“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

Canto de Cisne da Civilização Sassânida

terça-feira, 28 de julho de 2020

Vista geral da gruta de Taq-e Bostan, Irã. Período Sassânida, séc. IV.

Cosroes I (531-579) fez tudo para acalmar os espíritos após a revolta "comunista" de Mazdak do fim do século V. Aldeias foram reconstruídas, pontes foram refeitas e impostos foram aliviados. Sob Cosroes II (590-628), o último dos grandes príncipes sassânidas, o luxo da corte de Ctesifonte foi dos mais brilhantes. A Pérsia no século VII mostrou-se bastante aberta às influências do oeste e do leste. Da Índia chegaram contos que foram traduzidos em persa. Os cristãos (especialmente os nestorianos) eram tolerados.

Entre a segunda metade do século VI e no século VII, a guerra entre romanos e sassânidas não cessa. Os persas almejavam a posse de Antioquia e a costa mediterrânica. Os romanos orientais procuravam suprimir o controle persa no seu comércio com o Oriente. Bizantinos e persas opunham-se na Arábia do Norte, no Iêmen e ao norte, onde os bizantinos tentavam levantar os turcos contra os persas.

Cosroes II invadiu Bizâncio em 602. Edessa, Antioquia e Jerusalém foram tomados. Em auxílio dos persas, os ávaros participaram do cerco a Constantinopla. A ascensão de Heráclio salvou a capital bizantina, mas a Síria e o Egito foram ocupados por 18 e 11 anos, respectivamente. O imperador Heráclio reconquistou, afinal, os territórios perdidos, mas estava patente a fragilidade do poder bizantino. Isso anunciaria outras conquistas, a dos árabes.   

Adaptado de RICHÉ, Pierre. Grandes Invasões e Impérios - Séculos V a X. Tradução de Manuel J. Palmeirim. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1980, p. 115-118.

0 comentários:

Enviar um comentário