“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

Origens do Culto à Deusa-Mãe

sexta-feira, 6 de outubro de 2023

 

Deusa-Mãe, Rajastão, Índia, período Gupta, séculos V-VI.

Dentre essas "imagens primordiais" religiosas comuns, provavelmente a mais antiga e certamente a mais poderosa foi a da Mãe. É ela o tema das mais antigas representações visuais da forma humana; e dado que, nessa imagem, a maternidade não é vista como sendo incompatível com a virgindade, essa imagem materna deve ter tomado forma antes da descoberta da paternidade - isto é, antes de se reconhecer que uma mulher não pode engravidar sem ter tido relações sexuais com um homem. Deve-se ter reconhecido, desde o despertar da percepção consciente, que a maternidade implicava o nascimento de uma criança, mas o reconhecimento de que a Mãe obscurecia o filho, e o pai ou era não-existente ou, no máximo, era uma figura nebulosa. A potência da Mãe é imensa para qualquer homem a ela associado e, consequentemente, alguns deuses masculinos dominadores preferiram permanecer no celibato. Aton, Assur, Javé e Mitras são exemplo disso.   

TOYNBEE, Arnold. A Humanidade e a Mãe-Terra - Uma História Narrativa do Mundo. Tradução de Helena Maria C. M. Pereira e Alzira S. da Rocha. Rio de Janeiro: Guanabara, 1987, p. 364.

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