quinta-feira, 19 de abril de 2018
Vista aérea das ruínas de Cesareia Marítima.
Cesareia foi construída por Herodes, o Grande, entre 25 e 13 a.C. Seu nome era uma homenagem a César Augusto, e o centro urbano havia sido planejado para servir como sede do governo da província romana da Judeia. A residência oficial dos reis herodianos e dos procuradores romanos ficava ali. Estabelecer uma ponte segura com os romanos era uma questão vital para Herodes. Sua estratégia sutil de diplomacia tinha dois propósitos simultâneos: 1º) servir a Augusto, cujas legiões orientais o mantinham no poder e 2º) conciliar os judeus, seus súditos turbulentos e rancorosos.
Como no ponto do litoral da Palestina onde foi fundada Cesareia quase não havia reentrâncias que possibilitasse a construção de um porto, Herodes ordenou que fosse construído um artificialmente ali. Imensas pilhas de pedras foram levadas até o fundo do mar, de modo que foi criada uma barreira de 60 metros de largura para proporcionar proteção completa das tempestades mediterrânicas. Acima do píer, a torre era usada pelos marinheiros enquanto seus navios estavam aportados. Sua localização na rota principal das caravanas entre Tiro e o Egito a transformava em um centro de comércio interno também.
Além de tudo isso, Cesareia também servia como centro de exibição da cultura romana. São testemunhos disso um anfiteatro e um templo, ambos enormes e dedicados a César e a Roma e com grandes estátuas do imperador. À época do Novo Testamento, Cesareia era uma cidade mista, com população formada por judeus e gentios. Nos primeiros tempos do cristianismo, ela abrigou o diácono Filipe, que fixou residência ali (cf. At 21:8), bem como Cornélio, o centurião a quem Pedro converteu (cf. At 10:1, 24; 11:11). Depois de fugir dos inimigos judeus em Damasco, Paulo partiu para Cesareia a caminho de Tarso (At 9:30), e a cidade foi seu porto de chegada ao voltar da segunda e terceira viagens missionárias (At 18:22). Além disso, Paulo foi julgado por Félix em Cesareia, onde ficou preso por dois anos (cf. At 21:8). Sua defesa perante Festo e Agripa também ocorreu nessa cidade fortificada, e de seu porto ele partiu para Roma (At 25:11).
Bibliografia consultada: EDWARDS, Rex D. De Tarso a Roma - a jornada do apóstolo da fé. Tradução de Cecília Eller Nascimento. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2017, p. 89-90.
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