domingo, 22 de maio de 2022
Reconstituição da prisão Marmetina, em Roma.
Leia a Parte 1
Leia a Parte 2
Leia a Parte 3
Uma prisão romana, por volta do início do séc. IV d.C., não era lugar para onde um miserável pudesse desejar que o mandassem com a esperança de encontrar melhor comida e mais conforto do que no seu mísero casebre. A descrição a seguir, da prisão Marmetina, dá uma ideia do que custava a confissão da fé cristã, independentemente do martírio.
A prisão de Marmetina compunha-se de duas grandes salas subterrâneas, construídas uma por cima da outra, tendo como única abertura uma claraboia pela qual entravam, para as duas salas, ar, claridade, alimento e os próprios prisioneiros. Imagine a claridade e o ar que chegavam à masmorra inferior quando a superior estava cheia. Nas paredes, feitas com grandes blocos de pedra, existiam grossos anéis de ferro para prender os prisioneiros, mas muitos destes ficavam estendidos no chão com os pés no cepo, engenhosa crueldade dos perseguidores que mais aumentava o sofrimento produzido pela dureza da pedra, semeada ainda por cima de cacos de vidro. Era este o único leito onde os desgraçados podiam estender o corpo dorido e ensanguentado.
Adaptado de CARDEAL WISEMAN. Fabíola ou A Igreja das Catacumbas. Tradução de Leyguarda Ferreira. Lisboa: João Romano Torres, 1969, p. 265-266.
0 comentários:
Enviar um comentário