domingo, 5 de fevereiro de 2017
Marechal Joseph Joffre, comandante-em-chefe das forças francesas no front ocidental no início da Primeira Guerra Mundial, passa em revista à tropas romenas (1916).
"O nacionalismo de Estado, quer o real ou (como no caso dos monarcas) o inventado por conveniência, era uma estratégia de dois gumes. À medida que mobilizava alguns habitantes, alienava outros — os que não pertenciam nem desejavam pertencer à nação identificada com o Estado. Em suma, auxiliava a definir as nacionalidades excluídas da nacionalidade oficial, por meio da separação de comunidades que, por qualquer motivo, resistiam à linguagem e à ideologia pública, oficial."
"A propaganda doméstica de todos os beligerantes, com respeito à política de massas, demonstra em 1914 que o assunto a ser sublinhado não era a glória nem à conquista, mas o de 'nós' sermos vítimas de agressão, ou de política agressiva, o de 'eles' representarem uma ameaça mortal aos valores da liberdade e da civilização que 'nós' representamos. Mais importante: homens e mulheres não seriam mobilizados com êxito para a guerra, a não ser que sentissem sua luta como algo mais que um simples combate armado: que, em algum sentido, o mundo melhoraria com a 'nossa vitória', e que 'nosso' país seria — para repetir uma frase de Lloyd George — 'terra digna de heróis'."
HOBSBAWM, Eric. A Era dos Impérios. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988, (Cap. 6).
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