segunda-feira, 21 de novembro de 2016
A linha vermelha mostra a extensão máxima do Império Persa.
"Ciro II foi morto numa tentativa de conquistar os masságetas, uma horda de pastores nômades de língua iraniana a leste do Mar Cáspio, mas esse revés não fez terminar o empreendimento de construção de império pelos persas. Em 525 a.C., Cambises, filho e sucessor de Ciro II, conquistou e anexou o Egito.
Cambises morreu então misteriosamente e foi sucedido por um imperador que afirmava ser Smerdis (Bardiya), irmão de Cambises. Smerdis, genuíno ou falso, foi então assassinado por Dario I, representante de um ramo diferente da Casa dos Aquemênidas. Esse extermínio do último imperador que pretendia ser filho de Ciro II foi os sinal para uma revolta amplamente difundida nas províncias a leste do Rio Eufrates (tanto o Egito como a Lídia não tomaram parte). Os rebeldes mais resolutos foram os babilônios, medas, armênios (ocupantes recentes da parte ocidental do antigo Reino de Uratu) e, surpreendentemente, também os clãs do próprio povo persa, localizados na parte mais oriental.
Dario, em sua inscrição gravada na rocha no Beistão, na estrada da Babilônia para o nordeste, afirma haver suprimido todas essas insurreições num único ano (522 a.C.). (...) A notável vitória de Dario (...) deveu-se, em grande parte, a um desejo quase universal de paz e segurança entre os povos que haviam sido afligidos pelos assírios e nômades.
Dario I foi o segundo fundador do Primeiro Império Persa e também o expandiu. No nordeste, subjugou os nômades masságetas, que haviam derrotado e morto Ciro II. A leste, conquistou e anexou abacia do Indo. A noroeste, conquistou e anexou uma ampla cabeça-de-ponte no lado europeu do Dardanelos. Esta se estendia da margem sul do curso inferior do Rio Danúbio para o sudoeste, até o Monte Olimpo.
Estas aquisições europeias foram o subproduto incidental de uma arrojada campanha contra os nômades citas, na estepe a norte do Mar Negro (aqui, Dario I escapou por pouco ao destino de Ciro II). Em 490 a.C., uma força expedicionária enviada por Dario, por mar, à Grécia europeia, sofreu um revés significativo. No todo, porém, Dario I foi um construtor de império tão bem sucedido quanto o fora Ciro II. Quando da morte de Dario I, em 486 a.C., o Primeiro Império Persa estendia-se, de leste a oeste, do Beas, tributário do Indo, ao sopé oriental do Monte Pindo; de norte a sul, estendia-se do sopé meridional das Montanhas do Cáucaso à base setentrional da Primeira Catarata do Rio Nilo. Foi esse o maior de todos os impérios que já haviam sido reunidos, e também o menos opressivo."
TOYNBEE, Arnold. A Humanidade e a Mãe-Terra - Uma História Narrativa do Mundo. Rio de Janeiro: Guanabara, 1987, pp. 215-216.
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