“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

As Invasões Bárbaras dos Sécs. IX-X

sexta-feira, 3 de novembro de 2023

Após 896, os ataques navais dos escandinavos e dos muçulmanos ocidentais foram imitados, por terra, pelos magiares com suas incursões de cavalaria. (Os nômades magiares eurasianos, empurrados em direção ao oeste pelos pechenegues, ainda mais ferozes, haviam ocupado, em 896, o vazio criado pelo extermínio dos ávaros no enclave de uma região de estepe no país que é hoje a Hungria.)

As invasões bárbaras dos séculos IX e X foram talvez mais atrozes para a Cristandade Ocidental do que os séculos V e VI. A tentativa de Carlos Magno de reerguer o Império Romano Ocidental parecia ter sido contraproducente. No entanto, mais uma vez uma sociedade europeia ocidental, que parecia rebaixada quando vista de dentro, parecia fascinante aos bárbaros que haviam caído sobre ela. Em 911, Carlos o Simples, o Rei carolíngio da Frância Ocidental, concordou, forçado, com a instalação permanente de um bando de vagabundos do mar escandinavo onde é hoje a Normandia, com a condição de que eles se convertessem ao cristianismo. Tornou-se então evidente que o trabalho cultural de Carlos Magno havia sido mais importante que a construção do seu Império. Os normandos foram cativados pela civilização em cujo domínio haviam forçado a entrada. Adotaram entusiasticamente a língua, as maneiras e os costumes, assim como a religião, do pedaço das terras carolíngias que haviam tornado sua propriedade.  

TOYNBEE, Arnold. A Humanidade e a Mãe-Terra - Uma História Narrativa do Mundo. Tradução de Helena Maria C. M. Pereira e Alzira S. da Rocha. Rio de Janeiro: Guanabara, 1987, p. 496-497.

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