quarta-feira, 3 de agosto de 2016
Jorge Luis Borges dizia que a leitura é uma forma de felicidade. É exatamente a convicção que tenho, sempre que "devoro" um livro. E o último foi esse aí, escrito por Roger von Oech, fundador e presidente da Creative Think. Roger é doutor em História das Ideias pela Stanford University. A publicação, datada de 2011, ficou a cargo da carioca BestSeller.
Trata-se de um livro "alto astral" do início ao fim. Esse clássico do pensamento criativo, em edição revista e atualizada, pretende fornecer uma rota para o desenvolvimento da criatividade. Nesse sentido, está repleto de diversas histórias, exercícios, dicas e citações (sobretudo de Heráclito, considerado o precursor dos professores de criatividade). Os professores, em especial, poderão se valer de diversas orientações, normalmente entremeadas com histórias brilhantes, como a da professora que passou a tratar seus alunos como superdotados e eles realmente passaram a ter rendimento como tais.
Uma das facetas da obra que mais me atraiu foi a do autor enquanto historiador das ideias. Ele explica como surgiram algumas das maiores invenções da humanidade, como a imprensa. Gutenberg simplesmente teria combinado a prensa de vinho e a cunhadora de moedas. Como já amplamente conhecido, muitos dos inventores acumularam amargos fracassos antes de triunfarem, como lembra Roger:
"De fato, a história das descobertas está repleta de pessoas que usaram hipóteses errôneas e ideias fracassadas como ponto de partida para outras. Colombo achava que estava descobrindo um caminho mais curto para a Índia. Johannes Kepler deparou com a ideia de uma gravidade interplanetária por causa de hipóteses que estavam certas por motivos errados. Thomas Edison descobriu 1800 modos de como não se faz uma lâmpada. Freud teve grandes fracassos antes de elaborar a psicanálise. Um dos fracassos de Madame Curie foi o rádio." (p. 217)
Enfim, "a marca registrada das pessoas criativas é a flexibilidade mental" (p. 239), a capacidade de prestarem atenção em suas ideias menores (p. 231) e as que não têm medo de experimentar algo novo por receio do fracasso (p. 215), dentre outros aspectos. Em suma, os criativos assumem quatro posições:
I. A de Explorador, que procura novas informações e recursos.
II. A de Artista, que transforma esses recursos em novas ideias.
III. A de Juiz, que avalia os méritos da ideia e decide o que fazer com ela.
IV. A de Guerreiro, que põe a ideia em prática. (p. 244)
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