“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

Barão de Cotegipe (1815-1889)

quinta-feira, 13 de maio de 2021

 

Barão de Cotegipe (João Maurício Wanderley) 
Barra do Rio Grande, 1815 - s/l, 1889. 

João Maurício Wanderley nasceu no dia 23 de outubro de 1815, na então freguesia pernambucana de São Francisco das Chagas da Barra do Rio Grande, atua Barra, Bahia. Era filho de um proprietário de terras, e a família era de origem holandesa.

Em 1833, matriculou-se na Faculdade de Direito de Olinda. Em 1837, retornou à terra natal, onde estreou como advogado ao defender os acusados de envolvimento na Sabinada. Em 1840, foi eleito deputado provincial e, em 1842, deputado geral. Em 1844, após a dissolução da Câmara, retornou à Bahia para ser juiz de direito em Santo Amaro; novamente eleito deputado geral, assumiu a vaga na Câmara no ano seguinte. Até 1848, não esteve ligado a nenhum partido. A partir daí, contudo, aproximou-se dos conservadores.

Presidiu a província da Bahia entre 1852-54, ocasião em que empreendeu intenso combate à moeda falsa e ao tráfico de escravos. Em junho de 1855, assumiu pela primeira vez um ministério. Tornou-se um dos políticos ilustres do Segundo Reinado, tendo desempenhado as funções políticas mais importantes que o sistema imperial oferecia. Ao longo de anos de atividade política, foi ministro de diferentes pastas, algumas delas em mais de uma oportunidade. Foi eleito senador do império em 1854.

No ano seguinte, deixou o governo e se afastou do cenário político por dez anos. Recém-casado, nesse período dedicou-se exclusivamente à administração de suas fazendas na Bahia. Em 14 de março de 1860, D. Pedro II o agraciou com o título de Barão de Cotegipe. Em 1864, ficou viúvo e, em 1866, retornou à vida política e ao Senado.

Foi ainda membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, presidente do Conselho no gabinete de 29 de setembro de 1870, e enviado em uma missão diplomática no rio da Prata e no Paraguai com o objetivo de tratar da paz após o fim da Guerra do Paraguai. João Maurício Wanderley exerceu ainda o cargo de presidente do Banco do Brasil.

Cotegipe foi igualmente chamado para organizar e presidir o gabinete de 20 de agosto de 1885, assumindo também algumas pastas ministeriais. Durante o gabinete presidido por ele foi aprovada a Lei Saraiva-Cotegipe, por meio da qual os escravos maiores de 65 anos ganharam a liberdade. Por ter se oposto fortemente ao crescente movimento abolicionista, Cotegipe não pôde se manter na presidência do Conselho, pedindo demissão (10 de março de 1888).

O Barão de Cotegipe faleceu no dia 13 de fevereiro de 1889, vítima de complicações cardíacas.


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Adaptado de ERMAKOFF, George (org.). Dicionário Biográfico Ilustrado de Personalidades da História do Brasil. Rio de Janeiro: G. Ermakoff Casa Editorial, 2012, p. 135-136.

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