sexta-feira, 23 de janeiro de 2015
Ao longo da sua história, os exércitos romanos se viram diante de uma sucessão de gênios táticos cuja inteligência resultou na aniquilação de exércitos romanos mal liderados. Além de Pirro e Aníbal, podemos mencionar "o caolho Sertório e seus temíveis renegados romano-ibéricos, o corajoso Spartacus e sua enorme turba de aguerridos gladiadores, o sagaz Jugurta da Numídia, o astuto Mitrídates do Ponto, Vercingetórix à frente de uma imensa horda de celtas e gauleses, e os partos que exterminaram o triúnviro Crasso e a maior parte de seu exército. Juntos, esses inimigos de Roma massacraram quase meio milhão de legionários no campo de batalha. No final, todo esse glorioso combate de nada adiantou. Praticamente todos esses futuros conquistadores acabaram mortos ou acorrentados, seus exércitos exterminados, escravizados, crucificados ou em fuga. Afinal de contas, eles estavam combatendo um sistema e uma ideia assustadores, não um mero exército. As mais espantosas vitórias desses inimigos de Roma significavam mais um exército no horizonte, enquanto seus próprios exércitos se derretiam com uma simples derrota" (HANSON, 2002: p. 187-188).
Abaixo, minha coleção de 17 soldados de chumbo com alguns dos mais encarniçados inimigos de Roma:
Abaixo, minha coleção de 17 soldados de chumbo com alguns dos mais encarniçados inimigos de Roma:
1. Guerreiro etrusco (séc. VIII a.C.)
O soldado etrusco integrava uma confederação que dominou o centro e o norte da Itália desde o século VIII a.C. até as incursões celtas do século IV a.C. Era um guerreiro bem equipado que utilizava uma gama quase completa de armas da época, assim como táticas e formações da Grécia clássica.
2. Guerreiro itálico samnita (sécs. IV-III a.C.)
Os samnitas, grupo étnico de montanheses guerreiros, habitavam a região de Sâmnio, a sul dos Apeninos. Invadiram a Campânia, a Calábria e a Sicília, no século V a.C. No século seguinte, travaram três longas guerras contra os romanos (entre 343 e 290 ac.C.), confirmando a sua vocação bélica. Embora os samnitas tenham sido sempre derrotados, a Segunda Guerra Samnita representou uma vitória particularmente árdua para os romanos, cujas legiões sofreram a humilhante capitulação das Forcas Caudinas, em 321 a.C.
Guerreiro samnita, por Johnny Shumate.
A derrota na Terceira Guerra Samnita levou os samnitas a se sujeitarem completamente a Roma, que os absorveu pela romanização. Mais tarde, o nome "samnita" veio a designar uma classe de gladiadores que lutava com as armas típicas desta etnia.
3. Íbero edetano turdetano (séc. III a.C.)
Os guerreiros turdetanos usavam uma túnica de linho branco e púrpura. As armas utilizadas eram a falcata hispânica (comum a quase todos os guerreiros ibéricos); a falárica, lança ligeira; e o antenae - punhal com lâmina de 20 cm, utilizado sobretudo na Meseta.
Para a proteção corporal, os turdetanos utilizavam um capacete muito peculiar entre os ibéricos do período; um cinturão de placas tartessico, para a proteção do ventre; por fim, um grande scutum, de forma retangular ou oblonga, possivelmente de influência celta, difundido desde o século V a.C.
Para a proteção corporal, os turdetanos utilizavam um capacete muito peculiar entre os ibéricos do período; um cinturão de placas tartessico, para a proteção do ventre; por fim, um grande scutum, de forma retangular ou oblonga, possivelmente de influência celta, difundido desde o século V a.C.
4. Guerreiro íbero (séc. III a.C.)
Esses guerreiros eram mercenários que ora defendiam as ricas cidades da orla mediterrânica, e ora as saqueavam. No séc. III a.C., durante a Segunda Guerra Púnica, muitos foram os íberos e turdetanos recrutados por Aníbal para lutarem contra Roma. Suas armas, como a falcata e a espada reta, foram elogiadas por famosos escritores do Mundo Antigo.
5. Chefe sênone (séc. III a.C.)
A figura encarna um chefe da tribo gaulesa dos sênones. Sua lança (c. de 2 m), não era utilizada para lançamento. Seu capacete era de bronze e podia ostentar ornamentos semelhantes a cornos ou asas. Seu escudo era grande e dispunha de uma peça protetora no centro, o umbo. Sua espada era comprida e sua ponta era rombuda, sendo que normalmente não resistia ao choque contra a borda dos escudos romanos. Suas botas de pele fechadas foram adotadas pelos romanos em locais úmidos e frios; as calças eram características por seu xadrez e listras.
Os sênones saquearam Roma em c. 390 a.C., feito que só seria repetido oitocentos anos depois, pelos visigodos. Segundo uma fonte romana, "os galos sênones, ferozes por natureza e de costumes grosseiros, eram tão terríveis por sua corpulência [quanto] pelas armas enormes que manejavam... em uma palavra, a partir de qualquer ponto de vista que se lhes considerasse, parecia que a natureza lhes havia destinado para o extermínio dos homens e para a ruína das cidades" (Floro, Gestas romanas, I.13).
Os sênones saquearam Roma em c. 390 a.C., feito que só seria repetido oitocentos anos depois, pelos visigodos. Segundo uma fonte romana, "os galos sênones, ferozes por natureza e de costumes grosseiros, eram tão terríveis por sua corpulência [quanto] pelas armas enormes que manejavam... em uma palavra, a partir de qualquer ponto de vista que se lhes considerasse, parecia que a natureza lhes havia destinado para o extermínio dos homens e para a ruína das cidades" (Floro, Gestas romanas, I.13).
6. Guerreiro cartaginês (sécs. III-II a.C.)
Não conhecemos com exatidão a organização e a estrutura do exército cartaginês, mas trata-se de um dos primeiros exércitos profissionais da História. Nessa força, a multinacionalidade e a disciplina eram as notas predominantes.
Documentário: A Batalha de Canas (série "Batalhas decisivas do Mundo Antigo"); 2004-2008. Produção The History Channel.
Documentário: A Batalha de Canas (série "Batalhas decisivas do Mundo Antigo"); 2004-2008. Produção The History Channel.
7. Arqueiro cartaginês (sécs. III-II a.C.)
Do alto da casamata que portava o elefante de guerra cartaginês, os arqueiros abatiam qualquer inimigos que pudesse pôr em perigo a vida do paquiderme.
Sua função vital consistia em defender o animal, já que a autêntica arma era a magnitude do mastodonte para o ataque.
Sua função vital consistia em defender o animal, já que a autêntica arma era a magnitude do mastodonte para o ataque.
8. Guerreiro celta (séc. I a.C.)
Os gregos foram os primeiros mediterrâneos que sofreram com as incursões dos gigantes do norte, a quem chamavam celtas. Durante as Guerras Púnicas (séculos III-II a.C.), os celtas atuaram como mercenários a serviço da poderosa Cartago; a partir de então, sua fama enquanto guerreiros se espalhou.
Episódio da "segunda guerra dos goblins", que teria sido travada na Britânia durante o reinado de Nero. Os druidas davam um feroz ímpeto aos celtas em suas lutas contra os romanos.
A cultura celta tinha muitos avanços, tanto metalúrgicos como agrários, e isso foi canalizado para seu esforço de guerra.
9. Guerreiro gaulês (séc. I a.C.)
Os gauleses integravam a rica e antiga cultura celta que chegou a se estender da Itália central ao norte da Inglaterra. Apesar da propaganda romana dizer o contrário, os celtas da Gália não eram bárbaros. Por volta de 78 a.C., quando nasceu o maior dos seus líderes, Vercingetórix, muitas tribos gaulesas estavam se urbanizando rapidamente, formando grandes confederações políticas e passando para uma economia monetarizada.
A memória coletiva romana guardava vívida a lembrança do saque de Roma pelos gauleses, em c. 390 a.C. Tal feito só seria repetido pelos visigodos de Alarico, em 410. Muitos dos equipamentos dos legionários evoluíram justamente para a difícil tarefa de combater os gauleses. No entanto, no séc. I a.C. os exércitos desse povo celta ainda se baseava na cavalaria mal organizada que não tinha capacidade logística para permanecer muito tempo no campo de batalha. Os soldados de infantaria eram camponeses, pobres demais para possuir um cavalo e um arnês; tropas despreparadas que não eram páreos para os romanos, mestres da guerra de infantaria. Assim, nas Guerras das Gálias (58 a.C. - 49 a.C.), a região foi conquistada pelas legiões de Júlio César (100 a.C. - 44 a.C.).
A memória coletiva romana guardava vívida a lembrança do saque de Roma pelos gauleses, em c. 390 a.C. Tal feito só seria repetido pelos visigodos de Alarico, em 410. Muitos dos equipamentos dos legionários evoluíram justamente para a difícil tarefa de combater os gauleses. No entanto, no séc. I a.C. os exércitos desse povo celta ainda se baseava na cavalaria mal organizada que não tinha capacidade logística para permanecer muito tempo no campo de batalha. Os soldados de infantaria eram camponeses, pobres demais para possuir um cavalo e um arnês; tropas despreparadas que não eram páreos para os romanos, mestres da guerra de infantaria. Assim, nas Guerras das Gálias (58 a.C. - 49 a.C.), a região foi conquistada pelas legiões de Júlio César (100 a.C. - 44 a.C.).
10. Guerreiro egípcio antigo (séc. I a.C.)
Uma das vantagens que o Egito retirou da sua excepcional situação geográfica foi uma relativa segurança. Durante o Império Antigo, quando surgia uma situação de emergência, reunia-se um grupo de homens para apoiarem as pequenas as pequenas unidades permanentes especializadas. Essa situação alterou-se no Primeiro Período Intermediário, quando a instabilidade obrigou os monarcas a criarem exércitos privados e contratarem mercenários não-egípcios.
No Império Médio, já existiam unidades militares efetivas bem organizadas, complementadas sempre que necessário por milícias locais. Essas forças consistiam, sobretudo, em infantaria, com gente dos barcos nela integrada. Durante o Segundo Período Intermediário e a 18ª dinastia houve um avanço sem precedentes no desenvolvimento do armamento, da organização militar (aparecimento dos carros de guerra, organização da infantaria em companhias de uns 250 homens), da estratégia e da tática. O exército efetivo e os oficiais profissionais começaram a ter um papel importante na política interna. Durante o período tardio o núcleo do exército era formado por mercenários estrangeiros, muitos deles de origem grega.
No Império Médio, já existiam unidades militares efetivas bem organizadas, complementadas sempre que necessário por milícias locais. Essas forças consistiam, sobretudo, em infantaria, com gente dos barcos nela integrada. Durante o Segundo Período Intermediário e a 18ª dinastia houve um avanço sem precedentes no desenvolvimento do armamento, da organização militar (aparecimento dos carros de guerra, organização da infantaria em companhias de uns 250 homens), da estratégia e da tática. O exército efetivo e os oficiais profissionais começaram a ter um papel importante na política interna. Durante o período tardio o núcleo do exército era formado por mercenários estrangeiros, muitos deles de origem grega.
A imagem representa um faraó, em armadura de combate e com a tradicional coroa capacete de guerra.
11. Gladiador reciário (séc. I a.C.)
O reciário era um gladiador que lutava com um tridente, sua arma principal. A rede era utilizada para estorvar e agarrar o oponente, podendo mesmo deixá-lo indefeso. O protetor de ombro, além de protegê-lo de golpes contra o seu lado esquerdo, também era utilizado para golpear o oponente. As defesas das extremidades costumavam ser confeccionadas em algodão ou lã prensada.
O gladiador Espártaco liderou a maior revolta de escravos contra Roma, entre 73-70 a.C. Após alguns reveses, as forças romanas reprimiram duramente essa sublevação, que terminou com seis mil revoltosos crucificados.
12. Chefe bretão (séc. I a.C.)
A figura encarna Cassivellanus, chefe celta da Britânia central que liderou a defesa contra a 2ª expedição de Júlio César à ilha, em 54 a.C. Seu capacete apresenta dois chifres, talvez em alusão ao animal sagrado dos celtas, o touro, ao qual se atribuíam influências sobre a virilidade e a boa sorte. A bainha da sua espada está adornada com pedras e esmaltes, o que condiz com o status social do seu portador.
Os bretões criavam mastins imensos que eram soberbos cães de caça e, presumivelmente, também eram treinados para lutar nas batalhas junto aos donos. Esses animais eram quase do tamanho de um São Bernardo moderno e, portanto, deviam ser desconcertantes. Outro hábito surpreendente dos bretões é que eles se pintavam de azul com pastel dos tintureiros (ísatis) antes de entrar em combate. Além de assustar os inimigos, os bretões se beneficiavam com as qualidades antissépticas dessa planta, que ajudavam a evitar que os ferimentos infeccionassem (Matyszak, 2013: p. 161).
Os bretões criavam mastins imensos que eram soberbos cães de caça e, presumivelmente, também eram treinados para lutar nas batalhas junto aos donos. Esses animais eram quase do tamanho de um São Bernardo moderno e, portanto, deviam ser desconcertantes. Outro hábito surpreendente dos bretões é que eles se pintavam de azul com pastel dos tintureiros (ísatis) antes de entrar em combate. Além de assustar os inimigos, os bretões se beneficiavam com as qualidades antissépticas dessa planta, que ajudavam a evitar que os ferimentos infeccionassem (Matyszak, 2013: p. 161).
13. Guerreiro dácio (101-106)
O reino da Dácia, na atual Romênia, era habitado por um povo originado da miscigenação entre celtas, trácios e citas. Roma enfrentou esse reino no início do século II, durante o principado de Trajano (98-117). A Dácia foi um dos últimos territórios a serem absorvidos por Roma, após a a morte do seu líder Decébalo. O Império Romano atingiu então o auge da sua expansão territorial.
Os guerreiros dácios não usavam armaduras pesadas (exceto seus líderes). Confiavam em escudos ovais para defesa e estavam mais bem vestidos do que os guerreiros alemães - usavam calças e túnicas. Uma das armas dácias prediletas era a falx, um tipo de foice de guerra. Na Coluna de Trajano, os soldados dácios brandiam-nas com uma só mão, mas outras representações mostram a falx como uma arma muito mais pesada e assustadora que exigia o uso das duas mãos. Espadas e lanças convencionais também eram usadas, assim como machados de batalha (veja acima), além de bastões de madeira.
Como se poderia esperar de um povo em contato com arqueiros montados ao redor do Mar Negro, os dácios eram arqueiros hábeis. Em relação à cavalaria, eles dependiam fortemente de seus aliados, os sarmacianos. Eles eram cavaleiros catafractos formidáveis, que posteriormente foram incluídos no exército romano.
Leia mais AQUI.
Os guerreiros dácios não usavam armaduras pesadas (exceto seus líderes). Confiavam em escudos ovais para defesa e estavam mais bem vestidos do que os guerreiros alemães - usavam calças e túnicas. Uma das armas dácias prediletas era a falx, um tipo de foice de guerra. Na Coluna de Trajano, os soldados dácios brandiam-nas com uma só mão, mas outras representações mostram a falx como uma arma muito mais pesada e assustadora que exigia o uso das duas mãos. Espadas e lanças convencionais também eram usadas, assim como machados de batalha (veja acima), além de bastões de madeira.
A carga dácia recebe uma chuva de pila da vanguarda romana. Por G. Rava.
Como se poderia esperar de um povo em contato com arqueiros montados ao redor do Mar Negro, os dácios eram arqueiros hábeis. Em relação à cavalaria, eles dependiam fortemente de seus aliados, os sarmacianos. Eles eram cavaleiros catafractos formidáveis, que posteriormente foram incluídos no exército romano.
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14. Guerreiro germânico com machado
Os germânicos não formaram um estado centralizado. Os guerreiros estavam unidos por laços de fidelidade pessoal com os seus chefes, formando o comitatus. Se a sua disciplina e organização eram precárias, a ferocidade pessoal dos germânicos era bem conhecida. Podiam usar espadas, machados e escudos.
Segundo um historiador, "no passado, os arqueiros das tribos germânicas quase sem roupa quer lançavam seus temíveis machados de uma distância de quatorze metros, quer usavam suas lanças leves antes de completar o ataque com suas grandes espadas de dois cortes - armas que exigiam bastante espaço para golpes horizontais ou verticais" (HANSON, 2002: p. 201-202). Apesar disso, de modo geral, os soldados romanos estavam mais bem equipados para o combate que os guerreiros germânicos.
Um combate entre germânicos e cornuti seniores (regimento da auxilia palatina), no séc. IV. Por Igor Dzis.
Segundo um historiador, "no passado, os arqueiros das tribos germânicas quase sem roupa quer lançavam seus temíveis machados de uma distância de quatorze metros, quer usavam suas lanças leves antes de completar o ataque com suas grandes espadas de dois cortes - armas que exigiam bastante espaço para golpes horizontais ou verticais" (HANSON, 2002: p. 201-202). Apesar disso, de modo geral, os soldados romanos estavam mais bem equipados para o combate que os guerreiros germânicos.
Guerreiros germânicos, por G. Rava.
A partir do séc. III, esses bárbaros foram cada vez mais atuantes na realidade política, militar e social do Império Romano, sendo fundamentais na desintegração política de sua porção ocidental.
15. Guerreiro germânico
A figura mostra um guerreiro germânico em combate. Ele usa uma espada longa (spatha, que no Baixo Império acabou sendo adotada pela infantaria romana) e um pequeno escudo redondo, para a proteção pessoal.
A ausência de armaduras era característica das tropas germânicas até o séc. II. A partir de então, elas passaram a importar equipamentos de manufatura romana, aos quais imprimiram características próprias.
Exército visigodo.
A ausência de armaduras era característica das tropas germânicas até o séc. II. A partir de então, elas passaram a importar equipamentos de manufatura romana, aos quais imprimiram características próprias.
16. Guerreiro huno a cavalo
Originários das estepes da Ásia, os nômades hunos se moveram em direção à Europa no século IV, "empurrando" os povos germânicos para o interior do Império Romano. Lutavam e viviam sobre cavalos que, apesar de não serem belos, possuíam grande resistência. Segundo Amiano Marcelino (Res Gestae, 31.2.6), qualquer huno, durante o dia ou à noite, "compra ou vende montado sobre seu cavalo e assim também come, bebe e, inclusive, inclinado sobre a estreita cerviz do seu cavalo, dorme (...)." "Se alimentam com carne de qualquer animal quase crua, já que tão só a aqueciam ligeiramente colocando-a entre suas pernas e os lombos dos seus cavalos" (idem, 31.2.3).
Os hunos protegiam a cabeça com capacetes curvos e as pernas com peles de cabras. Eram arqueiros brilhantes, e as suas flechas tinham ossos afiados como pontas. Ao se aproximarem do inimigo, lutavam corpo a corpo com espadas, sem qualquer receio de perderem a vida, segundo o relato de Amiano Marcelino.
Os hunos protegiam a cabeça com capacetes curvos e as pernas com peles de cabras. Eram arqueiros brilhantes, e as suas flechas tinham ossos afiados como pontas. Ao se aproximarem do inimigo, lutavam corpo a corpo com espadas, sem qualquer receio de perderem a vida, segundo o relato de Amiano Marcelino.
17. Átila a cavalo
Átila tornou-se chefe dos hunos em 433, quando iniciou uma série de incursões no sul da Rússia e na Pérsia. A seguir, espalhou o terror nos Bálcãs, abandonando-os após receber um vultoso suborno. Atravessou então o Reno e atacou o Império Romano do Ocidente, mas foi derrotado por um exército romano-visigítico, na batalha de Châlons, em 451. Embora a derrota não tenha sido total, Átila cruzou de volta o reno, e nunca mais voltou a perturbar a Gália. No ano seguinte, devastou o norte da Itália; mas, abatido pela peste e pela falta de provisões, recuou antes de atacar a própria Roma. Pensou em conduzir o seu exército contra a Roma do Oriente, mas desistiu da invasão. Atacou então os alanos, mas estes receberam o socorro dos visigodos e os hunos foram derrotados. Após esse episódio, a reputação de invencibilidade de Átila foi gravemente abalada.
O Império Huno desintegrou-se após a morte de Átila, em 453. Pouco depois, os hunos desapareceram da História. Um eremita cristão certa vez denominou Átila como o "Flagelo de Deus". O chefe huno adotou o novo título imediatamente. O poder de sua propaganda e a violência de seus atos o enraizaram no folclore europeu. Seu cavalo sinistro e sua espada mágica são temas recorrentes nas sagas da Noruega e da Islândia. Suas conquistas também são mencionadas no Nibelungenlied, conto alemão da Idade Média.
O Império Huno desintegrou-se após a morte de Átila, em 453. Pouco depois, os hunos desapareceram da História. Um eremita cristão certa vez denominou Átila como o "Flagelo de Deus". O chefe huno adotou o novo título imediatamente. O poder de sua propaganda e a violência de seus atos o enraizaram no folclore europeu. Seu cavalo sinistro e sua espada mágica são temas recorrentes nas sagas da Noruega e da Islândia. Suas conquistas também são mencionadas no Nibelungenlied, conto alemão da Idade Média.
Bibliografia consultada:
HANSON, Victor Davis. Por que o Ocidente venceu. Tradução de Fernanda Abreu. Rio de Janeiro: Ediouro, 2002.
MATYSZAK, Philip. Os inimigos de Roma - de Aníbal a Átila, o Huno. Tradução de Sonia Augusto. Barueri, SP: Manole, 2013.
P.s. Agradeço aos comentários dos leitores. Por uma limitação do layout aqui adotado, só o primeiro fica visível aos leitores. De qualquer modo, reproduzo aqui o último comentário, feito por um leitor chamado Turbino Sanches: "Informações muito interessantes e úteis para o pesquisador de história durante o período do Império Romano, obrigado por partilhar."
5 comentários:
Olá, comecei a fazer a coleção tardiamente, comecei a dois meses mais ou menos. Tenho cerca de doze soldados romanos, entre a coleção de soldados romanos da D Agostini e a coleção soldados míticos, tenho em torno de 26 soldados. Também cheguei a colecionar " Deuses do Egito" tenho uns 28 deuses. Notei que tens mestrado, fizestes em Portugal em Historia Antiga ? Qual o tema que tu trabalhou ? Gosto muito de História Antiga, também sou professor de História e sou Adventista de Cachoeirinha - RS. Um abraço!
OBRIGADO PELAS INFORMAÇÕES E PARABÉNS!!
Atila a cavalo corresponde a figura mesmo pois estou querendo comprar e não possui fasiculo pode me ajudar?
Prezado João Franco,
Segundo Jordanes, "Gética", XXXV, Átila possuía uma aspecto bem diferente do que mostra a figura. Pretendo fazer hoje um post sobre essa fonte. Em todo caso, a coleção ainda assim é recomendável.
Você pode comprar a miniatura pela Mercado Livre:
http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-834803785-atila-a-cavalo-soldado-de-chumbo-da-roma-antiga-raridade-_JM
Informações muito interessantes e úteis para o pesquisador de história romana e durante o período do império romano, obrigado por partilhar.
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