“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

José de San Martín (1778-1850)

sábado, 22 de maio de 2021

 

Em janeiro de 2014, visitei o mausoléu de San Martín, na Catedral de Buenos Aires.

José de San Martín nasceu em Yapeyú, povoado da atual província de Corrientes, em 1778. Seu pai era um militar espanhol e, aos seis anos de idade, a família de San Martín retornou à Espanha. Ali, San Martín estudou, ingressando na carreira militar. Ganhou experiência ao participar de batalhas no norte da África e no território espanhol, lutando contra as tropas de Napoleão.

Em Buenos Aires, o movimento de independência começou em 1810. San Martín recebia notícias de lá regularmente, interessando-se pelo assunto por ser membro de uma sociedade secreta que defendia as ideias liberais. Cada vez mais envolvido, em 1812 decidiu abandonar sua carreira na Espanha; dirigiu-se então ao Prata. No próprio ano de sua chegada, assumiu o comando de um regimento com a patente de tenente-coronel. Tal regimento derrotou os espanhóis na batalha de São Lourenço. A independência das Províncias Unidas do Rio da Prata foi proclamada em Tucumán, em 9 de julho de 1816.

San Martín tinha uma ampla visão do quadro geral da América do Sul e, desse modo, entendia que a consolidação da vitória sobre os espanhóis só seria alcançada se o Peru, baluarte das forças realistas, fosse libertado. Seu plano era chegar a Lima passando pelo Chile. Mas, para tanto, precisava conseguir a façanha de cruzar os Andes. Durante três anos, preparou uma expedição que contou com a mobilização de 5.500 homens, entre eles um significativo contingente de escravos negros vindos de Buenos Aires. Durante a travessia, houve a baixa de 400 soldados.

Após a passagem pelos Andes, as forças de Martín mostraram-se fundamentais na batalha de Maipu (abril de 1818). Tal vitória consolidou a emancipação do Chile, proclamada por Bernardo O'Higgins, dois meses antes. O objetivo final era libertar o Peru, o que ocorreu em 28 de julho de 1821, com a tomada da capital do Vice-reinado.

San Martín foi um grande comandante, mas não demonstrou ter habilidades políticas suficientes para governar o Peru. Após enfrentar uma grande resistência, e incapaz de contornar os problemas pós-independência, deixou o poder e partiu, em 1824, para a Europa com a sua filha Mercedes Tomasa. Viveu na Bélgica e na França até sua morte, em 1850.

Na Argentina, San Martín é considerado herói nacional. Assim, em 1880 suas cinzas foram trasladas para Buenos Aires e depositadas num mausoléu na catedral da capital.

Bibliografia consultada: PELLEGRINO, Gabriela & PRADO, Maria Ligia. História da América Latina. São Paulo: Contexto, 2016, p. 30-31.

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