“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

O Mito da Ação Estrangeira na Rússia

terça-feira, 10 de maio de 2022

 

Desfile das tropas americanas em Vladivostok, em agosto de 1918.

Nunca houve uma ação estrangeira conjunta em solo russo durante a Guerra Civil (1917-1922); cada nação perseguia interesses próprios. Exceto pelo Reino Unido, em 1919, as potências estrangeiras não tencionavam derrubar o governo comunista. Ao longo do primeiro ano da Guerra Civil, intervieram simplesmente para reativar a frente oriental - com a ajuda dos bolcheviques, se possível, ou sem eles, se necessário. No período decisivo, quando os canhões silenciaram, a oeste, a intervenção perdeu o sentido. Não demorou e os Estados Unidos e a França se retiraram. Os japoneses permaneceram, para anexar as províncias da Rússia banhadas pelo Pacífico. Restaram os britânicos, emprestando seu apoio aos exércitos Brancos até o outono de 1919.Enfim, cabe destacar que a Guerra Civil foi uma luta fratricida - enquanto milhões de russos morreram (entre civis e militares), o Reino Unido, único país a permanecer em combate, teve cerca de quatrocentas baixas.

Em 1918, teve início a intervenção norte-americana. Ela se deu relutantemente e sob pressão britânica, em parte para evitar que valiosas provisões militares, nos portos ao norte da Rússia, caíssem em poder da Alemanha, e em parte para dar cobertura à retirada da Legião Tchecoslovaca, e em parte, ainda, visando impedir a invasão da Sibéria oriental pelos japoneses. As tropas norte-americanas em solo russo jamais se envolveram em combate. 

Adaptado de PIPES, Richard. História Concisa da Revolução Russa. Tradução de T. Reis. Rio de Janeiro: BestBolso, 2018, p. 266-267 e 270.

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