segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020
Operação Dínamo, maio de 1940. Créditos do Departamento de Guerra dos Estados Unidos.
26 de maio. Hitler percebeu que havia cometido um erro grave ao aprovar a ordem de parada dois dias antes. Até aí, não se sabia que a Força Expedicionária Britânica se preparava para uma evacuação do continente europeu rumo ao Reino Unido. Às 19h, uma ordem de Londres para o vice-almirante Bertram Ramsey, em Dover, informava-o de que devia dar início à operação "Dínamo" (o codinome para a evacuação). Esperava-se evacuar 45 mil homens em dois dias.
Nos nove dias de evacuação, 176 aviões alemães foram abatidos na zona da costa, contra 106 aparelhos britânicos perdidos. A batalha nos céus ajudou a evitar uma catástrofe.
O combate de tropas britânicas em ações de retaguarda na periferia de todo o perímetro de Dunquerque também contribuiu para o sucesso da evacuação.
28 de maio. Após consultar o seu estado-maior, o rei Leopoldo consentiu em apresentar a rendição incondicional da Bélgica aos alemães. O país resistira corajosamente durante dezoito dias.
Enquanto prosseguia a evacuação, as tropas aliadas no norte da Noruega continuavam a avançar. Nas primeiras horas de 28 de maio, ocorreu a entrada em Narvik.
Mais de 25 mil homens foram evacuados de Dunquerque até o final do dia. Dezenas de homens foram abatidos pelos alemães, mesmo após se renderem.
29 de maio. A evacuação prosseguiu em Dunquerque. Após o ataque ao contratorpedeiro Grafton, no qual 35 oficiais morreram, houve mais uma batalha desigual, quando o vapor de rodas HMS Waverley foi atacado em sua viagem de regresso por doze bombardeiros de mergulho alemães. O Waverley desapareceu ao fim de 30 minutos de um ataque aéreo insistente, e mais de 300 dos homens a bordo afogaram-se. Apesar disso, naquele dia, 43.310 homens já haviam sido evacuados em Dunquerque.
30 de maio. O número de evacuados subiu para 80 mil às primeiras horas do dia. Nesse dia, o contratorpedeiro francês Bourrasque afundou ao esbarrar numa mina em seu regresso a Dover. Cerca de 150 homens que recolhera na praia afogaram. Nesse dia, Paul Reynaud pediu a Churchill que enviasse mais tropas à França, para se reunirem às forças que ainda defendiam a linha do Somme. Churchill respondeu que não dispunha de imediato dessas tropas. O primeiro-ministro britânico afirmou que se um dos países fosse vencido, o outro não podia abandonar o combate. "O governo britânico estava disposto a conduzir a guerra a partir do Novo Mundo se, por alguma catástrofe, a Inglaterra também fosse devastada." Em suas conversas com os dirigentes franceses em 31 de maio, Churchill insistiu na disposição dos Estados Unidos "em dar um auxílio substancial".
1º de junho. Várias unidades alemãs chegaram suficientemente próximo de Dunquerque para bombardearem as praias com sua artilharia. Apesar de três contratorpedeiros britânicos e um francês terem sido destruídos, 64.229 homens foram transportados.
Os serviços secretos sabiam, desde 22 de maio, que a grande prioridade dos alemães era a derrota da França. Confirmando o prognóstico, todo o esforço militar de Hitler se concentrou no avanço para o sul do Somme, em direção a Paris.
2 de junho. Os últimos 3 mil britânicos e franceses foram evacuados de Dunquerque. No total, 338.226 foram evacuados em sete dias. A proeza mais importante coube às pequenas embarcações (traineiras, navios costeiros, rebocadores, etc.). Entre 25 de maio e 5 de junho, 394 aviões alemães foram destruídos contra apenas 114 aviões aliados. Apesar do sucesso nos combates aéreos, 34 mil militares britânicos tornaram-se prisioneiros de guerra.
Adaptado de: GILBERT, Martin. A Segunda Guerra Mundial - os 2174 dias que mudaram o mundo. Tradução de Ana Luísa Faria e Miguel Serras Pereira. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2014, p. 103-114.
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