sexta-feira, 18 de setembro de 2020
Ayn Rand (1905-1982) conheceu a experiência destruidora do coletivismo extremo na sua infância, na Rússia comunista. Na maturidade de sua obra filosófica, ela então se esforçou por demonstrar que as mazelas pelas quais passou quando criança resultaram desse tipo de pensamento coletivista, sustentáculo de todos os grandes regimes autoritários do século XX. Partindo dessa compreensão, Ayn Rand analisou o que considerou uma das formas mais abjetas de coletivismo, o racismo.
A autora defende que cada ser humano é único, e mesmo que descendesse do pior dos facínoras, nem por isso estaria condenado a ser um mau indivíduo. A partir dessa compreensão, a filósofa examina casos de linhagens familiares; a consideração de "sangue bom" ou "sangue ruim"; ou, até mesmo, casos em que o orgulho irracional se volta a valorizar não o pertencimento a determinada família, mas a uma nacionalidade ou raça. As perseguições religiosas e/ou raciais das minorias ocorreram em proporção inversa ao grau de liberdade de um país. Assim, o coletivismo também concorre para perpetuar um modelo racista de perseguição das minorias.
Enquanto nas sociedades fortemente controladas pelo Estado o racismo tende a se disseminar, nos países em que prevalece o livre mercado esse comportamento tende a ser erradicado. Foi graças ao alastramento do capitalismo que surgiram as condições que levaram ao fim da escravidão e dos trabalhos forçados, além da eliminação do sistema de castas.
Bibliografia consultada: SANTOS, Marco Felipe dos & VIANA, Müller Mendes. Racismo e Direitos Coletivos. In: XAVIER, Dennys G. (Org.). Ayn Rand e os Devaneios do Coletivismo. São Paulo: LVM Editora, 2019, capítulo 6.
0 comentários:
Enviar um comentário