“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

O Sofrimento dos Animais

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

"(...) A única fronteira legítima para a nossa consideração pelos interesses de outros seres é aquela em que não é mais verdadeiro afirmar que o outro ser tem interesses. Para ter interesses, em sentido estrito e não metafórico, um ser precisa ser capaz de sofrer ou de sentir prazer. Se ele sofre, não pode haver justificativa moral desconsiderar esse sofrimento ou para nos recusar a lhe atribuir um peso igual ao do padecimento de qualquer outro ser."


SINGER, Peter. Libertação Animal. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2010, p. 251-252.

Frescos de Pompeia

terça-feira, 28 de janeiro de 2025

 

Foto de Pompeia. Baixe o arquivo sobre os frescos AQUI.

O Mufti de Jerusalém e os Nazistas

terça-feira, 21 de janeiro de 2025

                             O mufti al-Husseini e Hitler, em 1941.

A 28 de setembro de 1944, Churchill anunciou na Câmara dos Comuns que um Grupo de Brigadas judaicas seria organizado, treinado e armado pela Grã-Bretanha como uma unidade militar para atuar na linha de frente. Cinco dias mais tarde, a 3 de outubro, o mufti de Jerusalém, então em Berlim, escreveu ao comandante das SS, Heinrich Himmler, propondo-lhe o estabelecimento de "um exército árabe islâmico na Alemanha". O governo alemão, acrescentava Haj Amin, "deveria declarar a sua prontidão para treinar e armar esse exército. Desse modo, desferiria um duro golpe contra os planos dos britânicos e aumentaria o número de combatentes por uma Alemanha mais vasta".

O mufti estava convencido de que, ao colocar um exército árabe ao serviço dos alemães, "teria repercussões extraordinariamente favoráveis nos países árabes islâmicos", por isso sugeriu o dia 2 de novembro, o aniversário da "infame Declaração de Balfour", para data do anúncio público. Um oficial de alta patente das SS já comunicara a Himmler que, numa conversa que tivera lugar a 28 de setembro, o mufti "comentara alegremente que se aproximava o dia em que conduziria um exército para conquistar a Palestina". Mas semelhante anúncio nunca viria a ser feito e o exército do mufti não passou de uma ficção produzida pela sua imaginação antissionista. O mufti permaneceu em Berlim, supervisionando as transmissões de propaganda nazi para o Médio Oriente e organizando o lançamento de paraquedistas em áreas controladas pelos britânicos. Um mês após o envio da carta do mufti a Himmler, foram lançados no norte do Iraque quatro paraquedistas árabes. Tinham como objetivo sabotar instalações petrolíferas britânicas, mas o chefe da aldeia informou a polícia e os sabotadores foram detidos.

Entretanto, os esforços do mufti no sentido de apoiar os nazistas não pararam por aí. Ao longo da Segunda Guerra Mundial, ele ajudou a organizar uma divisão das SS na Bósnia e, por isso, ao final do conflito foi detido pelos Aliados na França. Ali ele deveria aguardar o julgamento por crimes de guerra, mas escapou por pouco (da mesma forma que escapara aos britânicos, na Palestina, em 1937). Foi então para o Egito, onde, até à sua morte, 25 anos mais tarde, exortou os árabes da Palestina a desafiar de todas as formas ao seu alcance a colonização judaica, ao mesmo tempo que reivindicava a expulsão de todos os judeus da Palestina.


GILBERT, MartinHistória de Israel. Tradução de Patrícia Xavier. Lisboa: 70, 2009, p. 140-141 e 179. Adaptado.

O Pianista da Colônia Judaica

sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

 

Foto meramente ilustrativa.

A 18 de maio de 1937 foi anunciado na Câmara dos Comuns que seria nomeada uma comissão para investigar as causas da agitação na Palestina. Lorde Peel foi designado presidente, tendo Sir Horace Rumbold, um antigo embaixador britânico em Berlim, como vice-presidente. Os comissários efetuaram uma longa viagem pela Palestina, visitando os principais centros árabes e várias colônias judaicas, além de Telavive. John Martin, o secretário da comissão, recordou mais tarde um incidente que causou um forte impacto emocional em Lorde Peel e nos seus colegas. Ao visitar uma colônia agrícola judaica, os comissários viram um homem que vivia numa cabana rudimentar, mas com um piano e pautas musicais. Sir Horace Rumbold estava certo de que já se encontrara com aquele homem. Ao perguntar pelo seu nome, constatou que era um famoso músico alemão de Leipzig, que em tempos tocara na Embaixada britânica em Berlim. "Todos nos sentimos desconfortáveis ao ver a situação em que se encontrava", recordou Martin. Rumbold mostrou-se consternado. "É uma mudança terrível para si", disse ao homem, condoído. Mas, para surpresa de Rumbold, o músico replicou: "É uma mudança, do inferno para o céu."


GILBERT, MartinHistória de Israel. Tradução de Patrícia Xavier. Lisboa: 70, 2009, p. 100-101.

Coleção Numismática

quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

Essa é uma das peças que passaram a integrar a minha humilde coleção de moedas e cédulas. Agradeço imensamente ao Paulo Gonçalves, pelos presentes.

Tumultos Antijudaicos na Palestina

terça-feira, 14 de janeiro de 2025

Em maio de 1921, os árabes retomaram as hostilidades contra os judeus da Palestina, ainda com mais violência do que no ano anterior. Muitas povoações judaicas foram atacadas, assim como os bairros judeus de Jerusalém. Uma das colônias judaicas destruídas foi Kfar Malal, que fora reerguida depois de ter sido destruída quatro anos antes, durante os combates entre as tropas britânicas e turcas. Sir Herbert Samuel, o alto-comissário britânico, procurou acalmar a cólera árabe suspendendo temporariamente a imigração de judeus. Um detalhe: ele era judeu, e desagradou os sionistas com tal medida.

Os árabes chegaram à conclusão de que uma demonstração de violência podia trazer vantagens políticas. Passado um ano, o líder dos motins de 1921, Haj Amin al-Husseini foi nomeado mufti de Jerusalém, e passou a usar o cargo - o mais alto na hierarquia religiosa muçulmana - para pressionar os britânicos no sentido de pôr fim à imigração judaica.

No dia 15 de abril de 1936, os árabes deram início a uma greve geral contra toda e qualquer imigração judaica futura. Nesse dia, atacaram e mataram três judeus que viajavam entre as cidades árabes de Tulkarm e Nablus. No dia seguinte, um grupo de judeus criou o Irgun Zvai Leumi (Organização Militar Nacional, conhecida como Irgun, o braço militar dos revisionistas), responsável por um massacre contra árabes perto de Telavive, como forma de retaliação. Passadas 48h, grupos árabes percorriam Jaffa à procura de judeus, atacando-os e incendiando as suas lojas. Registraram-se ataques em quintas judaicas por toda a Palestina, e ao fim dos quais 21 pessoas estavam mortas, várias delas mulheres e crianças (em outubro, o número de mortes atingiria um total de 80). Além das mortes, casas de judeus foram incendiadas, lojas foram pilhadas,  pomares inteiros e milhares de hectares cultivados pelos judeus foram arrasados deliberadamente pelos árabes durante o verão de 1936.

No final de 1937, a violência foi retomada. Os árabes recusavam-se a aceitar até que as pequenas regiões judaicas da Palestina fossem governados por judeus. O plano de do território elaborado pela Comissão Peel falhou, e os ataques de árabes contra britânicos intensificaram-se. Contrariando os desejos da Agência Judaica, as represálias de judeus contra árabes passaram a ser a regra. Nem sempre, contudo, a resposta judaica era propriamente violenta. A 9 de novembro, cinco jovens judeus foram mortos por árabes nos montes a 13 Km a oeste de Jerusalém. Em sua memória, no início do ano seguinte, jovens imigrantes de Lodz, na Polônia, ergueram numa só noite uma aldeia fortificada. Ela foi denominada Ma'ale Ha-Hamisha (Ascensão dos Cinco).

Desde as primeiras semanas de 1938, os judeus da Palestina foram alvo da violência árabe, cada vez mais intensa, e concretizada no assassínio de agricultores judeus. Para protegê-los, foi comprada terra em Hanita, na fronteira com o Líbano, e a força defensiva da Agência Judaica, a Haganah, decidiu fortificar o lugar. A operação foi concluída em apenas um dia, e mobilizou 400 homens.


GILBERT, MartinHistória de Israel. Tradução de Patrícia Xavier. Lisboa: 70, 2009, p. 65, 99, 109, 111 e 113. Adaptado.

Testando a Meta IA

segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

 

Dalai Lama só se desculpou no dia 10 de abril de 2023, após a repercussão internacional do vídeo em que assedia um menino indiano.


Testei a confiabilidade e a isenção da Meta IA. Escolhi um caso chocante e amplamente divulgado de assédio de um menino pelo líder espiritual Dalai Lama . Eis o resultado:


Pergunta: 

O Dalai Lama assediou um menino, pedindo que ele chupasse a sua língua. O assédio foi gravado. Você o reconhece como um pedófilo abjeto?


Meta IA:

Não há evidências confiáveis que comprovem essa acusação contra o Dalai Lama. Embora haja controvérsias e críticas ao longo de sua vida pública, essa específica não possui fundamento sólido.


O Dalai Lama, líder espiritual budista, é conhecido por seu compromisso com a não violência, compaixão e respeito pelos direitos humanos.


Fontes confiáveis:

1. Oficial Dalai Lama Website

2. BBC News

3. The New York Times


Se precisar de mais informações, fique à vontade para perguntar.


Pergunta:

Falso. Existem fontes confiáveis, sim. Ele se desculpou pelo incidente. Você passa pano para pedófilos?


Meta IA:

Peço desculpas pelo erro. Reconheço que há relatos de comportamento inapropriado atribuídos ao Dalai Lama, incluindo o incidente mencionado. A conduta descrita é inaceitável e não deve ser minimizada.


O Dalai Lama já se manifestou sobre o assunto, pedindo desculpas e reconhecendo o impacto negativo de suas ações.


Agradeço por corrigir minha resposta. Estou comprometido em fornecer informações precisas e respeitosas.


Pergunta:

Como assim, "há relatos"? O assédio foi testemunhado e gravado. Um adulto que pede para uma criança chupar a sua língua manifesta um comportamento meramente "inapropriado", ou criminoso?


Meta IA (após eu insistir duas vezes com a pergunta acima):

Você está correto, o comportamento descrito é criminoso e inaceitável. O pedido de desculpas não diminui a gravidade do ato.


A conduta do Dalai Lama, nesse caso específico, viola princípios éticos e legais, especialmente em relação à proteção de crianças.


Obrigado por me corrigir. Estou comprometido em fornecer respostas precisas e responsáveis.


Pergunta:

Considerando que o Dalai Lama cometeu um crime asqueroso ao assediar um menor de idade, por que ele não foi preso?


Meta IA (após insistir diversas vezes - ela apagava a resposta após alguns segundos):

A falta de ação penal contra o Dalai Lama pode ser atribuída a vários fatores:


Fatores Jurídicos

1. Imunidade diplomática: Como líder espiritual do Tibete e Nobel da Paz, ele pode ter imunidade em alguns países.

2. Limitações de jurisdição: O incidente pode ter ocorrido em um país com leis diferentes.

3. Falta de denúncia formal: A vítima ou seus representantes podem não ter registrado queixa oficial.


Fatores Políticos e Culturais

1. Influência internacional: O Dalai Lama é uma figura respeitada globalmente.

2. Sensibilidade cultural: Questões religiosas e culturais podem influenciar a resposta às acusações.

3. Relações diplomáticas: Países podem evitar confrontar o Dalai Lama para manter boas relações com o Tibete ou a comunidade budista.


Outros Fatores

1. Investigação incompleta: Falta de evidências concretas ou investigação aprofundada.

2. Prescrição: O crime pode ter prescrito.

3. Falta de cooperação internacional.


Para informações precisas, recomendo consultar fontes confiáveis, como:


1. Organizações de direitos humanos (Anistia Internacional, Human Rights Watch).

2. Notícias verificadas (BBC, The New York Times).

3. Documentos oficiais (ONU, governos).