quarta-feira, 13 de novembro de 2024
LIVRO II
XLVII. Os egípcios olham os porcos como animais imundos. Se alguém toca inadvertidamente num deles, ainda que seja de leve, vai logo mergulhar no rio, mesmo vestido. Os guardadores de porcos, embora egípcios de nascença, são os únicos que não podem entrar em nenhum templo do Egito.
Ninguém lhes quer dar as filhas em casamento, nem desposar as filhas deles. São, por isso, obrigados a casar-se entre eles, isto é, com gente da mesma categoria.
Não é permitido aos egípcios sacrificar porcos a outros deuses que não à Lua e a Baco, realizando-se a cerimônia sempre no plenilúnio. Nessa ocasião lhe é permitido comer a carne.
LIVRO IV
LXIII. É assim que esses povos [os citas] sacrificam animais e criaturas humanas às divindades de sua predileção. Nunca, porém, imolam porcos e nem deles se alimentam.
CLXXXVI. Toda a região que se estende do Egito ao lago Tritônis é habitada pelos líbios nômades, que se alimentam exclusivamente de carne e de leite, jamais comendo, como se dá também com os egípcios, vacas ou porcos. As mulheres de Cirenes não se julgam, também, com permissão para comer carne de vaca, por causa da deusa Ísis, adorada no Egito. Chegam a jejuar, e celebram em sua honra. As mulheres de Barcéia também não comem carne de vaca e nem de porco.
HERÓDOTO. História. Estudo crítico de Vítor de Azevedo e tradução de J. Brito Broca. Rio de Janeiro: Ediouro, s/d, p. 102, 204 e 233.
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