No dia 7 de janeiro de 2015, terroristas islâmicos assassinaram 12 pessoas num ataque contra o jornal satírico francês Charlie Hebdo.
"Eu nunca deparei com fanáticos que tivessem senso de humor. Nunca vi alguém que fosse capaz de se divertir à própria custa tornar-se um fanático (embora agudeza, sarcasmo e língua ferina sejam atributos de muitos fanáticos. Mas não senso de humor, muito menos em relação a si mesmo). O humor traz consigo um viés que permite enxergar, ao menos por um instante, coisas já conhecidas sob uma luz totalmente nova. Ou ver a si mesmo, ao menos por um instante, como os outros o veem. Esse viés nos convida a esvaziar o excesso de importância que se atribui a algo, principalmente a nós mesmos. Mais ainda: o humor geralmente implica uma medida de relativismo, de 'rebaixar o sublime' (e não raro esse rebaixamento é feito com exagero desmedido)."
OZ, Amós. Mais de uma luz: fanatismo, fé e convivência no século XXI. Tradução de Paulo Geiger. 1ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2017, p. 40.
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