“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

«O Príncipe»

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017


MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe (com comentários de Napoleão I e Cristina da Suécia). Tradução de Fulvio Lubiso. São Paulo: Jardins dos Livros, 2007.

Finalmente pude ler por completo esse clássico da ciência política, escrito pelo famoso florentino que viveu à época da Renascença (mais especificamente entre 1469 e 1527). A edição em questão é a melhor que já encontrei - isso porque conta com as notas imperdíveis de Napoleão e da rainha Cristina.

Nesta apresentação, destacarei algumas citações que chamaram a minha atenção. Em primeiro lugar, fiquei surpreso ao descobrir que Maquiavel já sustentava a tese da barbarização do exército romano (tese essa que já foi superada pela historiografia). Eis as citações:

"Se considerarmos o início da queda do Império Romano, verificaremos que ele certamente se encontra na introdução do emprego dos godos; a partir desse momento, as forças romanas começaram a declinar, de maneira que todo o valor que perdiam revertia a favor dos bárbaros." (pp. 124-125)

"A melhor fortaleza que um príncipe pode ter é o afeto de seu povo, pois se for odiado nenhuma fortaleza o salvará (...)." (p. 184)

"(...) Gastar o que é dos outros não prejudica a reputação do príncipe, ao contrário, isso faz que ela aumente." (p. 140) 

"É preciso observar que, ao conquistar um Estado, o conquistador deve determinar e executar as crueldades de uma só vez para que não tenha de repeti-los todos os dias e possa, evitando renová-las, proporcionar segurança aos súditos e conquistá-los com alguns benefícios." (p. 89)

No famoso cap. XVIII ("Da crueldade e da clemência. É melhor ser amado ou temido?"), à parte da discussão sobre o que é melhor ao príncipe - ser amado ou temido - destaco o seguinte trecho:

"Mas, acima de tudo, deve abster-se sempre de apoderar-se dos bens alheios, porque os homens esquecem mais rapidamente a morte do pai que a perda de seu patrimônio." (p. 146) 

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