justificá-las: esta guerra é assimétrica, diferente das outras. Se o inimigo vencer, corremos o risco de perder nossos bens mais preciosos.

Ora, além do elemento desumano e degradante, nada comprova que a informação obtida sob tortura seja verdadeira. Para aqueles que pensam o contrário, vale a pena analisar o quão decepcionante é o resultado da tortura em cenários de guerra. Durante a Guerra da Argélia, por exemplo, a tortura era praticada pelas forças armadas para combater os atentados terroristas, e possibilitou, de fato, o desmantelamento de algumas redes independentistas da Frente de Libertação Nacional e a vitória da batalha de Argel. No entanto, tal prática conduziu, também, a França indiretamente à perda da guerra. As narrativas de tortura infligidas contribuíram para consolidar a solidariedade da população muçulmana. No lugar de cada combatente que era capturado, vários outros se empenhavam na luta, determinados a vingá-lo: a parcela da população indígena que até então, havia mantido a neutralidade, acabou aderindo à oposição. A hostilidade à guerra em Paris foi amplamente motivada por essas narrativas. Por sua vez, a opinião pública internacional e os governos de vários países influentes passaram ao lado dos independentistas argelinos: tendo sido questionada a determinação francesa em manter um Estado de direito, a causa deixou de aparecer como justa.

Adaptado de TODOROV, Tzvetan. O Medo dos Bárbaros: para além do choque das civilizações. Tradução de Guilherme João de F. Teixeira. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010, p. 142-144.

Jesuitismo: Uma Definição

domingo, 13 de setembro de 2020

Inácio de Loyola prostrado perante o Papa Paulo III, por ocasião da fundação da Companhia de Jesus. Pintura do século XVI.

"Obediência ao papa - de fato, nada menos do que um voto especial obrigando os jesuítas a fazerem o que o papa quisesse, em qualquer região do mundo -, assim se resumia um jesuíta desde o início. E assim nasceu o que pode corretamente ser chamado de jesuitismo, a completa submissão de tudo o que o homem é, pensa, sente e faz, a um ideal prático atingível no mundo que o cerca, em absoluta obediência e submissão à mente e às decisões do papa romano, o vigário de Cristo." 

MARTIN, Malachi. Os Jesuítas - a Companhia de Jesus e a Traição à Igreja Católica. Tradução de Luiz Carlos do N. Silva. Rio de Janeiro: Record, 1989, p. 144.

Biden x Trump

sábado, 12 de setembro de 2020


As eleições norte-americanas permanecem indefinidas, e é provável que assim fiquem até o dia 3 de novembro, quando os eleitores escolherão os delegados do Colégio eleitoral. De qualquer forma, é nítido que os dois principais candidatos à presidência da República representam lados antagônicos da sociedade e dos valores americanos. De um lado, o democrata Joe Biden atrai os elementos mais radicais da esquerda norte-americana; do outro, o republicano Donald Trump conquistou os conservadores. Tamanho contraste é inédito na história dos Estados Unidos.

Para aqueles que se interessam por geopolítica, está disponível em meu canal do YouTube uma conversa que tive com Filipe Reis, observador atento dos desdobramentos políticos na União Europeia e nos Estados Unidos. Em fins de outubro, teremos outra conversa, específica sobre as eleições americanas. Até lá!

A Marcha para o Oeste nos EUA

quarta-feira, 9 de setembro de 2020


O território atual dos Estados Unidos é fruto de um processo de expansão que praticamente não tem paralelo na história mundial no que diz respeito à sua velocidade. Em algumas décadas, os americanos haviam saído da faixa costeira leste, o território das Treze Colônias inglesas, para alcançar o Pacífico, dando origem a um país continental. Neste post, enumerarei alguns fatores que explicam um dilatamento tão espetacular da área de um país.

1. A imigração. Na passagem do século XVIII para o XIX, os Estados Unidos tinham cerca de 5 milhões de habitantes. Quase um século depois, a população americana era de cerca de 50 milhões. Isso se explica pela intensa imigração que mudou radicalmente o país.

2. A descoberta do ouro na Califórnia. Saiba mais sobre isso aqui.

3. A industrialização. Com a porção norte dos Estados Unidos ingressando na Segunda Revolução Industrial, o uso de locomotivas se difundiu, permitindo aos colonizadores alcançar longínquos pontos da América do Norte. Além disso, com o aperfeiçoamento do telégrafo, em 1844, por Samuel Morse, a comunicação instantânea a longas tornou-se possível.

4. A Doutrina do Destino Manifesto. Os avanços descritos acima persuadiram mais norte-americanos de que uma república continental era não só possível como desejável. Deus ordenara que as coisas fossem assim, afirmou em 1845 o colunista John L. O'Sullivan, no Democratic Review, publicação ligada ao Partido Democrata. Tal seria o "destino manifesto" dos Estados Unidos, "abarcar o continente (...) para o livre desenvolvimento de nossa raça, que se multiplica aos milhões todos os anos." 

5. O incentivo governamental. Além das guerras (como as travadas entre Estados Unidos e México), tratados e a compra constituíram os meios de aquisição de terras por parte do governo estadunidense.

Bibliografia consultada: DAVIDSON, James West. Uma breve história dos Estados Unidos. Tradução de Janaína Marcoantonio. Porto Alegre, RS: LP&M, 2016, p. 138-147.

A Independência do Brasil

segunda-feira, 7 de setembro de 2020


Há exatos 198 anos, era proclamada a independência do Brasil em relação a Portugal. No post de hoje, tratarei brevemente desse processo de emancipação política.

De 1500 a 1822, a América Portuguesa esteve sob os reinados de D. Manuel I (1495-1521), D. João III (1521-57), D. Sebastião I (1557-78), D. Henrique I (1578-80), D. António I (1580), D. Filipe I (1581-98), D. Filipe II (1598-1621), D. Filipe III (1621-40), D. João IV (1640-56), D. Afonso IV (1656-83), D. Pedro II (1683-1706), D. João IV (1706-50), D. José I (1750-77), D. Maria I (1777-1816) e D. João VI, que assumiu a coroa de facto em 1816, e foi o último soberano antes de nossa independência.

Em virtude da transferência da corte portuguesa para o Rio de Janeiro, em 1808, a colônia foi alçada à sede do império português. Graças à gestão do príncipe regente, D. João, o Brasil começou a experimentar um período de liberalização que, anos depois, conduziria o país à independência econômica antes mesmo da autonomia política, algo raro à época.

D. João não poderia ser classificado como um liberal, mas foi convencido de que o mais adequado era adotar algumas medidas de abertura da economia para preservar o país e o seu próprio governo. Ele foi influenciado pelo professor de economia política José da Silva Lisboa, que aliava princípios teóricos liberais com a prática. Nesse sentido, D. João decretou a abertura dos portos às nações amigas, defendeu o liberalismo econômico e político e o desenvolvimento de uma economia dinâmica no Rio de Janeiro e em outros pontos do país. Em abril de 1821, no entanto, precisou retornar a Portugal devido à exigência das Cortes Constitucionais de Portugal.

Antes de retornar a Portugal, o rei nomeou D. Pedro, seu filho e herdeiro, como regente do Brasil. Desde 1815, a outrora colônia portuguesa na América gozava do status de Reino Unido a Portugal e Algarve. Apesar disso, a situação econômica, política e administrativa brasileira por ocasião da partida da corte era bastante delicada.

Coube ao jovem Pedro, português e filho de D. João VI, negociar e proclamar o fim da submissão a Portugal. O apoio de José Bonifácio, o patriarca da independência, e de Maria Leopoldina foi fundamental na decisão de romper com a antiga metrópole. Apesar do desligamento, a Monarquia e a Casa de Bragança foram preservadas no poder.

O grande problema em tudo isso foi que as complexas tratativas para assegurar o apoio dos latifundiários e grandes comerciantes para a independência reforçaram a cultura estatista baseada em promessas de governo em troca de se atender a poderosos interesses privados. Além disso, havia o desafio de consolidar a independência, combatendo focos internos de resistência e, internacionalmente, obtendo o reconhecimento diplomático.

Poucos sabem mas, logo após a independência do Brasil, começou a ser formada a elite brasileira, nos mesmos moldes do que era feito pelo governo português. A partir de 1828, os seus aspirantes eram treinados nas duas escolas de direito sediadas no Brasil (São Paulo e Olinda). A seguir, passavam pela magistratura e por vários cargos políticos em diferentes províncias. Em todo esse processo, a elite política brasileira demonstrou seu alto grau de coesão, que teve como lado positivo a redução dos conflitos políticos internos. Por outro lado, restringiu-se o já pequeno espaço de mobilidade social por causa da preservação do status quo.  

Adaptado de GARSCHAGEN, Bruno. Pare de Acreditar no Governo - Por que os brasileiros não confiam nos políticos e amam o Estado. Rio de Janeiro: Record, 2015, p. 89-99.

Seminário "Faces da Perseguição"

domingo, 6 de setembro de 2020

Os seguidores de Jesus Cristo constituem o grupo mais perseguido do mundo. Atualmente, mais de 260 milhões deles sofrem algum tipo de violência por sua fé. Em sua compreensão clássica, a perseguição religiosa é realizada ou respaldada pelo Estado. A realidade, porém, mostra que isso não é geralmente o que acontece. Nos dias de hoje, o papel dos agentes não estatais é cada vez mais visível - um exemplo disso são os grupos extremistas, tais como Estado Islâmico, Boko Haram e Al-Shabaab.

Outros atores também podem ser mencionados: agentes da sociedade civil, líderes de grupos étnicos, líderes religiosos não cristãos, líderes eclesiásticos, movimentos radicais, cidadãos comuns formando motins, os próprios familiares, partidos políticos, revolucionários, grupos paramilitares, cartéis ou redes de crime organizado ou organizações multilaterais. Os tipos de perseguição podem ser classificados como opressão comunista e pós-comunista, antagonismo étnico, opressão islâmica, protecionismo denominacional, paranoia ditatorial e nacionalismo religioso. 

Nesse sentido, proponho aos alunos do 9º ano o seminário Faces da Perseguição. A partir da Lista Mundial da Perseguição, cada um estudará um dos cinquenta países onde seguir a Cristo pode custar a vida. A seguir, uma breve apresentação será preparada, sintetizando as principais informações sobre a perseguição anticristã em tal país. Não será necessário preparar slides para esse mini-seminário, que terá em torno de cinco minutos de duração.

A seguir, cada aluno irá elaborar um desenho a ser enviado para os filhos de cristãos perseguidos na Colômbia. Todas as orientações relativas a essa campanha constam aqui. A professora de Artes está a apoiar o projeto, e poderá ser consultada antes da conclusão do desenho. Por fim, o desenho deverá ser fotografado e a imagem deverá ser encaminhada para o e-class.

«Modernidade Líquida»

sexta-feira, 4 de setembro de 2020

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«História da África», José R. Macedo

terça-feira, 1 de setembro de 2020

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