“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

Infância e Juventude de Martinho Lutero

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Retrato de Lutero como um frade agostiniano, c. 1523-24. Obra de Lucas Cranach, o Velho. Germanisches Nationalmuseum, Nuremberg, Alemanha.

"Para começar, o doloroso quadro de uma infância sem amor, alegria ou beleza. Lutero nasceu, provavelmente em 1483, (...) na pequena cidade de Eisleben, na Turíngia, à qual retornaria para morrer, 63 anos mais tarde. Seus pais eram pobres: o pai, mineiro, duro consigo mesmo, rude com os outros; a mãe, dona de casa exausta, como que aniquilada por seu trabalho excessivamente pesado - serviu, quando muito, para encher de preconceitos e superstições medrosas o cérebro de uma criança bastante impressionável." Quanto à educação elementar, consta que o menino foi alfabetizado, aprendeu orações e um pouco de latim "sob a férula de mestres incultos." (p. 28) 

Aos catorze anos, Martinho Lutero buscou escolas mais versadas junto aos Irmãos da Vida Comum, em Magdeburgo. Nesta grande cidade ele foi obrigado a mendigar o pão. Assim, sem opções, retornou à casa paterna transcorrido apenas um ano. 

Em seguida, Lutero rumou para Eisenach, onde tinha alguns parentes. Negligenciado por eles, foi assistido por algumas almas caridosas. Após quatro anos, partiu por ordem do pai para Erfurt, onde havia uma universidade próspera. Lá estudou na Faculdade de Artes, tornando-se bacharel em 1502 e mestre em 1505. Sucederam-se rapidamente, "enfermidades graves, um acidente sangrento, o pavor espalhado por uma peste mortífera, o abalo, enfim, de um relâmpago que por pouco não matou Lutero entre Erfurt e a aldeia de Stotternheim". Tais acontecimentos levaram-no a desistir dos estudos seculares e a bater à porta dos agostinianos de Erfurt. 

Fonte: FEBVRE, Lucien. Martinho Lutero, Um Destino. Tradução de Dorothée de Bruchard. São Paulo: Três Estrelas, 2012, pp. 28-29.

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