sexta-feira, 6 de setembro de 2019
"O dinheiro, a verdadeira 'moeda' da interação comum, é, pois, a menos conhecida de todas as coisas e - talvez junto com o sexo - objeto das fantasias mais irracionais; e, como o sexo, ao mesmo tempo fascina, intriga e repele. A literatura que versa sobre essa matéria talvez seja mais ampla do que aquela dedicada a qualquer outra; e sua leitura faz com que as pessoas se sintam levadas a concordar com o escritor que há muito tempo declarou que nenhum outro tema, nem mesmo o amor, levou mais homens à loucura. 'O amor o dinheiro', declara a Bíblia, 'é a raiz de todos os males' (I Timóteo, 6:10). Mas a ambivalência a respeito dele talvez seja ainda mais comum: o dinheiro aparece ao mesmo tempo como o mais poderoso instrumento de liberdade e o mais sinistro instrumento de opressão. Esse que é o meio de troca mais amplamente difundido evoca todo o mal-estar que os indivíduos sentem em relação a um processo que não podem compreender, que amam e odeiam ao mesmo tempo e de cujos efeitos desejam com tanta intensidade alguns ao passo que detestam outros que são inseparáveis dos primeiros."
HAYEK, Friedrich A. von. Os erros fatais do socialismo. Tradução de Eduardo Levy. Barueri: Faro Editorial, 2017, p. 140.
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