“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

A Religião Grega (Séc. V a.C.)

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Afrodite cavalgando um cisne. Cerâmica de ca. 460 a.C., encontrada em Kameiros, Rodes. 

"Os hierá (conjunto do que se refere ao sagrado) ritmam a existência dos gregos. (...) Em suas linhas gerais, as representações religiosas estão fixadas ou formalizadas nos poemas de Homero e Hesíodo, e é mais ou menos na mesma época (século VIII) que o espaço religioso se estrutura: temeno (témenos) e altar oferecem, sob certas condições, asilo (do grego, asylía) aos fugitivos e permanecem os os únicos realmente indispensáveis para o culto, mas os templos se multiplicam - orgulho da cidade nascente (supra, cap. 7). No século V, ela é onipresente na prática religiosa, e a piedade (eusébia, contrário asébeia) conhece diferentes manifestações. Constituída acima de tudo de ritos que presumivelmente levam os fiéis a encontrar seu lugar certo na ordem harmoniosa do mundo, a religião grega é essencialmente coletiva: abluções, preces, libações e sacrifícios, habitualmente seguidos de refeições, cantos e danças, são feitos em conjunto. O panteão é riquíssimo e existem infinitas variedades de minúcias nos cultos prestados localmente a divindades que de fato são comuns a todo o mundo grego; as mais importantes são as 12 olímpicas, mas paramentadas com epicleses (cognomes) que podem ser expressões identitárias (por exemplo, Apolo Carneio entre os dórios e particularmente Esparta, Atena Partenos em Atenas, Ártemis Elafebolos no éthnos fócio)." 

LEFÉVRE, François. História do Mundo Grego Antigo. Tradução de Rosemary Costhek Abilio. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2013, p. 171.  

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