“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

A Espanha das Três Religiões

terça-feira, 7 de junho de 2022

 

Na Espanha das Três Religiões (catolicismo, islã e judaísmo), onde todos os cultos eram respeitados, a passagem de um culto para outro era proibida ou muito dificultada, pois mesmo as conversões ao cristianismo de judeus ou mouros sofriam vários entraves.

O exercício de cada culto era oficialmente protegido pelo poder e até mesmo regulamentado por ele. Assim, pela vontade do monarca e da lei cristã, a observância do Shabat e das festas eram obrigatórias aos judeus. Em tudo, o judeu devia comportar-se como bom judeu, sendo que até a Igreja espanhola o proibia de se converter ao Islã, assim como o inverso.

No que diz respeito às conversões ao cristianismo, a situação era mais complexa. A igreja espanhola não podia deixar de querer a conversão dos infiéis, mas, ao menos antes do surto no séc. XIII das grandes ordens de pregadores franciscanos e dominicanos, e dos esforços desenvolvidos por estes em Aragão, ela quase não a procurava na prática. Consequentemente, nada era feito para levar o judeu ao batismo, e muitas coisas contribuíram para afastá-lo deste.    

Adaptado de POLIAKOV, Léon. De Maomé aos Marranos. Tradução de Ana M. Goldberger Coelho e J. Guinsburg. São Paulo: Perspectiva, 1984, p. 102-103.

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