“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

A Razão de Viver dos Germanos

domingo, 27 de agosto de 2017

Guerreiro germânico.

"Os Germanos não conhecem nem Estado nem cidade. Fazem parte do quadro da sua vida a povoação, a tribo, o clã, que agrupam as famílias. O indivíduo não tem existência senão no meio destas comunidades. Se, por graves razões, deixa de fazer parte dela, pode ser caçado como um lobo. A família germânica representa a célula de base. O pai tem o mund (em latim, mundium), quer dizer, o poder absoluto sobre a mulher e os filhos. (...) 

A maior parte das leis bárbaras mostram-nos que o germano é, primeiro que tudo, soldado e camponês. A frância é não só uma arma de arremesso, como, ao mesmo tempo, um utensílio para o arroteamento. A guerra é a razão de viver do germano: guerras entre as povoações que se invejam, guerras contra os Romanos. Tentemos reconstituir estes soldados que, desde o século III, aterrorizam os povos civilizados. (...) Os Germanos eram considerados mestres na metalurgia das armas. (...) Os guerreiros gostavam de recordar as façanhas lendárias dos ferreiros Mimir e Wieland, que sabiam forjar espadas capazes de atravessar as armaduras. Esta superioridade técnica proporcionava uma vantagem garantida aos Germanos nas guerras que empreendiam. Estas guerras tinham frequentemente como objectivo a conquista de novas terras e a aquisição de mão-de-obra servil."

RICHÉ, Pierre. Grandes Invasões e Impérios - Séculos V a X. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1980, p. 23 e 26.

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