“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

Lutero e as Escrituras

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

"A Bíblia de Lutero": a tradução das Escrituras para o idioma alemão feita por Martinho Lutero. Foi impressa pela primeira vez em 1534.

"Para Lutero, a Palavra de Deus era o começo e o fim da sua fé. Atacou os escolásticos porque eles tinham substituído a Palavra de Deus (Gotteswort) pelo ensinamento dos homens (Menschenlehre). Opôs-se analogamente à autoridade do papa porque ela estava em conflito com a Palavra de Deus. Contudo nem sempre é claro o que ele realmente quer significar com esta expressão. Até 1520 identificou-se quase de certeza com as Escrituras de inspiração divina. 'O Evangelho', escreveu ele no seu Comentário sobre (a Epístola aos) Romanos, 'não só é o que escreveram Mateus, Marcos, Lucas e João. É a Palavra do Filho de Deus que se tornou carne, sofreu e foi glorificado.' Mas depois de 1520 chegou à conclusão de que nem todas as Escrituras tinham validade igual. Somente aquelas que pregavam o Evangelho e Cristo podiam ser consideradas como a Palavra Verdadeira. No seu prefácio à tradução para alemão do Novo Testamento, Lutero declara que o Evangelho de S. João, as Epístolas de S. Paulo, especialmente as endereçadas aos Romanos aos Gálatas e aos Efésios, a primeira Epístola de S. João e a primeira de S. Pedro são os 'mais nobres' dos livros porque conduzem o cristão à salvação." 

GREEN, V. H. H. Renascimento e Reforma - a Europa entre 1450 e 1660. Tradução de Cardigos dos Reis. Lisboa: Dom Quixote, 1991, p. 140.

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