“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

A Derrota Moral do Nazismo

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Hitler pretendia usar as Olimpíadas para provar a superioridade ariana. Não contava com o negro Jesse Owens (1913-1980).

A primeira grande derrota de Adolf Hitler ocorreu três anos antes do começo da Segunda Guerra. Um homem, sozinho, foi o herói desse confronto, que deveria ser, para os nazistas, a demonstração cabal da superioridade ariana. Negro, americano do Alabama, sétimo filho de uma família de colhedores de algodão e neto de escravos, Jesse Owens bateu quatro recordes olímpicos. 

Os Jogos Olímpicos de 1936 foram inaugurados, em 1º de agosto, pelo próprio Hitler, em Berlim. E o Führer percebeu seu imenso potencial como arma de propaganda: o evento foi meticulosamente organizado como um meio de mostrar ao mundo as maravilhas da Alemanha. 

Para desgosto de Hitler, Owens venceu nos 100 m, em 3 de agosto, e nos 200 m rasos, no revezamento 4 x 100 m e no salto em distância. Nessa última modalidade, a vitória foi sobre o alemão Lutz Long. 

Ao longo de sua carreira, Jesse Owens bateu oito recordes mundiais em diversas modalidades, mas nunca superou o estigma de negro e pobre, discriminado em seu próprio país. Certa vez, desabafou: "Quando voltei de Berlim, continuei não podendo entrar pela porta da frente dos ônibus e continuei não podendo morar onde eu quisesse. Também não pude fazer publicidade de alcance nacional porque não seria aceito no Sul. Hitler não me cumprimentou, mas também não fui convidado para ir à Casa Branca receber os cumprimentos do presidente do meu país." 

Texto completo em: Acervo de O Globo.  

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