“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

«História da Educação na Antiguidade», de H.-I. Marrou

quinta-feira, 2 de outubro de 2014


Um dos livros mais deliciosos que li é, sem dúvida, este. Trata-se de uma obra esgotada, publicada pela Herder em 1969. Jamais foi indicado pelas pedagogas ou pelos professores dos tempos da graduação. Encontrei-o ao acaso, no Estante Virtual, e como já conhecia outros livros do autor, comprei-o certo de que estava fazendo uma boa aquisição. Não deu outra.

Não me alongarei sobre essa obra magnífica. Nada melhor do que a leitura da mesma. Nela vocês conhecerão o longo trajeto percorrido pela educação antiga, de Homero ao surgimento das escolas cristãs de tipo medieval. Tudo no melhor estilo de Marrou, que não se furta a temas espinhosos, como "a pederastia como educação" (cap. III). 

Como se aproxima o dia do professor, em me despeço com uma bela citação (pp. 327-328), sobre esse nobre ofício nos tempos helenísticos:

Exigia-se do filósofo que fosse não apenas um professor, mas também, e sobretudo, um mestre, um guia espiritual, um verdadeiro mentor de consciência; a essência de seu ensino não era prodigalizada do alto da cátedra, mas no seio da vida em comum, que o unia a seus discípulos: mais que sua palavra, importava seu exemplo, o espetáculo edificante de sua sabedoria prática e de suas virtudes. Daí o elo, frequentemente apaixonado, que liga o aluno ao mestre, e ao qual este corresponde por uma afeição terna (...). 


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Imagem: Baixo-relevo encontrado próximo a Trier, retrata um professor romano com três discípulos (180-185 d.C.).

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