“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

Os Diádocos e a Guerra

quarta-feira, 1 de outubro de 2025

 

Já não havia um único império macedônico ao qual oficiais e homens devessem lealdade. A desintegração do império como um todo implicou que essa lealdade passava a limitar-se à província concreta, e se convertia em uma lealdade a si mesmos ou ao patrão que lhes pagava, seu rei.

Ainda que seja possível que a essas alturas os sucessores [ou diádocos] sentissem que seus territórios eram relativamente estáveis, eles seguiam querendo mais. Essa era a sua missão como reis. A categoria de rei de obtinha mediante a guerra e se mantinha mediante a guerra, e todos os reis helenísticos, desse período e posteriores, se apresentavam a si mesmos como homens de guerra, até em sua maneira de se vestir. Dentro de um sangrento círculo sem fim, o êxito militar trazia riquezas (graças aos saques e os pagamentos de compensações) e acrescentava territórios, o qual permitia ao rei gerar mais receitas, pagar mais soldados e, por conseguinte, obter maiores êxitos militares. Assim raciocinava um monarca; essa é a razão pela qual os reis sempre estavam em guerra uns com os outros. Foram necessários anos para romper esse círculo de destruição, assim como para que se reconhecesse um equilíbrio de poder graças ao qual a monarquia ficasse determinada pelo direito hereditário mais que pelas vitórias. O direito hereditário era irrelevante para os sucessores porque eles eram os pioneiros; eram reis pelas suas conquistas, não pelo sangue que corria em suas veias.

WATERFIELD, Robin. La Guerra por el imperio de Alejandro Magno. Traducción de Inés Beláustegui. Madrid: Gredos, 2012, p. ??.

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