“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

O Peso da Vitória para Israel

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

Israel após a Guerra dos Seis Dias.

O cessar-fogo nos montes Golã entrou em vigor às 18:30 do dia 10 de junho [de 1967]. A Guerra dos Seis Dias chegara ao fim. Dois dias mais tarde, soldados israelitas foram transportados de helicóptero para assumirem o controle do forte sírio abandonado no cume do monte Hermon. Este foi o único caso de expansão territorial conseguida após o cessar-fogo. "Podíamos ter alargado a área sob o nosso controle", escreveu Rabin mais tarde. "Não havia uma força egípcia capaz de deter as FDI se tivéssemos decidido ocupar o Cairo. O mesmo era verdade em relação a Amã, e a 11 de junho teríamos tomado Damasco sem grande esforço. Mas não tínhamos partido para a guerra para conquistar territórios e aqueles que ocupáramos já nos sobrecarregavam bastante."

Seria um pesado fardo para Israel ao longo das três décadas seguintes. Rabin descreveu o problema sucintamente 12 anos mais tarde. "Israel via-se agora a braços com três grandes problemas", escreveu, "dois dos quais nos perturbaram continuamente desde a Guerra dos Seis Dias até hoje. O primeiro problema foi vermo-nos, de um dia para o outro, com uma vasta extensão de território em nosso poder. A área ocupada pelas FDI era três vezes superior ao Estado de Israel pré-guerra, pelo que tivemos dificuldade em estabilizar novas linhas defensivas em cada uma das três frentes (especialmente no canal de Suez). Até então, nunca tínhamos pensado a distância em termos de centenas de quilômetros. Além disso, tivemos de superar os problemas de logística e transporte daí resultantes com recursos humanos limitados, uma vez que dezenas de milhares de reservistas regressaram aos seus campos, fábricas e escritórios."

Israel passara a ter sob a sua alçada um milhão de árabes palestinos, incluindo centenas de milhares de refugiados dos combates de 1948.

GILBERT, Martin. História de Israel. Tradução de Patrícia Xavier. Lisboa: 70: 2009, p. 434.

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