“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

As Origens da Civilização Egípcia

segunda-feira, 16 de abril de 2018

Pirâmide de Djoser, construída durante o século XXVII a.C. Está na necrópole de Saqqara, a nordeste da cidade de Mênfis.

O longo período do Paleolítico egípcio foi apenas uma faceta regional dessa remota fase da história humana. Foi nessa extensa fase pré-histórica que se formaram as bases da futura civilização egípcia, desde o período paleolítico até às dinâmicas sociedades de caçadores do período mesolítico que usavam arco e flecha e que nos deixaram pinturas nas rochas dos desertos limítrofes. 

O Neolítico no Egito se estendeu de c. 6 mil a.C. a 4500 a.C. Esse período se iniciou com com suas inovações na agricultura cerealífera, na plantação e na tecelagem do linho, além do aparecimento da cerâmica. Em relação à Época Pré-Dinástica (c. 4500 a.C. - 3 mil a.C.), são incontáveis os objetos que até hoje são encontrados - muitos instrumentos de cobre e de pedra, paletas geométricas, vasos de pedra, os indícios das primeiras construções, dentre outros. 

Chama-se Época Arcaica (c. 3 mil a.C. - 2660 a.C.) a fase da história do antigo Egito relativa às duas primeiras dinastias (o período também é chamado de Época Tinita). A I dinastia começou com a unificação das Duas Terras (o Alto e o Baixo Egito), atribuída ao rei Menés (identificado com Narmer e com Aha). Menés escolheu Mênfis como residência real. Um dos acontecimentos marcantes desse período nebuloso foi a fundação dessa cidade, situada entre Abusir e Saqqara, zona tumular onde foram encontradas muitas mastabas da I dinastia. 

A monarquia faraônica encontrou grande estabilidade desde os seus primórdios. A consolidação de um reino unificado, ainda que sempre mantendo um aspecto dual de equilíbrio e complementaridade, foi bem garantida com o desenvolvimento de um sistema administrativo centralizado e eficaz e do estabelecimento de uma tradição de cunho religioso que considerava o monarca um ser divino, a garantia de existência de um Egito unido. Esta visão continuou a dominar o pensamento da elite egípcia, mesmo em momentos de crise. 

O desenvolvimento de uma sociedade complexa no Egito na fase final proto-histórica, e na Época Arcaica, foi encorajado pela proximidade dos proveitosos recursos minerais do deserto oriental na parte sul do Alto Egito. O ouro tornou-se um produto de troca precioso no comércio com o estrangeiro e, ao longo da história egípcia, uma das imagens mais sugestivas para evocar a riqueza e a abundância de recursos do país das Duas Terras. Isso pode ter constituído um passo decisivo e importante para a transformação das primitivas comunidades rurais em centros econômicos e políticos.   

Bibliografia consultada: ARAÚJO, Luís Manuel de. O Egito Faraônico - uma civilização com três mil anos. Revisão de Raul Henriques. Lisboa: Arranha-céus, 2015, p. 77-80.

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