sábado, 19 de agosto de 2017
O martírio do bispo Policarpo de Esmirna.
[Em História Eclesiástica, Livro Quarto, 15.21-29, são documentadas as últimas palavras entre Policarpo e o procônsul. Este, impaciente, proferiu diversas ameaças, e finalmente declarou que por três vezes Policarpo havia se declarado cristão. Os habitantes de Esmirna - sobretudo os judeus - mobilizaram-se juntando lenha e gravetos para a fogueira.]
"Pronta a fogueira, Policarpo por si mesmo despiu-se, e desamarrou o cinto; tentou tirar os calçados, o que antes não fazia, porque sempre os fiéis se apressavam para lhe tocar o corpo; em tudo, por causa da sua vida eminente, fora honrado mesmo antes de lhe aparecerem as cãs.
Logo em volta dele foram dispostos os materiais adequados para a fogueira. Como se preparavam para fixá-lo, pregando-o, disse: 'Deixai-me assim, pois aquele que me concedeu aguardar com firmeza o fogo, conceder-me-á ainda, sem a garantia de vossos pregos, ficar imóvel na fogueira. Por isso, não foi pregado, e sim amarrado.
[Em História Eclesiástica, Livro Quarto, 15.32-37, é descrita a tranquilidade e a oração final de Policarpo. De forma surpreendente, o fogo envolveu em círculo o corpo do mártir.]
"Finalmente, os malvados, vendo que o corpo não podia ser consumido pelo fogo, ordenaram ao carrasco que se aproximasse e o atravessasse com o punhal. Ele o fez e jorrou tal quantidade de sangue que o fogo se apagou. A multidão ficou admirada da grande quantidade diferença entre os incrédulos e os eleitos, aos quais pertencia também este admirável varão, em nosso tempo mestre apostólico e profético, o bispo da Igreja católica de Esmirna. Toda palavra proferida por sua boca, efetivamente, cumpriu-se e haverá de se cumprir."
EUSÉBIO DE CESAREIA. História Eclesiástica. Tradução das Monjas Beneditinas do Mosteiro de Maria Mãe de Cristo. São Paulo: Paulus, 2000, Livro Quarto, 15.30-39.
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