“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

Arte Vitoriana

terça-feira, 26 de junho de 2018

Uma garota lendo, 1878. Charles Edward Perugini (1839-1918), Manchester Art Gallery. Perugini, um artista inglês nascido na Itália, foi um pintor da Era Romântica e Vitoriana.

Durante o longo reinado da rainha Vitória (1837-1901), a Grã-Bretanha atravessou um período de prosperidade econômica e preponderância política. Essas condições favoreceram a criação de um ambiente de autoconfiança. Consequentemente, as artes atingiram grande popularidade - para muitos, seu período áureo - e os pintores mais destacados tornaram-se ricos e famosos. 

Nessa época, a Royal Academy tornou-se um pólo importante, atraindo mais de um quarto de milhão de visitas à sua mostra anual. Era a principal vitrine para os artistas que queriam vender as suas obras, embora existissem outras formas de financiamento. A rainha Vitória e o príncipe Alberto eram conhecedores e colecionadores e as classes médias interessavam-se cada vez mais pela arte. A Tate Gallery e a Walker Gallery, de Liverpool, formaram-se a partir das coleções de industriais abastados. 

Temas 

A tradição acadêmica ainda era uma das vias mais seguras para o sucesso, assegurada por pintores como William Etty (1787-1849), conhecido principalmente pelos seus nus femininos; Frederic Leighton (1830-1896), que produziu quadros com um ambiente onírico que o associam ao Movimento Estético; e Sir Edward Poynter (1836-1919). O concurso para a decoração do novo edifício do parlamento foi um importante incentivo para os artistas ingleses. Surgiram novas tendências, muitas de gênero. Esta sofrera um grande impulso antes da subida ao trono de Vitória, em grande parte devido a Wilkie, cujo sucesso se ligava ao lado anedótico das suas obras. 

O público adorava quadros que contassem uma história. Mas também havia espaço para um pintor como Edwin Landseer (1802/03 - 1873), que foi um dos maiores pintores de animais ingleses. O tom dos quadros que "contavam" histórias variava. No caso Os Pensionistas de Chelsea, de Wilkie, a mensagem era patriótica, mas também se apreciavam temas moralizadores ou sentimentais. Acima de tudo, gostavam de retratos da sua própria sociedade. Isso explica a popularidade de William Powell Frith (1819-1909), cujas obras podem ser descritas como a versão pictórica de uma obra de Dickens.             

Bibliografia consultada: GRAHAM-DIXON, Andrew (consultor editorial). Arte - Grande Enciclopédia, da Pré-História à Época Contemporânea. tradução de Sofia Gomes. Porto: Dorling Kindersley - Civilização, Editores, 2009, p. 334-335.

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