domingo, 27 de setembro de 2020
Oficialmente, a campanha eleitoral começa hoje. Na pré-campanha, já vimos algumas "pérolas", como o presidente municipal do PT em Laje do Muriaé, RJ, que prometeu "trabalhar muito e roubar pouco". Rimos também com o ex-prefeito de Cocal, PI, que se gabou de ter roubado menos do que o atual. E, agora, aparece essa figura aí em Brusque, SC, "Donald Trump Bolsonaro"... ahahah... (fonte: O Município).
Brincadeiras à parte, é importante destacar que essas eleições serão diferentes das anteriores. Este houve uma combinação de fim das coligações e estabelecimento da cláusula de barreira. A cláusula de barreira vigorou em 2018. Os partidos precisavam atingir 1,5% dos votos - dentre outros requisitos - para se manterem. Aqueles que não atingirem o desempenho terão restrições de estrutura no Congresso, perderão acesso a parte do fundo partidário e tempo de televisão. Com o fim das coligações proporcionais, os partidos menores não poderão mais se juntar a um partido maior para a disputa de cargos legislativos.
A combinação simultânea dessas duas regras é a maior mudança eleitoral desde sempre. Isso significa que é cada um por si - cada partido terá que atingir com as próprias pernas o QP (Quociente Partidário, que equivale ao número de cadeiras que o partido tem direito ao final das eleições).
Como será mais difícil atingir o QP e com a cláusula de barreira batendo à porta, os partidos precisarão mudar seu comportamento na disputa por votos. A eleição para prefeito tende a ser fragmentada, já que todos buscarão lançar seu candidato a prefeito para conduzir o apelo a votar na bancada. Já entre os candidatos a vereadores, os partidos buscarão atrair pessoas de grande projeção na sociedade para atuarem como "puxadores de votos". O objetivo final será sobreviver à cláusula de barreira e chegar bem posicionado para as eleições de 2022.
As eleições de 2022, a propósito, será dura para os partidos, uma vez que a cláusula de barreira subirá para 3%, com requisitos ainda mais restritos. Não restam dúvidas de que muitos partidos precisarão se fundir para evitarem a extinção de uma forma ou de outra.
Apesar disso, coligações majoritárias ainda podem ocorrer. O candidato a prefeito pode fazer alianças (ou prometer secretarias, ou qualquer outro arranjo) a partidos menores para incorporar seu tempo de propaganda eleitoral obrigatória. Não há como negar, contudo, que a propaganda na televisão e no rádio perderam importância das eleições de 2018 para cá. É muito mais interessante, desde então, ter um exército aguerrido de militantes para pedir votos no WhatsApp. Existe pouca regulamentação no campo virtual.
Fonte: TSE e @ceciliadolago
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