“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

O Ensino nos Colégios dos Jesuítas

domingo, 9 de outubro de 2022

 

Palácio Anchieta, em 1909. O prédio foi construído em 1551, por Afonso Brás, para ser o Colégio dos Meninos de Jesus e a Igreja de São Tiago.

Um colégio jesuíta compreendia cinco classes: três classes de gramática, uma classe de humanidades (correspondente à Quarta) e uma classe de retórica (correspondente à Quinta). Os alunos tinham quase sete horas de aula por dia: duas horas e meia de manhã, duas horas e media à tarde, uma hora e três quartos após o jantar. Nos grandes colégios, como o de Paris, fundado por volta de 1560 e que tomou, sob Luís XIV, o nome de Colégio Luís o Grande, as classes estavam superlotadas: frequentemente 200 alunos. O professor era ajudado por alguns alunos nos quais ele tinha confiança e que se chamavam os decuriões. Cada um tinha autoridade sobre nove de seus colegas: sentavam os dez no mesmo banco. "Os decuriões, diz o Regulamento, serão encarregados pelo mestre de fazer recitar as lições, de recolher as cópias, anotar num caderno os erros de recitação, apontar os que não entregaram o dever e todas as outras coisas que o mestre lhes ordenar."

Os jesuítas desenvolviam em seus alunos o sentimento de emulação. No Colégio da Flecha, os alunos mais bem classificados em composição recebiam respectivamente os títulos de: Imperador, Ditador, Cônsul, Tribuno, Senador, Cavaleiro, Decurião, Edil. "Os primeiros nas composições", diz o Regulamento, "ocuparão as magistraturas mais elevadas... a fim de excitar a emulação pode-se dividir a classe em dois campos; cada um terá seus magistrados que serão reciprocamente opostos uns aos outros, e cada aluno terá um adversário que lhe será designado. Os primeiros magistrados dos dois campos sentarão nos primeiros lugares."

O latim era a única língua empregada no colégio e, mesmo entre si, os alunos deviam falar em latim.

ALBA, André. Tempos Modernos. Tradução de Elzon Lenardon. São Paulo: Mestre Jou, 1968, p. 52-53. 

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