domingo, 13 de agosto de 2017
Principal sacrifício asteca em homenagem ao deus Sol.
Imagem: ©Bettmann/Corbis, ID SF4794G.
"A missão do homem em geral, e mais particularmente da tribo asteca, povo do Sol, consistia em conjurar infatigavelmente o assalto do nada. Para isso, era preciso garantir ao Sol, à Terra e a todas as divindades a 'água preciosa', sem a qual a engrenagem do mundo deixaria de funcionar: o sangue humano. Dessa noção fundamental decorrem as guerras sagradas e a prática de sacrifícios humanos. Ambas, segundo os mitos, iniciaram-se com a criação do mundo. O Sol exigia sangue: os próprios deuses lhes haviam dado o seu; e depois os homens, sob suas ordens, haviam exterminado as serpentes de nuvens do Norte. Uitzilopochtli, como vimos, nasceu guerreando. A única exceção foi Quetzacoatl, símbolo das teocracias pacíficas da alta época clássica, que nada desejara sacrificar senão borboletas, pássaros e serpentes. Tezcatlipoca, porém, o vencera, e os deuses exigiam o seu 'alimento'.
A guerra, como a entendiam os Astecas, tinha sem dúvida finalidades positivas para o seu Estado, como a conquista de territórios, a imposição de tributos e o direito de livre-passagem para seus comerciantes. Mas devia também - ou sobretudo - garantir-lhes prisioneiros para os sacrifícios. Inclusive as batalhas era realizadas menos com a finalidade de ferir os inimigos do que para capturá-los em maior número possível. Quando, em consequência mesmo das conquistas, a paz prevaleceu em vastos territórios do México, os soberanos inventaram a 'guerra florida', ou seja, torneios destinados a fornecer vítimas para os deuses."
SOUSTELLE, Jacques. A Civilização Asteca. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1987, p. 75-76.
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