“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

O Islã e os Jinns

quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

 

Pinturas do final do séc. XIV e início do séc. XV, retratam jinns híbridos, como figuras demoníacas. Biblioteca do Palácio de Topkapi, Istambul, Turquia.

Mais difundida, na verdade praticamente universal, era a crença em espíritos e a necessidade de descobrir um meio de controlá-los. Os jinns eram espíritos com corpos de vapor ou chama que apareciam aos sentidos, muitas vezes sob a forma de animais, e podiam influenciar as vidas humanas; às vezes eram maus, ou pelo menos travessos, e portanto era necessário controlá-los. Também podia haver seres humanos com poderes sobre as ações e vidas de outros, ou devido a alguma característica sobre a qual não tinham controle - o "olho mau" - ou pelo exercício deliberado de certas artes, por exemplo a execução de atos rituais solenes em circunstâncias especiais, que podiam despertar forças sobrenaturais. Era um reflexo distorcido do poder que os virtuosos, os "amigos de Deus", podiam adquirir por graça divina. Mesmo o cético Ibn Khaldun acreditava na existência da bruxaria, e que certos homens podiam descobrir meios de exercer poder sobre outros, mas achava isso repreensível. Havia uma crença geral em que tais poderes podiam ser controlados ou contestados por encantos e amuletos colocados em certas partes do corpo, disposições mágicas de palavras e figuras, sortilégios ou rituais de exorcismo ou propiciação, como o zar, um ritual de propiciação, ainda difundido no vale do Nilo.    

HOURANI, Albert. Uma História dos Povos Árabes. Tradução de Marcos Santarrita. 2ª reimpressão. São Paulo: Companhia das Letras, 1994, p. 211-212.

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