“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

Notas sobre José Martí (1853-1895)

segunda-feira, 7 de junho de 2021

 

Busto de José Martí em frente ao prédio Bernadete Lyra, CCHN/UFES. 


José Julián Martí Pérez foi considerado herói e mártir da independência cubana, antes e depois da Revolução castrista de 1959. Pouco antes de morrer, escreveu uma carta a Manuel Mercado, onde registrou uma frase célebre: "Vivo no monstro [EUA] e lhe conheço as entranhas: - e minha funda é a de Davi". Foi ele quem cunhou a expressão Nuestra América, para se opor à "outra" América Anglo-Saxônica.

Em seus textos, o cubano apresentava a América Latina como uma unidade com passado e destino comuns, dos quais todos deviam se orgulhar: "E em que Pátria pode o homem ter mais orgulho do que em nossas repúblicas da América? [...] De fatores tão desordenados, jamais, em menos tempo histórico, criaram-se nações tão adiantadas e compactas." A perspectiva de que tínhamos uma história tão rica, mas desvalorizada, era uma de suas constantes reiterações: "A história da América, desde a dos incas, deve ser ensinada minuciosamente, mesmo que não se ensine a dos arcontes da Grécia."

Diferentemente da maioria dos escritores elitistas seus contemporâneos, olhava para as sociedades latino-americanas e as aceitava em sua mistura étnica. Criticava as teorias raciais e não via qualquer traço de inferioridade na composição étnica da América hispânica. Além disso, se compadecia dos "pobres da terra" e com eles se solidarizava. 

Adaptado de PELLEGRINO, Gabriela & PRADO, Maria Ligia. História da América Latina. São Paulo: Contexto, 2016, p. 99-100.

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