“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

Erick Hanussen, o Astrólogo de Hitler

quarta-feira, 2 de abril de 2025

 

Erick Jan Hanussen foi um místico, astrólogo e hipnotizador da República de Weimar e dos primórdios da Alemanha nazista. Ele era próximo de vários líderes nazistas, e inclusive instruiu a Adolf Hitler em técnicas de performance e controle de multidões, além de ter feito previsões astrológicas que pareciam favorecer o líder nazista.

Apesar de seu declarado apoio ao projeto nazistas, após a ascensão de Hitler ao poder, em 1933, Hanussen foi assassinado em março de 1933, provavelmente por membros da SA, a organização paramilitar nazista. Acredita-se que sua morte teria sido motivada por sua condição de judeu e por sua possível ameaça à posição de Hitler.

Dia Mundial sem Carne

quinta-feira, 20 de março de 2025

Aborígenes acorrentados

terça-feira, 11 de março de 2025

 

Aborígenes australianos acorrentados na prisão de Wyndham, em 1902. Wyndham é a cidade mais antiga e mais ao norte da região de Kimberley, na Austrália Ocidental. Quem disponibilizou a foto no X foi o perfil @archeohistories.

Não conhecemos as circunstâncias da foto acima. Os aborígenes podem ter sido presos sob as várias leis locais aprovadas que os proibiam de entrar ou estar a uma certa distância de cidades. Eles também poderiam ter sido presos por beber ou possuir armas de fogo, o que era ilegal para eles em vários momentos. Também é possível que eles tenham sido reunidos para serem movidos para áreas de reserva que estavam sendo criadas na época e que esses indivíduos não quisessem se mudar. Poderia até ser uma foto encenada para turistas ou por razões publicitárias.

Os povos nativos da Austrália estavam sujeitos a trabalhos forçados e vivenciavam condições semelhantes à escravidão, apesar de não mais existir tráfico de escravos no Império Britânico quando a população aborígene foi subjugada. Além disso, não havia necessidade. Embora houvesse escassez de mão de obra nos primeiros assentamentos coloniais, o governo colonial respondeu disponibilizando mão de obra de condenados para a iniciativa privada. 

Heróis da Guerra Árabe-Israelense

quinta-feira, 6 de março de 2025

O moderno Estado de Israel surgiu de forma quase milagrosa, numa árdua Guerra de Independência, também conhecida como Guerra Árabe-Israelense de 1948. Nesse conflito, destacaram-se voluntários de diversas nacionalidades, dentre eles os membros do Mahal da foto acima. Como se vê, eles formam uma Estrela de Davi com os seus rifles; à frente deles, ajoelhado, está Satanley Medicks, um voluntário britânico. A foto foi tirada na Galileia, em novembro de 1948.

Bibliografia recomendada: GILBERT, Martin. História de Israel. Tradução de Patrícia Xavier. Lisboa: 70: 2009.

A Preocupação da Revolução Palestina

quarta-feira, 5 de março de 2025

Yasser Arafat e guerrilheiros da Fath, na Jordânia.


Entre junho de 1967 e março de 1971, foram mortos 120 civis e 180 soldados israelitas em Israel por terroristas palestinos. Durante esse mesmo período, soldados israelitas mataram 1873 terroristas em território israelita. "O nosso principal objetivo é libertar a terra desde o Mar Mediterrâneo até ao rio Jordão", declarou Yasser Arafat no princípio de agosto de 1970. "Não nos preocupa o que aconteceu em junho de 1967 nem eliminar as consequências da guerra de junho. A preocupação essencial da revolução palestina é desenraizar a entidade sionista e libertar a sua terra." 

Não apenas em Israel, mas também fora do país, verificaram-se repetidos atos de terror, incluindo nove desvios de aviões que foram bem-sucedidos. Em Zurique, 47 passageiros e a tripulação perderam a vida quando um avião da Swissair foi sabotado: 17 dos passageiros eram israelitas. Nesse mesmo dia (13 de fevereiro de 1970), sete judeus idosos foram mortos durante um ataque a um lar de terceira idade em Munique. Na sequência de um assalto a um avião da Sabena em 1972, Benjamin Netanyahu foi um dos comandos israelitas que levaram a cabo uma missão de resgate, tendo ficado ferido.

GILBERT, Martin. História de Israel. Tradução de Patrícia Xavier. Lisboa: 70: 2009, p. 460.

Setembro Negro

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Refugiados palestinos buscam retomar a rotina, após o Setembro Negro.


O ano de 1970 foi dominado pela tentativa de radicais palestinianos de provocar uma revolução na Jordânia. Rivalizaram em atos espetaculares de terrorismo internacional, que culminaram, no início de setembro, no desvio de quatro aviões civis internacionais, tendo três dos quais sido levados para uma pista deserta no norte da Jordânia, onde os fizeram explodir. Nesse mês, que ficou conhecido como Setembro Negro, a Organização de Libertação da Palestina tentou derrubar o rei Hussein. A resposta implacável do rei, em que foram mortos 2000 elementos da OLP e vários outros milhares de civis palestinianos, levou a Síria a ameaçar invadir a Jordânia. Para pôr fim a essa ameaça, Israel concentrou os seus tanques nos montes Golã, ameaçando Damasco. Israel sentia-se capaz de desafiar a Síria, em defesa de Hussein, porque os EUA tinham dado a garantia de socorrer Israel caso a União Soviética interviesse.

O segundo efeito da reação de Hussein foi a fuga da OLP para o Líbano, apoderando-se da região sul do país.

GILBERT, Martin. História de Israel. Tradução de Patrícia Xavier. Lisboa: 70: 2009, p. 459.

O Peso da Vitória para Israel

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

Israel após a Guerra dos Seis Dias.

O cessar-fogo nos montes Golã entrou em vigor às 18:30 do dia 10 de junho [de 1967]. A Guerra dos Seis Dias chegara ao fim. Dois dias mais tarde, soldados israelitas foram transportados de helicóptero para assumirem o controle do forte sírio abandonado no cume do monte Hermon. Este foi o único caso de expansão territorial conseguida após o cessar-fogo. "Podíamos ter alargado a área sob o nosso controle", escreveu Rabin mais tarde. "Não havia uma força egípcia capaz de deter as FDI se tivéssemos decidido ocupar o Cairo. O mesmo era verdade em relação a Amã, e a 11 de junho teríamos tomado Damasco sem grande esforço. Mas não tínhamos partido para a guerra para conquistar territórios e aqueles que ocupáramos já nos sobrecarregavam bastante."

Seria um pesado fardo para Israel ao longo das três décadas seguintes. Rabin descreveu o problema sucintamente 12 anos mais tarde. "Israel via-se agora a braços com três grandes problemas", escreveu, "dois dos quais nos perturbaram continuamente desde a Guerra dos Seis Dias até hoje. O primeiro problema foi vermo-nos, de um dia para o outro, com uma vasta extensão de território em nosso poder. A área ocupada pelas FDI era três vezes superior ao Estado de Israel pré-guerra, pelo que tivemos dificuldade em estabilizar novas linhas defensivas em cada uma das três frentes (especialmente no canal de Suez). Até então, nunca tínhamos pensado a distância em termos de centenas de quilômetros. Além disso, tivemos de superar os problemas de logística e transporte daí resultantes com recursos humanos limitados, uma vez que dezenas de milhares de reservistas regressaram aos seus campos, fábricas e escritórios."

Israel passara a ter sob a sua alçada um milhão de árabes palestinos, incluindo centenas de milhares de refugiados dos combates de 1948.

GILBERT, Martin. História de Israel. Tradução de Patrícia Xavier. Lisboa: 70: 2009, p. 434.