“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

As Guerras Púnicas (264 a.C. - 146 a.C.)

domingo, 26 de maio de 2019

Para um bom entendedor da Segunda Guerra Púnica, esse cartum dispensa legenda...

Cartago, uma colônia fenícia no norte da África, logo se tornou senhora incontestável de todo o comércio africano. Sua agricultura era uma das mais "científicas" do mundo. Assim, sustentada por sua riqueza, sua marinha e suas feitorias longínquas, Cartago pretendia ditar a lei no Mediterrâneo ocidental. Quando um exército cartaginês ocupou Messina, que até então sofria pilhagens por parte de mercenários que outrora serviam aos tiranos de Siracusa, os romanos intervieram para livrar Messina dos novos ocupantes. Era 264 a.C. e assim se iniciava a primeira das Guerras Púnicas (264-146 a.C.), travadas entre Roma e Cartago. 

No fim, foi a obstinação romana que venceu Cartago nesse primeiro enfrentamento. Foi após a batalha das ilhas Égatas, em 241 a.C., que Cartago pediu a paz e se retirava, assim, da Sicília. Aproveitando-se da fraqueza da rival, Roma ocupou a Sardenha e a Córsega, e a seguir livrou a região de Gênova dos ligúrios e a região da Lombardia ao Vêneto dos gauleses. Temendo que Cartago fosse asfixiada pela mais nova potência do Ocidente, Amílcar obteve do Senado cartaginês a autorização para conquistar o único país do Ocidente ainda disponível - a Espanha. Seu filho e sucessor, Aníbal, atacou Sagunto, aliada dos romanos, provocando o início da Segunda Guerra Púnica.   

De forma genial, Aníbal conduziu seu exército (que contava com algumas dezenas de elefantes) pelos Alpes até adentrar a Itália. Contudo, apesar de suas vitórias brilhantes contra sucessivas forças romanas, ele encontrou um país cada vez mais hostil à medida que avançava pela Itália. Os soldados que ele recrutara na Gália Cisalpina se cansavam ou desertavam, e o Senado de Cartago recusou-lhe reforços. Apesar disso, conseguiu uma vitória estrondosa sobre Roma em Canas (216 a.C.). Os romanos, no entanto, se reergueram e, comandados por Cipião, derrotaram o exército de Cartago em Zama (202 a.C.). Entretanto, apenas ao final da Terceira Guerra Púnica a cidade de Cartago foi destruída. Roma passou a controlar, de forma absoluta, o Mediterrâneo ocidental.

Os despojos de Cartago fizeram de Roma uma potência econômica - todo o comércio do Mediterrâneo ocidental caiu em suas mãos, bem como as minas da Espanha, e novos mercados se abriram à sua agricultura. No entanto, menos de dez anos após ter vencido Aníbal, os romanos voltaram a pegar em armas para resolver, como bem entendessem, os assuntos do Oriente. 

[Essa história continua nos #15Fatos A República Romana].

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