segunda-feira, 30 de dezembro de 2024
Der Stürmer, nº 29, julho de 1934.
No humor sobre o antissemitismo encontra-se, frequentemente, uma combinação única de esperança, ironia e ceticismo. No caso do nazismo, este humor torna-se dilacerante, devido à tragédia que envolve. No Gueto de Varsóvia contavam-se até piadas sobre Hitler, que recebeu o codinome de Horowitz.
Altman e sua secretária estavam sentados num café em Berlim, em 1935.
- Herr Altman - diz a secretária -, vejo que o senhor está lendo o Der Stürmer! Não consigo entender por que o senhor anda com esse folhetim de propaganda nazista. Será que o senhor é masoquista ou, Deus o livre, um desses judeus que sofre de auto-ódio?
- Ao contrário, Frau Epstein! Quando eu costumava ler os jornais judaicos eu só ficava sabendo de pogroms, tumultos na Palestina e assimilação na América. Agora que leio o Der Stürmer, fico sabendo muito mais: que os judeus controlam todos os bancos, que dominamos o mundo das artes e que estamos prestes a conquistar todo o planeta. Sabe, isso faz com que eu me sinta muito melhor!
FINZI, Patricia et al. (edição, seleção e textos). Do Éden ao divã - Humor Judaico. São Paulo: Shalom, 1990, p. 176.
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