terça-feira, 24 de agosto de 2021
É difícil não notar o ódio que se acumulou contra as administrações americanas, pela sua própria afirmação de uma postura independente. Isso certamente tem sido verdade para os temas abertamente nacionalistas do governo Trump. No entanto, em muitos aspectos, isso não é algo novo. Pelo menos desde o fim da Guerra Fria, os europeus têm criticado as administrações americanas por sua "recusa para se juntar" aos acordos internacionais que ganharam o favor da "comunidade internacional", desde o Protocolo de Kyoto até o Tribunal Penal Internacional. Eles deploraram os EUA por sua disposição de resolver sozinhos problemas urgentes de segurança, como no caso da Segunda Guerra do Golfo, que foi conduzida sem um mandato das Nações Unidas. De fato, os europeus acham perturbador que os americanos nem sempre vejam seus próprios militares como disponíveis para servir "à comunidade internacional", e que os americanos estejam dispostos a rejeitar as Nações Unidas como a "autoridade suprema de tomada de decisões" do mundo. Em outras palavras, além de se sentir incomodada pelo conteúdo desta ou daquela política americana, a liderança europeia tem consistentemente considerado perturbador que os EUA se vejam a si mesmos como tendo o direito de agir unilateralmente, de acordo com seu próprio julgamento, a serviço de seu próprio povo, valores e interesses. Seu problema é, em outras palavras, que os EUA agem como uma nação independente.
HAZONY, Yoram. A Virtude do Nacionalismo. Tradução de Evandro Fernandes de Pontes. Campinas, SP: Vide Editorial, 2019, p. 212.
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